A Globo estreia nesta segunda-feira (8) sua mais nova minisssérie, Treze Dias Longe do Sol. Estrelada por Selton Mello e Carolina Dieckmann, a trama será exibida logo após a novela das 21h, O Outro Lado do Paraíso. Toda a história parte do desmoronamento de um centro médico em construção segura. Embaixo da terra, além do risco de a estrutura desabar sob as cabeças dos sobreviventes, da fome e da sede, eles também enfrentam o drama de aceitar seus erros e não saber se terão como consertá-los.
O desabamento mobiliza toda a cidade, que se desdobra para resgatar os sobreviventes e apurar o que deu errado. Debaixo da terra, as vítimas lutam para não serem esmagadas e procuram uma saída dos escombros. Na superfície, os empresários responsáveis pela construção tentam se livrar da culpa.
A partir da história de nove soterrados que lutam pela vida debaixo dos escombros, a série questiona o comportamento humano e a dualidade entre barbárie e civilidade. O pontapé de tudo está no engenheiro Saulo (Selton Mello), que sonha em realizar a construção mais grandiosa de sua vida mas, para economizar na obra, acaba entregando um serviço mal feito e cheio de falhas. Saulo também fica soterrado, tendo a culpa é seu maior inimigo. Nos escombros, ele descobre que teve um filho com a sua ex-amante, Marion (Carolina Dieckmann) – que também é filha do dono do prédio.
Jogado de forma inesperada em uma situação limite, Saulo tem questões de sua vida reveladas com intensidade e isso provoca nele uma forte reflexão. “Tem a culpa de tudo aquilo que aconteceu, tem a revisão da vida, do que fez ele parar ali com a mulher da vida dele. Isso mexe muito com todos que estão ali embaixo”, ressalta o ator mineiro Selton Mello, 44, que em muitos momentos da série lembrou do irmão, Danton Mello, sobrevivente de um acidente de helicóptero, há 19 anos.
Para a autora Elena Soarez, 53 anos, que assina a trama com Luciano Moura, diretor artístico da série, a dualidade está presente não só na base da história, mas também na própria concepção dos personagens. O engenheiro Saulo é um exemplo disso, já que é o responsável pela tragédia e, ao mesmo tempo, o herói que vai tentar ajudar os soterrados.
“Não acho que o motivo seja ganância, porque a ganância já é um jeito da gente moralizar a coisa. Saulo tem esse impulso: ‘eu quero ser o maior construtor do mundo’. Ele faria qualquer negócio por isso, só que não dá para passar por cima das coisas: prédios caem e nosso corpo não aguenta”, pondera Elena. “Nosso herói é um herói sem conserto”, resume.