No local do extinto aeroporto, que era usado para aviação geral, fica o Parque da Cidade. Há também um centro de convenções nos arredores que deve ser um dos principais polos da COP.
Belém, a capital do Pará, vai sediar a Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 30), em 2025. O anúncio foi feito pelo presidente Luiz Inácio ‘Lula’ da Silva e contou com a participação de autoridades locais.
O evento é considerado a maior e mais importante cúpula mundial relacionada ao clima do planeta e deve reunir cerca de 50 mil visitantes na cidade, incluindo dezenas de chefes de Estado e representantes diplomáticos.
“Não existe nada do Brasil mais falado no mundo do que a Amazônia“, afirmou Lula, durante discurso no evento, ao lembrar que a COP será uma oportunidade para que visitantes do mundo inteiro conheçam a realidade da Amazônia e do povo que vive na região.
“É muito importante cuidar do ecossistema, da biodiversidade e da floresta, mas é muito importante a gente cuidar do nosso povo que vive na Amazônia. É importante saber que aqui moram 28 milhões de seres humanos que precisam trabalhar, comer, precisam ganhar salário e viver dignamente”, enfatizou o presidente.
Durante o evento, o governador do Pará, Helder Barbalho, e a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, assinaram o contrato de cessão do Aeroporto Brigadeiro Protásio Oliveira para a implantação da sede da COP30. As tratativas para a cessão do local estavam em curso há três anos, sem desfecho, mas foram resolvidas na gestão Lula.
No local do extinto aeroporto, que era usado para aviação geral, fica o Parque da Cidade. Há também um centro de convenções importante nos arredores, que deve ser um dos principais polos da COP daqui a dois anos. A cessão do terminal será por 20 anos, prorrogáveis por igual período.
“A COP é a mais extraordinária oportunidade que temos para encontrar a solução, seja para a agenda ambiental, fazendo com que o Pará e o Brasil protagonizem a mudança do uso do solo, a valorização da floresta viva, a geração de emprego verde, a viabilização de um modelo econômico que faça com que a floresta esteja em pé, e que as pessoas possam ter emprego, renda e sustento”,
destacou o governador em discurso.
A candidatura do Brasil foi proposta em novembro de 2022, durante a COP 27, realizada em Sharm El-Sheik, no Egito. No mês passado, a candidatura recebeu apoio formal do Grupo dos Estados da América Latina e do Caribe (Grulac) praticamente unânime dos demais países sul-americanos, uma exigência da Organização da Nações Unidas (ONU).
A escolha deve ser oficialmente confirmada no fim do ano, durante a COP28, em Dubai. Apesar disso, o processo de organização já está em curso. Estão previstos projetos ambientais para dotar a capital paraense de melhor estrutura de transporte, limpeza urbana e saneamento básico.
Seio da avião na Amazônia
O então Aeroporto Júlio Cesar teve a sua origem em 1936 no chamado Campo de Souza, em terras adquiridas pelo então Ministério da Guerra. No local, foi instalado o núcleo do 7º Regimento de Aviação. Em 1937, foi fundado o Aeroclube do Pará, destinado à formação de pilotos civis, que passou a utilizar também esse campo de aviação.
Com a criação do Ministério da Aeronáutica, em 1941, foi instalado na área do Campo de Souza, em 1945, o Parque de Material Aeronáutico de Belém.
Passados 31 anos de uso militar, somente em agosto de 1976 o aeródromo foi homologado e aberto ao tráfego aéreo de uso público, com a denominação de Aeroporto Júlio Cesar. O aeroporto passou então a ser explorado comercialmente, sob a jurisdição do Departamento de Aviação Civil.
Em 1980, a administração do então Aeroporto Júlio Cesar passou para a Infraero, ficando a sua infra-estrutura de navegação aérea a cargo da TASA, ambas então vinculadas ao Ministério da Aeronáutica.
Com a absorção da TASA pela Infraero em 1996, os órgãos da navegação aérea passaram a ser subordinados a esta. O Aeroporto Brigadeiro Protásio de Oliveira foi fechado definitivamente neste dia 31 de dezembro de 2021.