Expedição fotográfica registra sapos ‘garimpeiros’ no Amapá

o nome “garimpeiro” é dado porque o sapinho prefere lugares com montanhas e riachos, onde, segundo garimpeiros, são mais propícios a encontrar ouro

Dendrobates tinctorius é o nome dado àquela espécie de sapinho colorido, chamado de garimpeiro, e encontrado em diversos lugares da Amazônia, entre eles, nas florestas do entorno do município de Serra do Navio, no centro-oeste do Amapá, onde são achados com mais abundância.

A facilidade em encontrá-los na região motivou uma expedição somente para fotografá-los. Ao longo do caminho, outras espécies de anfíbios, répteis e insetos foram clicados. A pesquisa na região ocorreu entre 28 de fevereiro e 4 de março, antes do período de isolamento social.

Dendrobates Tinctorius é o nome científico do sapo garimpeiro — Foto: Wirley Almeida/Divulgação

O guia turístico local e fotógrafo Wirley Almeida, que liderou a expedição, detalha que o nome “garimpeiro” é dado porque o sapinho prefere lugares com montanhas e riachos, onde, segundo garimpeiros, são mais propícios a encontrar ouro.

O sapo com cores vibrantes libera toxinas na pele que são prejudiciais aos seres humanos. Elas se tornam perigosas somente se entrarem na circulação sanguínea, por meio de um ferimento na mão, por exemplo.

Wirley lembra que a expedição teve origem quando um biólogo e guia turístico alemão o encontrou por meio das redes sociais e disse que estava interessado em conhecer o Amapá para fotografar e estudar os sapos. Junto a ele, vieram mais dois americanos.

“Eles não estiveram procurando os sapos apenas em Serra do Navio. Tinham toda uma rota que seguia por Macapá e Laranjal do Jari, mas em alguns municípios não tiveram sorte em achar um guia que soubesse achar os bichos”, explicou.

Sapos garimpeiros tem várias cores e são facilmente localizados em Serra do Navio — Foto: Wirley Almeida/Divulgação

O amapaense fotografa sapos coloridos desde 2010 e diz que é uma paixão. Ele crê que o fato de colocar o nome científico das espécies nas legendas das fotos evidencia ainda mais o trabalho e o município de Serra do Navio.

“Ele [alemão] tem um público que, na maioria idosos, gosta muito de fotografar sapos venenosos. E isso é bom para ele e para a cidade que ganha ainda mais com turismo. Ele está criando um livro para divulgar o trabalho como biólogo e queria, a partir de junho, juntar um grupo de fotógrafos para fazer mais registros, mas pandemia não deixou”, disse.

Assetamentos como a Colônia de Água Branca, Cachaço e Rio Sucuriju foram visitados. O espectro de cores dos sapos viaja pelo azul claro, amarelo com preto, verde e quase transparente, no caso dos animais mais novos.

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