Empresa varejeira do norte do país, Bemol, vem desenvolvendo ações pautadas nos princípios do ESG, com destaque ao fator social.
ESG é uma sigla que vem se popularizando no meio empresarial, principalmente quando se fala a respeito de compromisso com a preservação ambiental. Seu significado, traduzido do inglês, significa ‘meio ambiente, social e governança’ – sendo uma das principais formas que uma empresa tem de monitorar impactos, positivos e negativos, que se tem no desempenho financeiro relacionado a estes fatores.
Em resumo, ESG é uma filosofia que tem por objetivo o crescimento econômico de uma empresa, baseado no investimento de longo prazo em sustentabilidade. Esses princípios devem estar alinhados com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), compromissos mundiais que as empresas devem seguir em prol de um desenvolvimento sustentável.
Mas quando se fala a respeito de preservação ambiental é impossível deixar de fora o compromisso com o fator social. Os investimentos no “S”(social) do ESG contribuem para uma sociedade mais igualitária. Entretanto, quais atividades as empresas tem desenvolvido para acentuar seu compromisso social?
Empresa varejeira do Norte do país, a Bemol tem desenvolvido ações pautadas nos princípios do ESG com destaque justamente ao fator social. O Portal Amazônia conversou com Elenize Avelivo, especialista em sustentabilidade da Bemol S/A, sobre como é colocada em prática essa parte da nova filosofia.
A Bemol é uma empresa que atua, desde sua criação em 1942, com diversos segmentos do varejo. Atualmente comercializando desde eletrodomésticos até farmacêuticos, a marca é uma das mais conhecidas da Região Norte.
E é justamente por seu nicho de mercado que a empresa ressalta o pilar social em seus projetos e programas.
“Concentramos uma atenção especial no pilar social, especialmente quando se trata da Amazônia. Nessa realidade, onde as populações ainda enfrentam carências em termos de saúde, educação, conectividade, logística e apoio a empreendimentos que promovam visibilidade e um futuro digno, é imperativo desenvolver iniciativas que contribuam para melhorar as condições devida de todos os indivíduos”,
explica.
Partindo desses preceitos, a Bemol tem desenvolvido suas práticas ESG por meio de projetos, ações e programas de capacitação e inclusão. Uma das ações aparece como uma política empresarial, a ‘Empregabilidade com foco em diversidade’, que, como o nome indica, é um comprometimento da empresa na contratação de minorias sociais e grupos mais vulneráveis da sociedade. Medida que chega até mesmo a se fundir com os princípios de governança da empresa.
“Estamos comprometidos com a empregabilidade de refugiados, indígenas e pessoas com mais de 50 anos. Mantemos um programa dedicado ao desenvolvimento de liderança e carreiras das mulheres em nossa organização. Priorizamos a diversidade e a inclusão em nosso processo de contratação, avaliando candidatos com base em suas habilidades e experiências profissionais, garantindo uma avaliação justa e imparcial. Além disso, reservamos vagas exclusivas para pessoas com deficiência (PCD), assegurando oportunidades equitativas para todos os candidatos. Estabelecemos parcerias com as ONGs Hermanitos, Visão Mundial e ACNUR para facilitar a contratação de colaboradores indígenas e estrangeiros”,
destaca a especialista.
“Este programa, realizado em parceria com a Rede Mulheres Empreendedoras, capacita e oferece mentoria a mulheres empreendedoras. Após recebermos as inscrições, selecionamos cuidadosamente mulheres para participar do programa. A primeira sessão reuniu empreendedoras da Amazônia, proporcionando uma imersão de oito horas repleta de aprendizados e compartilhamento de insights valiosos. Essa iniciativa busca fortalecer o empreendedorismo feminino na região, oferecendo oportunidades reais de crescimento e aprendizado em rede”,
detalha a especialista.
Com estas ações, a empresa incorpora as ODS 4 – educação de qualidade, e ODS 9 – indústria, inovação e infraestrutura.
De acordo com Elenize, por meio dessas ações, a empresa reforça o compromisso com a sustentabilidade, não apenas com o meio ambiente, mas com a governança e com o social, todos elementos primordiais no novo formato de negócio mundial.
“Oferecendo possiblidade de educação especializada, principalmente a públicos mais vulneráveis da sociedade, é possível acentuar a necessidade de se manter uma relação positiva com a preservação ambiental”, assegura. Desta forma, cria-se a consciência coletiva de preservação ambiental por meio da formação social sob responsabilidade de grandes empresas, pontua Elenize.
ESG e ODS
ESG é uma sigla em inglês (environmental, social and governance) que une práticas ambientais, sociais e de governança em uma organização. O termo surgiu desde 2004, timidamente, mas ganhou cada vez mais atenção por estar relacionado com as práticas socioambientais e credibilidade empresarial.
De acordo com o Pacto Global, “uma empresa que está em conformidade com práticas ESG entende quais são seus impactos negativos e positivos na sociedade e consegue agir sobre eles”.
Aquecimento global, poluição, energias renováveis, responsabilidade social, direitos humanos, equidade de gênero, luta contra a fome, medidas anticorrupção, estrutura organizacional, são apenas alguns aspectos ligados às práticas ESG. A Agenda 2030 é o principal guia para empresas ou organizações se adequarem a essas práticas.
Práticas essas que incluem os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), criados em 2015 pela Organização das Nações Unidas (ONU), que definem quais desafios sociais, ambientais e de governança o planeta enfrenta, que devem ser colocados como prioridades na agenda para orientar o futuro da humanidade até o ano de 2030. Conheça os ODS:
Glocal Experience Amazônia
A Glocal Experience nasceu em maio de 2022 no Rio de Janeiro. Em Manaus (AM), acontece pela primeira vez entre os dias 26 e 28 de agosto, com realização da Fundação Rede Amazônica (FRAM).
O evento ocupa o Centro Histórico da cidade com uma vasta programação com classificação livre e que passeia pelo universo das artes, temas socioambientais e discute uma Amazônia com proporções globais e que olha para o território propondo soluções locais, pautadas em ESG e ODS.
Para a diretora executiva na FRAM, Marcya Lira, o evento é uma das formas de transformar a capital amazonense em um das cidades que pauta a sociedade civil e a esfera governamental tanto nos 17 ODS quanto no ESG de modo geral.
“A Fundação tomou conhecimento sobre o evento que aconteceu no Rio de Janeiro no ano passado, onde nós estivemos presentes inclusive com a participação do presidente do Grupo Rede Amazônica, Phelippe Daou Júnior. Através dessa participação nós pudemos ver a grandeza desse evento e foi quando decidimos nos aproximar da Dream Factory e fazer uma parceria. Hoje estamos com esse evento na cidade de Manaus com vistas a trazer cada vez mais essa discussão a cerca do desenvolvimento sustentável e ancorar essas ações também para a COP 30, que acontece em 2025, em Belém, no Pará”, explica.
Ainda segundo Marcya, incluir a população amazônida no protagonismo desses eventos se torna uma missão em direção aos propósitos da instituição, mas principalmente do desenvolvimento da região.
“A Glocal fomenta, cada vez mais, a importância da Amazônia, e faz com que o mundo possa enxergar a Amazônia com os olhos de quem vive na região, que fala com a propriedade com que lhe é devida”, afirma.
A Glocal Experience Amazônia tem o apoio do Governo do Amazonas, Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Secretaria do Meio Ambiente, Navegam e Parque Mosaico; idealização e operação Dream Factory; e realização Fundação Rede Amazônica.
*Estagiário sob supervisão de Clarissa Bacellar