Centenas de jacarés atraem curiosos e ajudam projeto de turismo comunitário em reserva de Rondônia

As atrações incluem a contemplação da paisagem regional e a interação com a comunidade, como a revoada dos biguás, focagem noturna de jacarés, amanhecer no lago e a gastronomia local.

Além de abrigar mais de 37 mil jacarés em seu lago, a Reserva Extrativista (Resex) Lago do Cuniã, localizada na região do Baixo Madeira, em Porto Velho (RO), surpreende a todos por suas belezas naturais.

A curiosidade de saber como os moradores da comunidade conseguem conviver em harmonia com animais selvagens, fazem muitos se perguntarem: como conhecer esse paraíso amazônico? Spoiler: por enquanto, só pode ser desfrutando pela população local.

Reserva faz parte do ‘circuito beradeiro’ mapeado e desenvolvido pela Semdestur. Foto: Emily Costa/Rede Amazônica

Como se trata de uma Reserva Extrativista, além dos moradores, só podem entrar no local os familiares mais próximos, pesquisadores e entidades públicas. A visitação acontece mediante autorização do Instituto Chico Mendes de Conservação da biodiversidade (ICMBio), responsável por fiscalizar e monitorar a região.

Mas para facilitar o acesso à região, a Secretaria Municipal de Indústria, Comércio, Turismo e Trabalho de Porto Velho (Semdestur) desenvolve um plano de ação de turismo comunitário nos núcleos da unidade extrativista, para que seja permitido visitas na Resex.

Por que o turismo de base comunitária?

Conforme Mauro Guimarães, analista do ICMBio, o turismo de massa pode causar prejuízos irreversíveis à fauna, flora e à cultura local. Em muitos lugares, o esforço para atrair visitas com o mercado de viagens deu lugar a uma preocupação com os efeitos adversos da atividade.

O turismo de base sustentável ou comunitário, é baseado na participação ativa das comunidades locais no desenvolvimento e na gestão do turismo sustentável em suas áreas, evitando impactos no ecossistema e na cultura.

Leia também: Portal Amazônia responde: o que é turismo de base comunitária?

Segundo Glayce Bezerra, secretária da Semdestur, o turismo de base comunitária na reserva está centrado na preservação ambiental, com a participação dos residentes locais. “A reserva tem o protagonista da comunidade. Eles cuidam e são pertencentes desse lugar”, pontua.

Foto: Emily Costa/Rede Amazônica

As atrações incluem a contemplação da paisagem regional e a interação com a comunidade, como a revoada dos biguás, focagem noturna de jacarés, amanhecer no lago e a gastronomia local.

O Plano de Desenvolvimento Sustentável do Turismo de Base Comunitária foi desenvolvido em colaboração com o ICMBio, o Instituto Rondoniense de Turismo e a Associação dos Moradores, Extrativistas e Produtores Rurais da Reserva Extrativista do Lago do Cuniã (ASMOCUN).

Etapas do projeto 

O projeto segue diversas etapas para a implementação do plano de ação do turismo de base comunitária. A primeira foi a realização de uma visita técnica à Unidade de Conservação.

Além disso, aconteceram encontros com os conselheiros do Conselho Empresarial de Turismo (Conetur), para interação com a comunidade e levantamento das necessidades locais. Com o objetivo de iniciar um plano de ação com base nas habilidades de cada participante.

Na terceira etapa foram realizados a execução do mapeamento e inventário da oferta turística e desenvolvimento de uma marca promocional, criação do mapa turístico do Lago do Cuniã e a elaboração de um livreto de Turismo de Base Comunitária – Baixo Madeira.

Agora, na quarta etapa, a Semdestur deu início ao estudo de capacidade de carga, em parceria com a Universidade Federal de Rondônia (Unir). Esse processo avalia o fluxo de turistas que os núcleos podem suportar, com visitas técnicas realizadas nos núcleos Pupunhas, Neves, Silva Lopes, Araçá e Bela Palmeira.

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