Essencial para o desenvolvimento sustentável, a bioeconomia se baseia na produção através do uso de recursos naturais. E é a partir da semente de uma fruta tão típica da Amazônia, o tucumã, que a artista plástica Rosa dos Anjos desenvolve uma série de biojoias que fazem sucesso internacionalmente.
Rosa ministrou uma oficina de confecção de biojoias durante a Glocal Experience Amazônia 2024, um dos maiores eventos de sustentabilidade da região, que debate pautas ambientais e os impactos provocados pelas mudanças climáticas. O evento ocorre de 22 a 24 de agosto no Centro de Manaus (AM).
“Recebi o convite com felicidade, porque é um trabalho artesanal milenar de nossos ancestrais, é emocionante poder compartilhar isso com outras pessoas, um aprendizado que pode permanecer por muitos anos”, ressaltou.
Biojoias a partir do tucumã
Também conhecidas como ecojoias, as biojoias são acessórios feitos a partir de materiais orgânicos, encontrados na natureza, como folhas, galhos, sementes, fibras. Elas podem ser combinadas com metais preciosos, gemas, conchas, dentre outros materiais.
O primeiro passo da oficina de confecção de biojoias é apresentar a fruta e seu sabor, principalmente para quem não é da região. Depois, o caroço do fruto passa por um processo com várias folhas de lixas, de numerações variadas, até chegar na semente e possibilitar o uso para confeccionar as joias.
“A importância de eventos assim, como a Glocal, é mostrar que um produto como esse, que a gente encontra várias sementes jogadas nas esquinas, milhões de sementes espalhadas pela cidade de Manaus e até pelo interior, pode se tornar uma renda e promover sustentabilidade na vida das pessoas”, afirma Rosa.
Rosa dos Anjos lembra que já participou de exposições mundo afora e revela que um colar de semente de tucumã pode custar até 150 reais.
Ela ressalta que são necessárias ainda mais iniciativas como a Glocal Amazônia para profissionalizar quem deseja tirar da natureza o seu sustento, como é o caso de grande parte dos ribeirinhos.
“As políticas públicas, de capacitação, são realmente necessárias. E também principalmente onde ser promovido e comercializado. O papel dos órgãos hoje é fomentar e promover e nós criarmos. Então tem que haver um lugar onde seja vendido, comercializado. Essas ações são importantes, como esse evento, mostrar a importância desse trabalho para se tornar uma economia da cultura”, finalizou a artista.