Cachorro que esperava dono há 2 anos em porta de hospital morre atropelado

O cãozinho que viveu dois anos na porta de um hospital à espera do dono que morreu foi atropelado na manhã desta terça-feira (15) e não resistiu aos ferimentos. Negão Cardoso, como foi batizado, morava no pátio do centro de saúde, em Balneário Camboriú, desde que seu companheiro, um catador de papelão, fora atropelado nas ruas da cidade, em 2016.

Quando os socorristas chegaram ao local para socorrer o dono, Negão foi correndo ao lado do veículo até o hospital. Ficou sentado na entrada do pronto-socorro, certo de que o amigo estava lá dentro. O catador de papelão morreu, e não houve despedida.

Foto:Reprodução/iBahia

— O dono morreu, e as enfermeiras se arrependem de não terem mostrado morto para ele. Esses anos todos (ele ficou) na esperança de o dono estar lá dentro. Dormia no papelão ali fora. Estive no hospital e soube, aí levamos casinha, coberta, ração. O hospital permitiu. Um vez por semana, levávamos para banho. Todo mundo conhecia ele — explicou Beatriz Machado, fundadora da ONG Viva Bicho, que prestava assistência ao cãozinho.

Rejane Emedaglia, voluntária da ONG Viva Bicho, contou que a mulher do dono de Negão tentou levá-lo para casa, porém o cachorro continuou fugindo de volta para o hospital atrás do dono.

— Ele achava que o dono estava no hospital e ficou por lá. A gente também tentou trazê-lo para o abrigo, mas ele fugia e voltava para lá. Era vacinado, tomava banho toda semana, ia no veterinário.

Segundo Beatriz, Negão estava no estacionamento quando foi atingido por um motorista. Desde o acidente com o dono, o cão vivia no grande pátio do hospital, e era celebrado por profissionais de saúde do local. Uma vez, tentaram adotá-lo, mas o animal acabou fechado em uma garagem e fugiu de volta para o Ruth Cardoso.

— Me ligaram cedo que ele tinha sido atropelado no hospital. Saí correndo para socorrer e levar ao veterinário. No caminho, me avisaram que ele tinha morrido. Ai, é um desespero. Ele era muito lindo, era uma história muito triste que tinha por trás da dele — destacou Beatriz, emocionada. — Põe lealdade nisso. Agora eles vão se encontrar.

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