Taxa de ocupação de leitos de UTI é superior a 80% em sete estados da Amazônia

Em Rondônia, o índice chegou a 100% de ocupação. Confira os números de cada estado:

Ao menos sete estados da Amazônia Legal registram taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para o tratamento da Covid-19 acima de 80%, índice considerado de alerta segundo especialistas. Os dados são do levantamento do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e foram confirmados pelo Portal Amazônia junto às secretarias de saúde estaduais.

Entre os nove estados que compõem a Amazônia Legal, Rondônia tem o maior índice, com 100% dos leitos de UTI ocupados. Desde janeiro, o estado tem registrado alta nos casos de contaminação pela Covid-19. Até o domingo (28), foram confirmados mais de 180 mil casos e 2.850 mortes em decorrência do novo coronavírus.

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Diante do colapso, o secretário de saúde de Rondônia, Fernando Máximo, fez um desabafo. “O meu recado é para você que aglomera, que tá fazendo festinha e não usa máscara. Nós não temos leito de UTI para sua mãe, não tem leito para o seu pai, tio, filho, namorada […] Nós não temos leito de UTI para você, seja rico ou pobre”.

Segundo o secretário, a dificuldade para aumentar o número de leitos disponíveis se deve à falta de profissionais. Em Rondônia, a solução encontrada foi a transferência de pacientes para outros estados. A estratégia já foi adotada no Amazonas, durante a crise da falta de oxigênio em janeiro.

Além de Rondônia, os estados com alta ocupação dos leitos de UTI são Acre (90%), Amazonas (86%), Maranhão (87%), Mato Grosso (89%), Pará (84%) e Tocantins (84%).

Na Amazônia Legal, apenas dois estados registraram índices abaixo de 80%: Amapá, com 64% dos leitos de UTI ocupados e Roraima, com 79% de ocupação.

Para o epidemiologista Jesem Orellana, da Fiocruz Amazônia, a Amazônia já tinha, antes da pandemia, um déficit de infraestrutura hospitalar. “Se você perguntar a qualquer médico que trabalhe na assistência, você vai ouvir relatos de que o déficit de leitos não é só durante a pandemia nem apenas para doenças respiratórias, mas sim algo generalizado”, explica.

Ele contesta o aumento de leitos registrados durante a pandemia. “O fato de nós termos aberto o maior número histórico de leitos durante o pico da pandemia não significa dizer que você aumentou uma estrutura pronta e adequada. A maior parte dessa estrutura foi montada às pressas, usando o espaço físico de almoxarifado, por exemplo”, conclui.

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