Nesta sexta-feira (12) Belém celebra seu 402º aniversário e no mesmo dia o Mangal das Garças completa 13 anos de funcionamento. Para festejar, haverá uma programação especial que conta com o plantio de árvores e apresentação cultural. As atividades são gratuitas e serão realizadas às 9h da manhã. A ação é uma parceria entre a Pará 2000, que administra o parque, e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Reconhecido nacionalmente por ser um espaço de conservação e preservação das espécies ameaçadas de extinção, o Mangal das Garças homenageará a flora amazônica por meio do plantio de mudas de espécies, como o guaraná e a senna, entre outras. Na ocasião haverá uma apresentação itinerante do projeto Pôr do Som, com a participação do Grupo Sancari, que levará o melhor da música paraense aos visitantes.
Desde 2005, quando foi inaugurado pelo Governo do Estado, o Parque Naturalístico vem se firmando como um importante equipamento turístico, atraindo mais de 300 mil visitantes ao ano.
Os visitantes encontram no Parque Zoobotânico Mangal das Garças um espaço de conservação e contemplação da natureza. O que antes era uma área alagada pertencente ao Comando do 4° Distrito Naval, aos poucos se tornou um dos mais belos recantos naturais de Belém, um verdadeiro oásis amazônico em meio à agitação da cidade.
Localizado às margens do Rio Guamá, o Mangal tem como flora característica a várzea do estuário amazônico, com presença de vegetação tanto na área de maré, quanto na parte aterrada do parque.
“No nosso espaço podemos observar plantas características das diferentes áreas da floresta amazônica: Mata de igapó, mata de várzea e mata de terra firme. Realizamos adubações frequentes, podas de formação e incorporamos novas espécies sempre que possível, aumentando ainda mais a diversidade. Está em andamento um trabalho de conclusão de curso no qual vamos identificar e quantificar todas as espécies de plantas existentes no parque”, explica Caio Silva, biólogo do Mangal.
A preocupação com a vegetação nativa foi um dos traços marcantes da construção do parque. Todas as árvores originais foram mantidas e preservadas. Foi feita também a recuperação do aningal, além da inserção de vegetação com características das três grandes regiões florísticas do estado, tudo para criar um ambiente naturalístico.
O plantio de diversas espécies vegetais amazônicas, de forração, arbustiva e arbórea incorporou ao local uma área verde que colore o complexo e é abrigo para uma diversificada fauna. Essas e outras condições permitem ao local não só aproximar a população da natureza, mas valorizar, preservar e promover diariamente o cuidado e o respeito ao meio ambiente.
Apesar da influência da maré, o parque dispõe das mais variadas espécies. Um dos fatores que permite o crescimento de outras árvores é a presença da aninga (Montrichardia linifera), espécie de planta herbácea invasora da família das aráceas, que pode chegar a 10 metros de altura. O aningal cria condições de sombra e colabora para a sobrevivência de outras árvores.
Espécies típicas
Entre as espécies de área alagada componentes da flora regional, o Mangal dispõe do açaizeiro, buritizeiro, taperebazeiro, a monguba e a mamorana, os quais produzem frutas típicas da região. Já na área aterrada, os visitantes podem conhecer de perto árvores exóticas e típicas da Amazônia, como o mogno, o cedro, a seringueira, o andirauxí, a cuieira e a bacaba.
Algumas espécies do parque servem como alimentação para os animais que vivem no local. Conforme explica Caio Silva, “os frutos do bacuripari, do açaizeiro, da bacabeira, entre outros, servem para alimentação de algumas espécies de aves que habitam o parque. O amendoim forrageiro, que é uma planta utilizada no paisagismo do parque, serve também para alimentação das iguanas”, informou.
No Mangal também é possível observar espécies que estão ameaçadas, como o pau-rosa, ucuúba e Pau-Brasil, esta última, apesar de ser uma espécie da Mata Atlântica, possui exemplares no parque, propiciando aos visitantes a oportunidade de conhecê-las.
Espaços
Os jardins naturalísticos comportam diversas espécies que podem ser observadas no cotidiano paraense, por exemplo, a cuieira, espécie que dá origem à cuia onde se serve o famoso tacacá. Essa e outras espécies da flora amazônica têm diversos usos, entre eles, a confecção de artesanatos, produção de óleos essenciais, utilização para fins madeireiros e medicinais, entre outros. “Quando os visitantes passam a reconhecer que utilizam esses recursos no seu cotidiano, passam a dar maior importância à conservação deles”, observou Caio Silva.
Além de contemplar uma das maiores amostras da bela e rica flora amazônica, no Mangal das Garças o visitante pode prestigiar espaços como o Museu Amazônico da Navegação, Farol de Belém, Viveiro das Aningas, Reserva José Márcio Ayres – borboletário, orquidário, mirante do rio; além de poder acompanhar a alimentação dos animais e soltura das borboletas que nascem diariamente, assistir programação cultural e participar de visitas guiadas com agendamento prévio.
Também é possível fazer lanches rápidos em quiosques de comidas típicas, sucos e sorvetes regionais, e almoçar ou jantar no restaurante Manjar das Garças. O parque funciona todos os dias, exceto às segundas-feiras, sempre de 9h às 18h, com entrada gratuita.