Ibama recomenda negar autorização para exploração de petróleo na costa do Amapá

Parecer aponta incertezas no plano da Petrobras para possíveis acidentes com derramamento de óleo. Companhia informou que está pronta tecnicamente e aguarda o posicionamento do Governo Federal.

Um parecer técnico produzido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) recomenda que o Governo Federal negue o pedido de autorização para a exploração de petróleo no litoral do Amapá. A Petrobras aguarda apenas essa autorização para iniciar perfuração de teste na bacia Foz do Amazonas, a cerca de 175 quilômetros da costa amapaense.

Segundo o documento, o plano da Petrobras possui incertezas para atendimentos à fauna em possíveis acidentes com o derramamento de óleo. Outro ponto destacado seriam lacunas quanto a previsão de impactos da atividade em três terras indígenas em Oiapoque.

Antes de sair do Ibama, o documento será analisado pelo presidente do instituto, que dará a decisão final antes do parecer ser encaminhado do governo Federal.

A estatal informou em novembro de 2022 que o processo de licenciamento estava na fase execução dos projetos ambientais e preparação para a Avaliação Pré-Operacional (APO), requisito para a emissão da licença ambiental, pelo Ibama. Somente a partir dessa licença, que ainda não foi emitida, a Petrobras poderia perfurar o primeiro poço.

Estação Ecológica Maracá-Jipioca, no litoral do Amapá. Foto: Reprodução/Amapá nas Costas

Sobre o assunto, a estatal publicou nota com a fala do presidente Jean Paul Prates, sobre o parecer. “Cumprimos todas as exigências e estamos aguardando a decisão do governo. Estamos prontos tecnicamente, esperando o posicionamento oficial sobre a nossa campanha de perfuração na região”, disse o presidente da Petrobras.

A Margem Equatorial Brasileira, área com potencial de exploração de 14 bilhões de barris de petróleo, compreende a região litorânea do Amapá até o Rio Grande do Norte. A Margem contempla as bacias da Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar.

Exploração na bacia da foz do Rio Amazonas 

A partir do posicionamento do governo, a Petrobras poderá perfurar o poço para verificar a existência ou não de jazida petrolífera na Margem Equatorial, localizada a uma distância de 175 quilômetros da costa do Amapá e a mais de 500 quilômetros da foz do rio Amazonas.

Nota da Petrobras

A Petrobras informou que está conduzindo diligentemente o processo de licenciamento ambiental, atendendo todas as exigências definidas pelos órgãos ambientais, e reforçou que acatará qualquer decisão, seja liberando a perfuração ou optando por aprofundamento de estudos para avaliação da viabilidade de execução de uma campanha na bacia.

A companhia também disse que cumpre todos os requisitos e procedimentos estabelecidos pelos órgãos reguladores, licenciadores e fiscalizadores para atuar na região da Margem Equatorial, no litoral das regiões Norte e Nordeste. Também destacou que somente após a perfuração do poço, se confirmará o potencial do ativo, a existência e o perfil de eventual jazida.

*Por Rafael Aleixo, do g1 Amapá 

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