O verde da Amazônia passa a dar lugar a tons de cinza, preto e branco. Mas calma, não estamos falando de incêndios florestais. Trata-se da iniciativa Amazon Black & White Photo Project (AB&W). O objetivo é retratar, por meio de fotografias em preto e branco, os detalhes da Amazônia que muitas das vezes estão escondidos, mas que se revelam através do olhar atento e sensível do fotógrafo, seja ele profissional ou amador. O AB&W conta com o apoio de colaboradores amazônidas e possui como objetivo a publicação de um livro com fotos sobre o tema, ainda sem previsão de publicação.
“O projeto surgiu pela junção de paixões. A primeira delas é a fotografia. A segunda, a Amazônia. A junção de ambas me acendeu uma luz. Mas apenas a minha paixão e visão não bastavam e por isso, surgiu a ideia de convidar outras pessoas para expor a visão sobre o assunto. Assim, a ideia do projeto se consolidou. A pluralidade das visões sobre a Amazônia é do que se trata o projeto hoje”, conta o idealizador do projeto, o fisioterapeuta e pesquisador manauara Fernando Val.
Mas a ideia é ir além da divulgação das belezas da região mais verde do planeta. Segundo Val, o grupo pretende doar o todo lucro obtido com a venda do livro para grupos que desenvolvem ações sociais.
“O projeto tem alguns objetivos. O primeiro deles é expor a Amazônia através dos olhos de quem mora aqui. E isso é importante, pois só quem é apaixonado por ela, consegue passar esse sentimento pela fotografia. Importante dizer que não é Amazonas, estado, e sim Amazônia. Não importa cidade, estado ou país. Importa ser uma foto “tocada” pela Amazônia. O segundo é de cunho social. Queremos publicar um livro com os trabalhos reunidos e com todo o lucro gerado, e com isso, ajudar grupos que promovem ações sociais”, explica Val.
Ausência de cores
Fernando acredita que a fotografia em preto e branco é muito mais rica que aquela em cor, por revelar texturas e grau de detalhamento maior que as fotos coloridas. Além disso, na opinião dele, há maior densidade em fotos PB, o que justifica a escolha do formato para o projeto.
“Fotos em preto e branco são naturalmente mais ‘pesadas’. A ausência de cores provoca quem olha, gera a necessidade de uma abstração. Ocorre, ao meu ver, uma desconstrução do objeto ou do personagem que se retrata. É fascinante pensar que uma mesma foto PB passa uma mensagem diferente para cada pessoa que a vê”, afirma o idealizador.
Ainda segundo ele, qualquer pessoa pode participar do projeto. Basta ser apaixonado por fotografias e pela Amazônia. “Qualquer pessoa pode participar. Temos hoje cerca de dez colaboradores do projeto, mas pretendo ampliar isso. Basta que retrate algum tema da Amazônia. É um projeto amplo. Não há restrições”, finaliza.