O petropolitano Pierre Baitelli, de 33 anos, diz não ter quase nada em comum com Antonio, o tipo falastrão que interpreta em “A lei do amor”. O extrovertido da novela das 21h da Globo, personagem de maior popularidade do ator até agora na TV, cita Camões ao dar conselhos sentimentais ao melhor amigo, costuma se lembrar das novelas do passado em suas conversas e ouve Nana Caymmi nos momentos de fossa. Sim, apesar de distribuir sorrisos e gracinhas por onde passa, Antonio também sofre. “Sou mais soturno e ele é solar. Mas Antonio também tem um lado bem dramático, e é aí que nos aproximamos”, conta o ator, tímido assumido.
Visto em musicais como “O despertar da primavera” (2008) e “Hedwig e o centímetro enfurecido” (2011), Baitelli começou a chamar a atenção na TV após atuar na microssérie “Capitu” (2008), de Luiz Fernando Carvalho. Agora, destaca o ator, tem a chance de trabalhar um papel cômico pela primeira vez. “Antonio é um personagem plural, com várias possibilidades. A maior dificuldade é não deixar ele se transformar numa figura patética, meio boba. Por isso falo o texto da forma mais natural possível, até quando ele cita Camões. Não fico buscando ser engraçado”, explica.
Personagem que circula por vários núcleos da novela, Antonio verá o seu envolvimento com a massagista Ruty Raquel (Titina Medeiros), que é mais velha do que ele, ficar mais sério nos próximos capítulos. “Acho importante o debate sobre a diferença de idade entre eles. Esse tipo de preconceito não pode limitar um relacionamento”, conta.
Baitelli está no ar todos os dias da semana: de segunda a sábado, em “A lei do amor”; aos domingos, na série “Magnífica 70”, cuja segunda temporada é exibida pela HBO, às 22h. Na série sobre os bastidores das produções cinematográficas dos anos 1970 da Boca do lixo, em São Paulo, interpreta o golpista Dario. “A vida do ator é de altos e baixos, já quis desistir várias vezes. A última foi há dois anos, quando encerrei a temporada da peça “Vênus em visom”, que eu fazia com a Bárbara Paz. Fiquei um bom período sem trabalho”, finaliza. Saiba mais no iBahia.