Confira a localização de nove trilhas para aproveitar na Amazônia

Além de proporcionar uma fuga revigorante do cotidiano agitado, as trilhas oferecem uma série de benefícios para a saúde física e mental.

Em um mundo cada vez mais dominado por telas e concreto, é fácil esquecer o quão essencial é a conexão com a natureza. Uma atividade que tem ganhado popularidade e destaque é a prática de trilhas na natureza. Além de proporcionar uma fuga revigorante do cotidiano agitado, as trilhas oferecem uma série de benefícios para a saúde física e mental, assim como contribui para a preservação ambiental.

Portal Amazônia reuniu informações sobre nove trilhas que estão localizadas em três Estados da região Amazônica. Confira:

AMAZONAS

Caminhos do Rio Negro | Manaus (extensão 630 km)
O Caminhos do Rio Negro é uma trilha de longo curso, com aproximadamente 630 quilômetros de extensão, entre trilhas de terra firme e trilhas aquáticas, que percorrem unidades de conservação do Mosaico do Baixo Rio Negro (MBRN), pelos municípios de Manaus, Iranduba, Novo Airão e Barcelos, no Amazonas. Além das trilhas terrestres e aquáticas, também temos as trilhas aquáticas de conexão, que interligam as demais trilhas, mas que normalmente são percorridas com embarcação motorizada, o que não exclui a possibilidade de ser feita por embarcação não motorizada.

Trajeto

Os Caminhos do Rio Negro são compostos por trilhas terrestres e aquáticas. Sobre as trilhas terrestres, vão desde pequenas trilhas de 400 metros a travessias de 60km que demandam até 4 dias, passando por ambientes que oferecem desafios para transpor ambientes encharcados, com acampamentos rústicos e uma natureza primitiva. As trilhas possuem baixa variação de altitude. Essas trilhas são conectadas uma às outras por trilhas aquáticas, que podem ser percorridas por embarcação motorizada e não motorizada. Várias trilhas aquáticas passam por dentro do igapó (floresta inundada) e interligam atrativos como as praias e petróglifos da região.

Existe um potencial muito grande para o desenvolvimento de expedições de caiaque pelos Caminhos do Rio Negro. Esse potencial já vem sendo explorado por alguns aventureiros em seus caiaques. Como existe possibilidade de uso de veículos de diferentes potências, o número de dias é uma estimativa, podendo os Caminhos serem feitos em mais ou menos dias. Para percorrer as trilhas localizadas dentro do território do Parque Nacional do Jaú e Rio Unini necessita autorização de entrada, que podem ser conseguida, gratuitamente, através do e-mail parnajau@icmbio.gov.br. Da mesma forma, para percorrer a Trilha Terrestre do Apuaú, no Parque Nacional de Anavilhanas, que pode ser solicitada pelo e-mail pna@icmbio.gov.br

Foto: Reprodução/etrilhas

PARÁ

Trilha Amazônia Atlântica | Trecho 1 – Belém – Caraparu (extensão 65.00 km)
Trecho 1/7 da Trilha Amazônia Atlântica. Entre os sete percursos da Trilha Amazônia Atlântica, esse é o percurso mais urbano. A Trilha Amazônia Atlântica percorre, em regra, as áreas mais naturais, entretanto na região metropolitana de Belém a trilha procura aproveitar o máximo do rico patrimônio natural e cultural da capital paraense. Em Belém, nada mais nada menos que o trajeto realizado no Círio de Nazaré. Inclusive, a Trilha Amazônia Atlântica pode ser utilizada pelos romeiros que vem de longe da cidade.

Neste trecho o visitante conhece alguns dos principais pontos turísticos da capital paraense. A Feira Ver o Peso, o Teatro da Paz, a Praça da República e a Basílica de Nazaré, alguns dos principais atrativos turísticos de Belém estão ao longo do percurso, assim como o Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi e o Bosque Rodrigues Alves. Atenção máxima nesse trecho, pois a Rodovia BR 316 é bem movimentada e até o município de Benevides são cerca de 20 km de percurso que requer mais atenção.

Em Benevides, começa o percurso mais rural da trilha. Começando a revelar agora as belezas do Pará mais profundo. A Trilha segue percorrendo a região rural de Santa Isabel do Pará, com uma pedalada tranquila, com muitos igarapés, pequenas comunidades rurais e linda paisagem. Alguns areais oferecem um desafio extra no terreno, mas em regra geral o ciclista ou caminhante vai percorrer estradas de terra até a Comunidade do Feijoal, no município de Santa Isabel, é uma pequena vila de gente hospitaleira e que guarda uma pequena praia às margens do Rio Caraparu. Espetacular para um bom descanso e aquele mergulho em um dos principais rios da região.

Depois da Vila do Feijoal, o visitante chega à Vila do Caraparu que conta com um dos melhores balneários da região.

Trajeto

Igreja da Sé -São Bras – BR 316-Centro de Benevides-Ramal do Tayassuí – Comunidade do Maravilha – Vila do Sena-Vila do Feijoal – Vila do Caraparu. 

Foto: Reprodução/etrilhas

Trilha Amazônia Atlântica | Trecho 2 – Trilha dos Três Quilombos (extensão 56.00 km)
Partindo da Vila do Caraparu, o visitante percorre cerca de 30 km de asfalto pela PA 140 e estradas de terra . Ao finalizar uma trilha no meio da mata chega-se ao Quilombo da Trindade, onde é possível percorrer quatro quilômetros de trilha bem fechada de uso secular do quilombo que tem mais de 300 anos. E onde é possível curtir um igarapé incrível de água bem gelada.

Logo em seguida, o visitante chega na tranquila São João da Cabeceira e em seguida a Trilha segue em direção à Vila do Macapazinho, também com possibilidade de um delicioso banho no Rio Apeú. A partir do Macapazinho, a Trilha segue por estradas de terra até o Quilombo do Pitimandeua, que, apesar de estar localizado a cerca de 10 km do centro de Castanhal, está imerso num ambiente natural preservado e também com igarapé maravilhoso bem no centro da aconchegante e bem conservada vila de moradores.

Trajeto

Vila do Caraparu – PA 140 – Quilombo da Santíssima Trindade – Macapazinho – Quilombo do Petimandeua. 

Foto: Reprodução/etrilhas

Trilha Amazônia Atlântica | Trecho 3 – Petimandeua – Taciateua (extensão 73.00 km) 
Trecho 3/7 da Trilha Amazônia Atlântica, PA Nessa região é possivel conhecer pequenas vilas no caminho. Cada uma com sua graça e sua história. Muitas, inclusive, relacionadas à história da antiga Ferrovia Belém – Bragança, a primeira ferrovia em solo amazônico. Todo esse território faz parte da Bacia do Rio Maracanã, que desagua entre Algodoal e Salinas, no litoral do estado. 

Esse percurso, em regra, é percorrido basicamente em estradas de Terra, entretanto é preciso atenção em um pequeno trecho que atravessa a BR 316. Atenção máxima nessa hora! Um dos raros momentos em que a trilha percorre uma área urbana é em Santa Maria do Pará, quando o trilheiro tem uma oportunidade de abastecimento com equipamentos, alimentos e água.

Trajeto

Quilombo do Petimandeua – Barro Branco – Santa Maria do Pará – Taciateua. 

Foto: Reprodução/etrilhas

Trilha Amazônia Atlântica | Trecho 4 – Taciateua – Capanema (extensão 47.00 km) 
Trecho 4/7 da Trilha Amazônia Atlântica. A partir de Taciateua, em St Maria do Pará, a Trilha chega até Capanema percorrendo antigas estradas de terra. Alguns trechos aproveitam a antiga Estrada de Ferro Belém – Bragança, especialmente no município de Peixe-Boi e Capanema. Peixe Boi tem boa estrutura com farmácias, mercados, restaurantes e outros serviços. 

De lá a Trilha segue um pequeno percurso pela PA 242, que demanda ainda mais atenção do ciclista ou caminhante, mas logo a Trilha se conecta à outra estrada de Terra em direção ao município de Capanema. Percorrendo as antigas jazidas que agora se transformaram em grandes lagos rodeados de vegetação nativa. Esse trecho próximo ao município de Capanema, além de muita beleza é um trecho um pouco mais técnico, com um terreno mais ‘pesado’, que oferece uma pedalada ainda mais desafiadora para o (a) ciclista.

Trajeto

Taciateua – Quatro Bocas – Peixe Boi – Jazidas – Capanema. 

Foto: Reprodução/etrilhas

Trilha Amazônia Atlântica | Trecho 5 – Travessia dos Campos (extensão 85.00 km)
A travessia dos Campos Naturais de Tracuateua e Bragança superam todas as expectativas. O lugar lembra muito os campos do Marajó e permite uma experiência incrível junto aos campos alagados tão respeitado pelos ciclistas locais. Esse percurso é de tirar o fôlego, não só pelo alto grau de exposição solar e um pouco mais de dificuldade para atravessar um dos campos, mas também pelos cenários de natureza exuberante da região. Repletos de búfalos, guarás e várias outras espécies da região. Mas, em regra, a Trilha segue grande parte do Trecho por estrada de terra. Como raro acontece, nesse trajeto da Trilha Amazônia Atlântica não há igarapés para banho.

Por esse motivo é muito importante estar sempre abastecido com água e se proteger da exposição ao sol. Há poucos quilômetros do Quilombo do América, em Bragança, fica localizado um dos balneários mais visitados da região, a Lagoa Azul, rara oportunidade de mergulho desse Trecho da Trilha Amazônia Atlântica. Na lagoa azul é possível encontrar uma boa estrutura de bebida, comida, ainda que familiar.

Trajeto

Capanema – Tauari – Mirasselvas – Com. Santa Maria – Território Quilombola de Torres – Com Santa Tereza – Ilha Serrada – Cantina – Areia Branca – Vila Cajueiro – Trapeval – Tamatateua – Território Quilombola do América. 

Foto: Reprodução/etrilhas

Trilha Amazônia Atlântica | Trecho 6 – Camutás-Urumajó (extensão 80.00 km)
Esse percurso integra Bragança e Augusto Corrêa aproveitando antigos caminhos, trechos de trilha fechada (single treck) e ramais de terra conectando diversas vilas da região. A mais antiga delas, a Vila Quiera, com sua cerâmica tradicional, assim como o Treme e Caratateua, que são alguns dos portos que mais recebem caranguejos na região. Região de rica bioidiversidade e cultura onde o visitante passa, por diversas vezes percorre por caminhos que margeiam os imponentes manuezais da Região. Nunca é demais lembrar que esta área está localizada na faixa de manguezal preservado contínuo do planeta, que segue do maranhão até o estado do Amapá.

Em Nova Olinda, município de Augusto Corrêa, é possivel pernoitar dentro do manguezal e comer o famoso “avoado de ostra”, onde os mariscos são assados em brasa bem fresquinhos, coletados na hora. Experiência inesquecível pra quem percorre esse trecho da Trilha Amazônia Atlântica. Importante lembrar a Praia de Perimirim, à 10 km da Trilha. Oportunidade maravilhosa para conhecer uma das praias da Região, onde botos interagem com pescadores como raramente encontrado na Amazônia.

Trajeto

Quilombo do América, área Urbana de Bragança, Ponte da Sapucaia, Vila Que Era – Caratateua – Treme ainda em Bragança – área urbana de Augusto Corrêa, Patal – Vila do Meio – Nova Olinda (Augusto Corrêa) 

Foto: Reprodução/etrilhas

Trilha Amazônia Atlântica | Trecho 7 – Trecho Serra do Piriá (extensão 54.00 km) 
Nesse trecho a Trilha Amazônia Atlântica percorre comunidades antigas, com uma bela dose de trilhas do tipo single treck, percorrendo comunidades como as Vilas de Fernandes Belo e Açaidetua. Igarapés de água clara fazem parte do percurso que abriga a enigmática Serra do Piriá, já no município de Viseu, que faz fronteira com o estado do Maranhão. A Serra do Piriá oferece mirante incrível do litoral atlântico da Amazônico em seu encontro com oceano, além de Cavernas pouco exploradas em meio a densa floresta amazônica. É uma boa opção também para iniciar a Trilha Amazônia Atlantica, para quem quer se aventurar a percorrer a Trilha completa.

Trajeto

Nova Olinda – Açaiteua – Fernandes Belo – Basília – Cabeceira – Centro Alegre – Jutai-da -Serra – Mirante da Serra do Piriá. 

Foto: Reprodução/etrilhas

RORAIMA

Monte Roraima Bolívar | Santa Elena de Uairén – Roraima (extensão 102.85 km)
Localizado na tríplice fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana, o misterioso Monte Roraima é um dos destinos mais visados por trilheiros e alpinistas. Para subir a pé (e não escalando), é necessário começar pelo lado venezuelano. Leva-se de 2 a 3 dias para atingir o cume, e geralmente passa-se alguns dias explorando o topo.

Trajeto

Para realizar a travessia é indispensável a contratação de um guia ou agência especializada, não há nenhum tipo de infraestrutura no percurso e não é fácil se orientar. A subida começa pela Venezuela, e a cidade base é Santa Elena de Uairén. A primeira parada é o Parque Nacional Canaima, e as estradas devem ser percorridas em um 4×4, pois as condições são ruins. Do Parque se parte para o Monte Roraima, em um percurso que passa por acampamentos e vai ficando cada vez mais selvagem conforme se avança. 

Foto: Reprodução/etrilhas

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