Com o tema ‘Cultura: Lugar de Todos’, nesta terça-feira (7), o novo secretário de Cultura, Denilson Novo realizou um encontro com a classe artística do Estado para falar sobre o programa ‘Espaço Aberto’, política de ocupação dos centros culturais, teatros e centros de convivência da secretaria. E também sobre a nova proposta de cadastro de artistas, produtores e representantes de movimentos culturais para mapeamento de todos os segmentos, desde os bairros até dos interiores do Estado.
O evento foi realizado no salão Coronel Pedro Henrique Cordeiro no Palacete Provincial, localizado na praça Heliodoro Balbi -Centro de Manaus.
Para apresentar os novos pilares de sua gestão, o secretário se encontrou com vários artistas como: artistas plásticos, músicos, cantores, atores, estudantes, escritores, e representantes da cultura indígena da tribo Mura.
Na ocasião, Novo falou que a proposta do encontro é aproximar a secretaria de todos os segmentos artísticos. “Vamos realizar projetos e ações visando o despertar de sensibilidades para a valorização e desenvolvimento da cultura amazonense”, disse.
O secretário ressalta também que é importante ouvir para entender e, se possível, atender as demandas dos fazedores de cultura e aliar a uma programação coerente e interessante para o mercado cultural e reconhecimento da identidade da população. “No entanto, neste momento queremos firmar parcerias para ampliar o alcance e o acesso às atividades culturais”, comenta.
Já sobre o programa ‘Espaço Aberto’, lançado no último dia 27 de outubro, Novo explicou que a secretaria abrirá um edital público para que os artistas apresentem suas propostas de trabalho e, assim, poderem ocupar os espaços pertencente ao Estado, com uma programação diversa nos meses de novembro e dezembro.
Segundo o secretário, o cadastro irá funcionar por meio do novo site da Secretaria, que ainda está sendo desenvolvido e deve ser lançado ainda este mês de novembro.
Investimentos
Referente a investimentos da secretaria para a realização dos programas e dos projetos, Novo disse que os investimentos só sairão em 2018. “Neste primeiro momento, o investimento será de energia e a aproximação entre a secretaria e os artistas. E para isso, temos espaços estruturados, os equipamentos para oferecer e a demanda dos artistas. Com isso, queremos equilibrar interesses e otimizar esse recurso nos dois últimos meses que faltam para acabar o ano. E mesmo com os recursos escassos, com criatividade, conseguiremos encontrar caminhos alternativos”, finalizou ele.
Artistas falam sobre ações
Durante o encontro, artistas de vários segmento puderam falar sobre o que pensam sobre a proposta da secretária.
Para o diretor de eventos e de carnaval da Escola de Samba Vitória Régia, Rivaldo Pereira de Jesus, as ações do governo devem ser vistas de forma positiva. “Principalmente pelo secretário ser uma pessoa nova e que vem com uma nova proposta de trabalho. Mas também, acho que o Amazonas, durante 20 anos, teve um bom trabalho que valorizou muito a arte, a cultura, o folclore”, disse.
Outra personalidade importante presente no encontro, foi o Artista Plástico e Poeta Rui Machado. “Achei muito importante essa reunião, umas vez que a gente precisa dar valor ao novo, mas sem esquecer os trabalhos antigos. Por que o hoje é fruto do passado, e a construção do futuro. E vejo essa reunião com grande importância porque o Amazonas é muito rico em todos os segmentos da arte. E esse incentivo para quem tá chegando, é fundamental”, finalizou.
E como um dos representantes do público jovem manauara, o cantor da banda de rock Critical Rage, Alison Souza, afirma que é a primeira vez que ele ver um movimento de união entre os artistas em prol de melhorias. ” Isso é muito bom, tanto para os músicos quanto para o público que vai ter mais opções. Então, a expectativa é muito boa após essa reunião”, acredita.
Eles querem investimento
Já para o diretor do Casarão de Ideias, João Fernandes, “todas as iniciativas são válidas. Vejo que o cenário cultural amazonense já tem um lugar de conhecimento, porém, com a inserção do novo, não só mediante a um cadastro, mas também na apresentação dos trabalhos. E esta ação proporcionará mais oportunidades para que esta pessoa esteja em cena. Em contrapartida, o interior ainda sofre com a carência de cultura e do fomento, também outro problema a ser discutido entre a secretaria e os artistas”, salientou.
Outro a levantar a questão de investimento para o desenvolvimento das atividades culturais e artísticas do Estado, foi o cantor Cileno. “Viemos ouvir o que o secretário tem a nos dizer. Porém, em uma reunião prévia que tivemos com ele, ficamos com o pé atrás porque as primeiras notícias divulgadas na mídia, informava que não haveria remuneração para os artistas que ocupassem os espaços ociosos oferecidos pelo Estado. Uma vez que o artista não vive só de aplausos, ele precisa se vestir e comer. E como primeira atitude, achei decepcionante”, apontou.
Para o indígena da tribo Mura, Williams Alencar, a expectativa do seu povo é que a Secretaria foque mais na cultura deles. “Pois não existe cultura sem o povo indígena. A gente está um pouco esquecido dentro da nossa própria terra. Precisamos de investimentos para a confecção dos nossos artesanatos”, questionou.
Segunda etapa
Em 2018, o “Espaço Aberto” terá uma segunda fase. Em paralelo, à ocupação de novembro e dezembro, a SEC vai lançar o “Edital de Ocupação 2018” que terá um desdobramento para também levar espetáculos aos centros comunitários da periferia e do interior onde não existem equipamentos da SEC.