Conhecida por suas belas praias, a comunidade de Ponta de Pedras, localizada no meio do caminho entre Santarém e a vila de Alter do Chão, no Pará, pode começar a ofertar diferentes atrativos para os turistas. As falésias, o lago e a ponta do Tapari são locais com acesso fácil pelo rio Tapajós a partir da comunidade.
A proposta de ofertar diferentes opções de lazer além das praias e dos pratos da culinária a base de peixe aos visitantes é do projeto de extensão ‘Geodiversidade Amazônica’, coordenado pela professora Deize Carneiro Adams, do Instituto de Engenharia e Geociências (IEG) da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa):
“O projeto tem como objetivo promover a geoconservação e, no âmbito dessa ação, fortalecer os laços de fraternidade e solidariedade junto à comunidade de Ponta de Pedras”.
Ao longo da excursão, os participantes aproveitaram para fazer fotos e vídeos para o concurso ‘Juntos para Cuidar’. Jovens de Óbidos, Juruti e Santarém e da comunidade de Ponta de Pedras aproveitaram a excursão para produzir material para o concurso, que busca estimular a produção artística entre o público jovem e promover a conservação ambiental por meio da geoconservação.
Recentemente, a equipe do projeto, composta por geógrafos e geólogos, além de alunos de Ciências da Terra, Ciências da Computação e diversos outros cursos de graduação, integraram excursão geológica na qual visitaram as falésias e a ponta e o lago do Tapari, este último localizado na margem direita do rio Tapajós, perto da confluência com o rio Amazonas.
Na excursão, os jovens da comunidade receberam explicações científicas sobre as duas formações geológicas: as falésias e o lago do Tapari.
“Essa excursão fluvial foi a prévia do que poderá ser uma excursão geoturística em alguns pontos turísticos aqui de Ponta de Pedras, como o lago do Tapari, a região das rochas e as falésias ao longo do rio Tapajós. A proposta é trazer para a comunidade conteúdos sobre a Geociência que possam se tornar atrativos geoturísticos e, com isso, gerar renda no futuro”, explicou a coordenadora do projeto, Deize Carneiro Adams.
O geólogo Livaldo de Oliveira Santos detalhou a formação conhecida como Alter do Chão: “Aqui nós temos arenito com intercalações de argilito; esse material pode variar de uma cor amarelada até esbranquiçada. Essa formação possui uma permeabilidade e uma porosidade, e isso significa que através das recargas das chuvas nós vamos ter infiltração dessa água nesse solo, então nós vamos ter a formação do aquífero Alter do Chão”.
O Padre Edson, da paróquia de Óbidos, que integra o ‘Movimento dos Focolares’, um dos parceiros do projeto ‘Juntos Para Cuidar’, também integrou a excursão fluvial:
“Nós estudamos a história para entender a história humana. Se nós conhecemos a importância do território geológico, podemos preservar ainda mais, podemos valorizar com o pouco que temos do nosso conhecimento. Cada pedacinho daqui [da paisagem] nos conta muito, tem muito a nos ensinar. Louvada seja a nossa irmã Terra”.
A única professora da comunidade de Ponta de Pedras, Cenilda Inez da Silva Mafra, diz que está confiante com o projeto:
“Acredito que esse projeto é de suma importância, tanto para nós da comunidade, quanto especificamente para o turismo na comunidade, no nosso município. Tudo aquilo que está ao redor desse projeto, que é cuidar do meio ambiente, vem trazer para nós uma grande experiência que nós vamos levar para outros lugares, para outras comunidades também”.
A excursão fez parte das atividades do concurso de artes ‘Juntos para Cuidar em Ponta de Pedras’, desenvolvido pelo projeto em parceria com Associação Nossa Senhora das Graças de Ponta de Pedras e o Movimento dos Focolares. Durante o trajeto os jovens foram convidados a registrar por meio de fotos e vídeos, utilizando os aparelhos de telefone celular, as paisagens com o objetivo de lançar um novo olhar para o lugar em que vivem, estudam e trabalham.
*Com informações da Universidade Federal do Oeste do Pará