Projeto da Amazônia é premiado no 12.º Prêmio Itaú Unicef

São Paulo (SP) – O projeto ‘Aluno Repórter – A imprensa na escola’, de Bragança (PA), foi um dos quatro premiados, na categoria pequeno porte, nesta segunda-feira (11) no Auditório do Ibirapuera em São Paulo, pela 12.a edição do Prêmio Itaú Unicef, recebendo o prêmio de R$ 260 mil reais para aprimoramento do projeto.

Premiação do Projeto “Aluno Repórter” de Bragança (PA). Foto:Reprodução/Sérgio Carvalho

Este é o resultado da parceria entre a Fundação Nossa Senhora do Rosário e a Escola Estadual de Ensino Fundamental do Rocha e tem por objetivo diminuir as desigualdades sociais e favorecer o acesso à educação em tempo integral de 150 adolescentes entre 13 e 15 anos através de palestras e oficinas audiovisuais ministradas por profissionais de radio e TV. Todos os participantes do projeto vivem em situação de vulnerabilidade social no município.

Beto Amorim, professor e radialista, foi um dos representantes do projeto, presentes na premiação. Ele destaca a grande responsabilidade que advém do prêmio, considerando a representatividade e relevância do projeto para a região.

Beto Amorim se emociona ao receber o prêmio. Foto:Reprodução/Sérgio Carvalho

“A nossa escola é a menor , a mais discriminada, a que possui mais problemas estruturais, administrativos e o entorno dela bastante comprometido com crianças que estão inseridas na criminalidade e que vivem dentro do lixão . Aumenta sim a nossa responsabilidade, mas também aumenta o amor por aquilo que a gente faz, que é a educação. A realidade é dura e pede atitude para vencer”, afirma Beto.

Os indicadores do projeto já apontam para a melhoria significativa do letramento dos estudante, a redução da evasão escolar e acesso à universidade e mercado de trabalho.Nesta edição foram inscritos 1.651 projetos de todo o país. Deste número, sete projetos venceram a etapa regional, ocorrida na cidade de Belém, em outubro deste ano. As parcerias finalistas da Amazônia foram: Projeto Guaporé (RO), Projeto Sonho Meu (RO), Aluno Repórter – A Imprensa na Escola (PA), Redes de aprendizagens: vivências em ‘tutoria’ na Escola Waldir Garcia (AM), Formação Política e Socioeducativa para Adolescentes (TO), Recriarte – revitalizar, criar e transformar com arte (MT) e Artes na Escola (MT).

O prêmio

O Prêmio Itaú-Unicef é uma iniciativa da Fundação Itaú Social e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), com coordenação técnica do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec). Este ano tem como mote “Educação Integral: Parcerias em Construção”.

“O Prêmio ajuda a fortalecer organizações que transformam o território onde atuam e a vida de milhares de crianças e adolescentes em todas as regiões do País. Elas ampliam as oportunidades e contribuem para garantir o direito de aprender de algumas das crianças que mais precisam”, afirma a representante do UNICEF no Brasil, Florence Bauer.

Ao se inscrever, a OSC indica a escola com a qual trabalha e as ações socioeducativas que desenvolvem conjuntamente. As avaliações consideram o mérito das ações desenvolvidas e os aspectos de gestão para a sua sustentabilidade.

Representatividade da região Norte

Para o chefe de Educação do Unicef ítalo Dutra, a participação do Norte do país na inscrição dos projetos é pouco expressiva. “O histórico da região Norte, por características geográficas que apresentam indicadores de educação com uma complexidade maior do que em outras regiões. O esforço que estamos fazendo é fortalecer a divulgação na Região Norte pra que o que está acontecendo no Prêmio Itaú Unicef inspire as pessoas a mostrar o que fazem, ainda que em lugares distantes e de difícil acesso”.

Florence Bauer, representante Unicef no Brasil / Angela Dannemann, superintendente Itaú Social / Italo Dutra, chefe de Educação do Unicef. Foto:Marcya Lira/GRAM

A Premiação

O evento de premiação aconteceu na presença de aproximadamente 500 pessoas, no auditório do Ibirapuera. Cris Vianna foi a mestre de cerimônia e contou ainda com a participação de projetos sociais como a orquestra Juvenil de Higienópolis e o projeto vencedor da edição 2015, Matéria Rima.

Fabio Barbosa, vice presidente do Itaú Social abre a cerimônia com dados alarmante quanto a posição do Brasil no PISA, programa internacional de avaliação da educação. Entre os 65 países participantes, o Brasil está na 58a posição. “Costumo dizer que o problema da desigualdade de renda no Brasil será resolvida quando a gente resolver o problema de desigualdade no acesso a educação. O Itaú Social desenvolve, implementa e compartilha tecnologias sociais para contribuir com a melhoria da educação publica”, afirma Barbosa.

Fábio Barbosa , vice presidente do Itaú Social. Foto:Marcya Lira/GRAM

Representando o Unicef, Florence Bauer, acredita  que houveram avanços na educação no Brasil quanto à qualidade e também obrigatoriedade e vê esperança na educação integral para superar os desafios que ainda persistem. “A educação integral contribui para incluir as crianças que não estão na escola e ao mesmo tempo melhorar a qualidade da educação para aqueles que ja estão matriculados. Ela olha para a criança em sua integralidade, favorecendo o desenvolvimento global. Por isso que a educação integral contribui para reduzir a desigualdade”, conclui.

A noite foi uma verdadeira festa. Ellen Oléria, uma das vencedoras do The Voice Brasil, levantou a platéia ao som de Anunciação e Maria Maria, em homenagem a todos os professores, José’s e Maria’s , de todo o país.

“Circulando a Cultura na Escola”, “Aluno Repórter – A Imprensa na Escola”, “Projeto Olho Vivo” e “Cultura, Esporte e Cidadania” foram as parcerias premiadas nacionais da 12ª edição do Prêmio Itaú-Unicef nas categorias micro, pequeno, médio e grande portes, respectivamente.

A Novidade

O prêmio Itaú Unicef ocorre a cada dois anos, sendo intercalado por um ano de formação. Os principais parceiros do prêmio decidiram reorganizar a estratégia e definiram que a partir do próximo ano o prêmio passará a acontecer em anos pares e as formações em anos ímpares, abrindo oportunidade para que em 2018 novas iniciativas se inscrevam. A noticia foi dada por Anna Helena Altenfelder, presidente do Conselho de Administração do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária e recebida com grande euforia por todos os presentes.

Anna Helena Altenfelder, presidente do conselho de administração do Cenpec. Foto:Marcya Lira/GRAM

*De São Paulo, colaborou Marcya Lira, gerente se sustentabilidade do Grupo Rede Amazônica

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