O objetivo é promover o turismo de base comunitária, valorizando as comunidades indígenas e quilombolas, por meio da formatação de experiências turísticas.
Os dois roteiros paraenses selecionados para o projeto Experiências do Brasil Original (EBO), realizado pelo Ministério do Turismo (MTur), em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF,) recebem visita de validação técnica. A primeira é a comunidade quilombola África e Laranjituba, localizada em Moju, e a segunda será a comunidade Indígena Borari, situada em Santarém.
O objetivo do projeto é promover o turismo de base comunitária, valorizando as comunidades indígenas e quilombolas, e diversificar a oferta turística brasileira por meio da formatação de experiências turísticas memoráveis e transformadoras oferecidas pelos povos originários em seus territórios.
As validações começaram na comunidade Indígena Raposa I, em Roraima. A comunidade é conhecida pela produção de panelas de barro pelas mulheres Macuxi. Também foi a primeira comunidade indígena de Roraima a protocolar um plano de visitação aprovado pela Funai a fim de operar o turismo. Nesta semana, o Quilombo Povoado Moinho, em Alto Paraíso do Goiás recebe a visita dos técnicos.
O projeto contempla quatro roteiros, sendo duas experiências localizadas em comunidades indígenas e duas localizadas em comunidades quilombolas, situados nos Biomas Amazônia e Cerrado. Antes das visitas técnicas, as comunidades foram consultadas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Ministério da Igualdade Racial (MIR), Ministério dos Povos Indígenas (MPI), FUNAI e a Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ).
A escolha de dois roteiros paraenses mostra o fortalecimento do Turismo de Base Comunitária (TBC) no Pará.
“Esse turismo oportuniza o fortalecimento das nossas raízes, do respeito às tradições culturais, é um convite ao conhecimento da ancestralidade, dos territórios das populações originárias. É um turismo criativo, que ainda enfrenta desafios, precisa de apoio, de aprimoramento para que esse retorno fique nas comunidades”,
analisou o titular da Setur (Secretaria de Estado de Turismo), Eduardo Costa.
África e Laranjituba
A comunidade realiza trabalhos neste segmento há quase 21 anos. No território, é possível acompanhar e participar do dia a dia dos moradores que colhem açaí, produzem farinha e extraem o barro para produção do artesanato em cerâmica.
“Ser indicado e participar de um projeto tão importante deixa a gente muito contente, porque para além das lutas, dos trabalhos ao longo de anos representa reconhecimento pela ancestralidade, pela educação ambiental e avanços. A expectativa é que essa visibilidade possa ser convertidas em oportunidades para essa gente que é relegada ao descaso”,
sintetizou Raimundo Magno, representante da comunidade e consultor de projetos da Coordenação das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombo do Pará (Malungu).
Experiências do Brasil Original
O projeto tem como objetivo, ampliar e diversificar a oferta turística brasileira por meio do desenvolvimento de experiências turísticas memoráveis ofertadas por povos Indígenas e comunidades quilombolas em seus territórios, que envolvam agricultura familiar, extrativismo, artesanato, etnoturismo e/ou ecoturismo. O projeto visa fortalecer o mercado do turismo doméstico e de base comunitária, para que esses roteiros passem a compor a oferta competitiva e inovadora de produtos e serviços turísticos do Brasil.
A proposta busca também dar visibilidade a sociobiodiversidade brasileira, com a valorização da cultura e das tradições e o fomento a fontes alternativas de renda por meio de apoio e capacitação de integrantes dos povos Indígenas e comunidades quilombolas brasileiras para a criação e o aprimoramento de experiências turísticas que estejam aptas à comercialização. O recurso para realização do projeto é proveniente de um Termo de Execução Descentralizada firmado entre Ministério do Turismo e Universidade Federal Fluminense no valor de R$ 900.000,00. O instrumento tem vigência até 31/12/2023.