Conheça Alter do Chão, a vila de Santarém chamada de “Caribe brasileiro”

Em pleno coração da Amazônia, entre Belém e Manaus – onde o Rio Amazonas é tão largo que nas épocas de cheia não se avista a margem oposta –, Alter do Chão é uma vila de Santarém, que é um santuário natural que atrai visitantes de todas as partes do mundo.

Carinhosamente conhecida como Pérola do Tapajós, Santarém é uma agradável cidade paraense, localizada na região central da Amazônia, na confluência dos Rios Amazonas e Tapajós. Em frente à cidade, ocorre o espetáculo do encontro das águas destes grandes rios, que fluem por quilômetros, lado a lado, sem misturar suas águas de cores e densidades diferentes. Alter do Chão, também conhecida como o “Caribe da Amazônia” e “Caribe Brasileiro“, é uma das vilas da cidade de Santarém, que tem uma das praias mais bonitas do país.

A vila é farta de atributos que a tornam um dos principais destinos turísticos do Pará: beleza cênica, atrativos históricos/culturais, gastronomia diferenciada e boa infraestrutura.

Praia de Alter do Chão, em Santarém. (Foto:Bruno Cecim/Agência Pará)

Em pleno coração da Amazônia, entre Belém e Manaus – onde o Rio Amazonas é tão largo que nas épocas de cheia não se avista a margem oposta –, Santarém é um santuário natural que atrai visitantes de todas as partes do mundo. A região faz jus à famosa biodiversidade característica da Amazônia. Já foram catalogadas mais de duas mil espécies de peixes, quase mil de pássaros, centenas de espécies de mamíferos e cerca de 10% de todas as espécies de plantas existentes na Terra, entre elas espécies-símbolo da região, como a vitória-régia, as bromélias e as enormes árvores típicas deste bioma.

Na região há florestas protegidas, cachoeiras, igarapés, rica fauna e flora, além dos lagos e praias formadas ao longo do Rio Tapajós, que fazem a alegria dos ecoturistas que buscam um contato profundo com a natureza. A praia mais bela e famosa é Alter do Chão, destacada na mídia nacional e internacional como uma das mais belas do mundo, por suas areias brancas, água clara, morna e de um azul transparente. Este paraíso é palco da festa do Çairé, a maior manifestação cultural do oeste do Pará.

Santarém também é o principal acesso para unidades de conservação, com destaque para a Floresta Nacional do Tapajós (Flona Tapajós), localizada no município de Belterra, uma maravilhosa reserva natural onde é possível caminhar, passear de canoa e visitar as famílias extrativistas que vivem na região. Os visitantes chegam a Santarém pelos mais diversos motivos e das mais variadas formas. Há navios de cruzeiro internacionais que ancoram na região e depois seguem viagem sem muito contato com a comunidade local.

Há também os mochileiros, em geral jovens estrangeiros, que se aventuram e viajam nas gaiolas – barcos de transporte de passageiros típicos do Rio Amazonas – de Belém a Manaus, com parada em Santarém. Mais recentemente, com a construção do aeroporto e a chegada de voos comerciais regulares, várias agências de turismo nacionais e internacionais passaram a oferecer pacotes de Ecoturismo, o que está contribuindo para desenvolver a oferta local de passeios e atividades.

Orla de Santarém. (Foto: Bruno Cecim / Ag.Pará)

O turismo em Santarém

Depois de passar por inúmeros ciclos econômicos, há 15 anos o turismo começou a se consolidar em Santarém como uma alternativa sustentável de desenvolvimento para a região. A princípio, o único segmento explorado era o turismo regional de Sol e Praia em Alter do Chão. Com o advento do Ecoturismo, Santarém foi descoberta como um excelente destino para atividades na natureza e ecoturistas de várias partes do Brasil e do mundo começaram a frequentar a região.

Há opções de hospedagem para todos os gostos e bolsos. O turismo de negócios – movimentado principalmente por representantes comerciais, compradores, técnicos de mineradoras e pessoas ligadas ao porto – tem motivado a construção de novos hotéis que já estão estruturados para realização de reuniões e eventos. A disponibilidade destas estruturas e a qualificação dos serviços começam a atrair uma demanda diferenciada que contribui para garantir altas taxas de ocupação, equilibrar a sazonalidade e melhorar a qualidade da oferta turística em Santarém.

Em Alter do Chão, a 35 km de Santarém, há outras opções de hotéis e pousadas. A maioria é bem simples, mas algumas se destacam por oferecer boa infraestrutura e belas áreas verdes, às margens do lago que banha a cidade.A produção artesanal é um dos grandes destaques do turismo em Santarém. Peças em cerâmica, madeira, palha, tecido e as belíssimas biojoias, com fortes influências indígenas e ribeirinhas, são comercializadas em ótimas lojas. Há algumas tão ricas e diversificadas que oferecem peças de mais de 60 etnias indígenas.

A gastronomia local é também muito rica e possui diversos pratos típicos. O pato no tucupi, o principal deles, utiliza jambu em seu preparo, um vegetal que tem o poder de adormecer a língua de quem prova a iguaria. Mas também os pratos à base de peixes da região amazônica, como tucunaré, tambaqui e pirarucu, são muito apreciados tanto por moradores quanto por visitantes. Agências locais organizam os passeios de barco para Alter do Chão e Ponta de Pedras, outra belíssima praia da região.

O Ecoturismo em Santarém

Há uma demanda regional de turistas de cidades próximas, como Belém e Manaus, em busca de sol e praia, principalmente durante o carnaval, nas férias escolares de dezembro e janeiro e, no Çairé, que ocorre atualmente em setembro. A festa atrai milhares de turistas que, durante três dias, cantam, dançam e participam de rituais religiosos e profanos, resultantes da miscigenação cultural entre índios e portugueses.

Um atrativo muito procurado pelos ecoturistas é a Floresta Nacional do Tapajós. Atividades como caminhadas, passeios de barco a motor e a remo, visitas às comunidades ribeirinhas extrativistas ou mesmo banhos de rios são as grandes atrações para os visitantes. O acompanhamento dos guias locais capacitados, que fazem uma excelente interpretação do ambiente, garante a segurança e o melhor aproveitamento dos passeios. Na Flona não há hotéis ou pousadas, mas uma experiência interessante é se hospedar nas casas das comunidades de seringueiros e interagir com o seu modo de vida integrado à floresta.

A cidade ainda guarda uma boa parte do patrimônio histórico arquitetônico da época da colonização portuguesa, com casarões, igrejas e museus, o que torna a visita também interessante sob o ponto de vista cultural. 

Como chegar?


O acesso se dá principalmente pela rodovia estadual Everaldo Martins, a PA-457, totalmente pavimentada. Outra forma de acesso à vila é pelo rio Tapajós, que pode ocorrer por meio de barco ou de lancha. A viagem dura, em média, 45 minutos de carro e 3h pelo rio. Por via aérea, Santarém tem aeroporto e voos diários, principalmente de Belém, Manaus e Brasília.

Segundo a Secretaria Municipal de Turismo de Santarém, a vila conta com boa infraestrutura para receber o turista com hotéis, pousadas, agência de viagem, artesanato, pratos típicos da culinária paraense.

Carnaval, Festival Borari e Çairé

Visitantes de todos os lugares do Brasil e do mundo movimentam a vila no período do Carnaval do ‘Mela Mela’ – uma brincadeira de espuma e amido de milho que anima os foliões, no Festival Borari – festa indígena que mantem a identidade cultural da vila e ainda a Festa do Çairé, a mais antiga manifestação folclórica realizada anualmente em setembro. Há cerca de 300 anos, o Çairé une rituais religiosos e inclui a disputa folclórica dos botos Tucuxi e Cor de Rosa. A festa reúne cerca de 100 mil pessoas.

Çaíre, em Santarém. (Foto:Divulgação/Agência Pará)

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Natural da cidade de Ponta de Pedras, na Ilha do Marajó, ele era conhecido como o roqueiro mais antigo do Brasil.

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