FAS é premiada pela Unesco por ações de educação para o desenvolvimento sustentável de comunidades na Amazônia

 
As ações de educação promovidas pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS) para desenvolver comunidades tradicionais da Amazônia renderam à organização um reconhecimento único em sua trajetória. Com mais de 11 anos de atuação na conservação ambiental e valorização das pessoas que vivem nas florestas, a FAS foi anunciada nesta terça-feira (15), como vencedora do Prêmio Unesco sobre Educação para o Desenvolvimento Sustentável, concedido a soluções inovadoras de todo o mundo capazes de transformar a realidade do meio ambiente, da economia e da sociedade pelo desenvolvimento sustentável.

Outros dois projetos globais também foram premiados, um em Botsuana, com educação para a vida e o trabalho, e outro na Alemanha, com ações para combater as mudanças climáticas. Em toda a história, a FAS é a única organização brasileira e a única da América do Sul a ser premiada.

Foto:Dirce Quintino/FAS

O anúncio dos vencedores foi feito hoje pela diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay. Cada um dos premiados receberá um valor de US$ 50 mil. A entrega acontecerá em 15 de novembro durante cerimônia na sede da Unesco em Paris, na França, durante a Conferência Geral da Unesco. Todo o prêmio é financiado pelo Governo do Japão.

Entre as ações da FAS de Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS) na Amazônia que levaram à conquista do prêmio estão soluções inovadoras aplicadas em 581 comunidades ribeirinhas e indígenas situadas em 16 Unidades de Conservação (UC), numa área equivalente a 10,9 milhões de hectares, beneficiando mais de 39 mil pessoas. Dentre elas estão projetos e programas voltados à educação ambiental, conhecimento tradicional, gestão de recursos naturais, geração de renda, empoderamento comunitário e capacitação de lideranças.

Tais iniciativas são ensinadas e repassadas às populações tradicionais dentro de espaços físicos construídos pela FAS nas comunidades ribeirinhas e indígenas, os chamados Núcleos de Conservação e Sustentabilidade (NCS). Ao todo, são nove NCS em todo o Amazonas que servem como plataforma de implementação do ESD e de espaços para promoção de educação e de políticas públicas para alavancar soluções adaptadas ao desenvolvimento sustentável.

Só neste ano, em 2019, são mais de 750 alunos matriculados participando de atividades de educação nos NCS, de Ensino Fundamental, Médio, Educação para Jovens e Adultos (EJA) e Superior. De 2016 a 2019, foram 340 cursos e formações desenvolvidas.

Foto:Luiz Maudonnet/FAS

Redução do desmatamento

A estratégia de levar ações de educação para desenvolvimento sustentável a comunidades tradicionais da Amazônia alcançou resultados extremamente positivos nos últimos anos na redução do desmatamento e na melhoria qualidade de vida das pessoas que vivem em Unidades de Conservação. Em dez anos, entre 2008 e 2018, as iniciativas de EDS diminuíram as taxas de desmatamento em 76% nas áreas de atuação, conforme dados do governo brasileiro, e aumentou a renda média mensal per capita das famílias beneficiadas em 202%.

“Esse prêmio tem um simbolismo enorme e representa um reforço na nossa convicção de que a melhor forma de cuidar da floresta é cuidar das pessoas”, comenta Virgílio Viana, superintendente-geral da FAS. “Temos apoiado desde o início ações inovadoras de educação capazes de fazer com que as pessoas, façam uma ponte entre o saber tradicional das suas culturas com o saber e o conhecimento científico contemporâneo, fazendo dessa fusão oportunidade de alavancar sonhos de vida e dar novas perspectivas, fazer desses jovens empreendedores da floresta líderes de processos inovadores capazes de dar valor à biodiversidade da Amazônia, gerando emprego e renda e fazendo com que a floresta tenha mais valor em pé do que derrubada”, concluiu.

Foto:Bruno Kelly/FAS

Sobre o prêmio

Financiado pelo Governo do Japão, o Prêmio Unesco-Japão de Educação para o Desenvolvimento Sustentável está em sua quinta edição. Nos anos anteriores venceram iniciativas da Guatemala, El Salvador, Alemanha, Indonésia, Camarões, Japão, Reino Unido, Jordânia, Zimbábue, Namíbia e Estônia.

O prêmio foi estabelecido pelo Conselho Executivo da Unesco no âmbito do Programa de Ação Global sobre ESD, para divulgar e recompensar iniciativas de ESD transformadoras. Os vencedores são escolhidos por um júri internacional independente com base em critérios como soluções inovadoras capazes de mudar a realidade das pessoas por meio do desenvolvimento sustentável do meio ambiente, da economia e da sociedade

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