Caso Delmo: Relembre o crime que chocou o Amazonas

Ocorrido na década de 50, o caso Delmo repercutiu na mídia nacional e ainda é um mistério

Alguns homicídios chocam devido à sua brutalidade e a forma como os fatos acontecem.  Segundo o último Atlas da violência, o Amazonas é o 13º estado mais violento do país. Já a capital Amazonense é a 31º cidade com mais casos de homicídios dolosos.

Mas nem sempre foi assim. Na década de 50, Manaus que possuía uma população de pouco mais de 139 mil habitantes, era uma cidade pacata e sem muitos acontecimentos sociais.

Porém, no ano de 1952, ocorreu um crime que chocou a cidade:  O caso Delmo. O Portal Amazônia traz informações e curiosidades do crime que repercutiu por anos e ainda é um mistério.

Foto: Divulgação

Mas afinal, quem foi Delmo? O que provocou sua morte? Delmo Campelo Pereira era um jovem estudante, filho do dono da Serraria Pereira, uma das maiores empresas da cidade na época. Insatisfeito com a vida que levava e ambicioso por mais dinheiro, o jovem Delmo decidiu assaltar a Serraria do pai para usufruir do dinheiro em clubes noturnos, onde passava seu tempo.

Delmo pegou um carro cujo chofer (atualmente conhecidos como taxistas) era José Honório Alves da Costa e se dirigiu até a Serraria. Chegando lá, tentou despistar o vigia Antônio Firmino da Silva, alegando que havia um princípio de incêndio. Como não conseguiu despistar o vigia, Delmo o agrediu usando uma chave de fenda e o atingiu pelas costas. 

Foto: Divulgação

Ao retornar para o carro, Delmo não conseguiu pegar o dinheiro, porém encontrou uma arma de calibre 38 e notou que o motorista havia percebido sua ação. Delmo decidiu eliminar o José Honório com dois tiros na costa, pois o mesmo foi testemunha ocular.

No dia seguinte, a cidade acordou assustada com a brutalidade ocorrida na noite anterior e a classe de choferes foram os que ficaram mais revoltados, o que provocou uma revolta generalizada.

Delmo chegou a confessar o crime mas entrou em contradição nos depoimentos, para não delatar possíveis comparsas. 

Foto: Divulgação

 No quinto dia após o ocorrido, Delmo recebeu o soro da verdade e pouco antes de se fazer a transferência do preso, o padre João Batista Rottine, a pedido do próprio Delmo, o ouvira em confissão

Quando estava sendo transferido de volta para o gabinete da polícia, os motoristas arrancaram o assassino e foram para fora da cidade, próximo à margem da estrada velha de São Raimundo e ao todo, 54homens atraíram a vítima para morte e 27 homens assassinaram Delmo Pereira. De assassino, o estudante se torna um mártir.

O corpo foi encontrado com marcas de cintura feiras com fios elétricos e o enterro de Delmo foi um evento que movimentou a cidade.

Foto: Divulgação

Dezenas de motoristas foram presos, houveram vários depoimentos, acareações. A sociedade exigia a punição dos culpados pelo massacre do estudante. Dentre 60 suspeitos iniciais, mais de 40 foram levados à Penitenciária Central, na avenida 7 de Setembro, aguardando o fim das investigações e a sentença de pronúncia.

Ao final, entre um caso de suicídio, um de loucura, uma fuga cinematográfica e vários suspeitos impronunciados, 28 pessoas foram ao banco dos réus pelo assassinato do jovem.

Atualmente

No Palácio da Justiça, localizado na avenida Eduardo Ribeiro, número 901,  é possível visitar o Museu do Crime, com itens do caso Delmo e jornais que circulavam na época, além de outros crimes que marcaram a história do Estado.

Foto: Reprodução

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