Há muitos anos, na Irlanda, Elisa Day era conhecida como ‘a rosa silvestre’, por ser considerada tão bonita quanto as rosas silvestres que cresciam à beira do rio. Um dia, um jovem pôs os olhos em Elisa Day e sabia que ela era a única. O que parece uma história de amor, na verdade possui um final inesperado e foi inspirada nesta lenda que a produtora do Amazonas Dream House Pictures lançou seu mais recente curta-metragem nesta segunda-feira (12): The Wild Rose.
Com roteiro e direção de Deborah Haven, este é o sétimo curta-metragem feito pela produtora em Manaus. “A proposta é produzir filmes bem diferentes do usual, que as pessoas veem em Manaus. A gente costuma trabalhar o terror, temas de época, suspense, fantasia. Costumo dizer que a gente gosta de ser original e eu pessoalmente gosto de coisas diferentes, então investimos nisso”, comentou a diretora com o Portal Amazônia.
Deborah revelou que o curta ainda não deveria ter sido produzido neste mês, mas que por conta de alguns imprevistos com outro projeto, ele foi escolhido para ser trabalhado. Com apenas um dia de ensaio e em um domingo, o curta foi gravado nas ruínas de Paricatuba e no Balneário Nascente, nos arredores de Manaus. Foram mais de 12 horas de gravação para gerar cerca de oito minutos de vídeo. “Foi difícil, mas tinha que ser”, afirmou.
Um dos diferenciais da produção é a narrativa em inglês. Segundo Deborah, este é quinto curta feito completamente em inglês. “Nós decidimos fazer isso para que possamos atingir um público bem maior, o que tem funcionado. Nós recebemos muitas críticas, questionando por que fazemos em inglês, se estamos no Brasil. Mas o nosso objetivo é alcançar um público ainda maior e como o inglês é uma das línguas mais faladas, mais pessoas serão alcançadas”, justificou a roteirista.
Elisa Day é vivida pela atriz e jornalista Geísa Frohlich, que confessou não gostar de filmes de terror, mas ter se encantado com a história. “A Deborah chama a história de macabra, mas é com poesia. Existe toda uma poética tanto no roteiro quanto nas imagens, então é algo que mesmo no meio de algo obscuro, existe poesia”, destaca a atriz convidada.
“Há pelo menos 10 anos eu não gravava curtas, então o convite da Deborah fez com que me apaixonasse pelo roteiro. Eu não gosto de terror, mas quando li, vi que era um terror com poesia. Quando assistirem vão entender. Deu tudo certo porque todo mundo se dedicou. Eu adorei ter feito”, comentou Geísa.
Apoio e patrocínio
Com a ajuda de produtores e outros apoiadores de produção audiovisual no Amazonas, a Dream House Pictures tem produzido todos os curtas de forma independente. “A gente começou a fazer curtas em 2011, mas não conseguíamos finalizar por questões financeiras. Como nunca tivemos apoio acabamos deixando de lado, mas em setembro de 2016 conseguimos uma câmera e passamos a produzir como que tínhamos. Tem dado certo, mas ainda é muito difícil porque as pessoas dão muito descrédito para quem está produzindo curtas, filmes, aqui em Manaus”, contou Pinzón.
A busca por patrocínio continua mesmo assim. “Algumas pessoas não acreditam nas produções, como se fosse algo de outro mundo. Por mais que nossos curtas não tenham muito à ver com coisas de Manaus, tudo é produzido aqui, com artistas daqui. A gente conta tudo fora do clichê amazônico, mas com a nossa identidade”, assegurou.
Conforme agenda de produção, por mês a Dream House Pictures procura lançar pelo menos dois curtas, para a criação de portfólio. Em 2017, um dos projetos é lançar curtas em datas comemorativas, assim como The Wild Rose, que foi lançado no Dia dos Namorados.
Assista The Wild Rose: Ítalo Castro (A Floresta de Jonathan) vive o amante de Elisa e narra a história. A fotografia fica por conta de Romulo Sousa e Davi Penafort. A direção artística é de Álex Alli. Na produção estão Diego Pinzón, Wagner Evangelista e Vera Sampaio. Maquiagem e cabelos são assinados por Ana e Edy Valentim. A produção contou com o apoio da Lens Produções e do Ateliê 23.