Ter a sabedoria para interligar e transformar essas vivências em oportunidades criativas e inovadoras é o pulo do gato.
Existem alguns mitos com respeito à criatividade e à inovação. O primeiro é que somente algumas pessoas “especiais” são criativas e inovadoras; o segundo é que se limitam às pessoas envolvidas nas áreas do design e da arte; a terceira é que não se pode estimular e nem ensinar; e a quarta, que somente os extrovertidos teriam esta capacidade.
Definitivamente, esses mitos são tão verdadeiros quanto uma nota de três reais!
A grande verdade é que ao analisarmos todos os humanos notórios – em sua maioria já falecidos como, Leonardo da Vinci, Picasso, Mozart, Einstein e Escher -, é preciso, antes de tudo, analisar os contextos aos quais eles estavam inseridos.
A partir da minha experiência, a criatividade e a inovação são resultados do que eu chamo de Ecossistema de Perspectivas e Ideias. Nada mais é que um grupo multidisciplinar que promove um compartilhamento de conhecimentos, problemas, soluções e percepções.
Neste ecossistema, grandes ideias e soluções são geradas por pessoas comuns que, a partir das perguntas certas e de um contexto diversificado, são capazes de contribuir de uma forma ímpar.
Ao longo dos anos, venho trabalhando com algumas organizações e profissionais para desenvolver um novo olhar e novas perspectivas para os desafios da Sociedade 5.0. O mais interessante é que, quando inicio um novo projeto, a barreira que me é apresentada é sempre a mesma: “eu e minha equipe não temos nenhuma experiência com inovação e nem nos achamos criativos, acho que não vai dar certo!”.
Neste ponto, aproveito para perguntar: você tem esta percepção sobre você também? Você trabalha em um ambiente assim? Felizmente, sempre superamos essa barreira porque alimentamos a inovação e a criatividade através da curiosidade, motivação, diversidade e conhecimento.
Particularmente, eu acredito que todos nós temos um grande potencial inato, mas que para a grande maioria das pessoas este potencial está desconectado do cotidiano pelos mais diversos fatores. Cabe então fazermos um raio-x, ou melhor, uma ressonância magnética das nossas vivências, experiências e habilidades.
Por exemplo, eu já tive as mais diversas experiências de trabalho (acredite: as mais diversas mesmo, desde vender churrasquinho na praia do Rio de Janeiro até ser recepcionado pelo Cônsul Geral do Brasil no Japão liderando uma comitiva de empreendedores).
Adicionalmente, sou clarinetista, pianista (até me apresentei no Teatro Arthur Azevedo – Rio de Janeiro), faixa preta em Taekwondo, floricultor, meliponicultor, mergulhador, produtor de cerveja artesanal (@alterfuchs), já escalei o Monte Fuji, estou me desafiando em um doutorado etc.
A diversidade nas experiências nos possibilitam alimentar cada vez mais a nossa curiosidade e a nossa motivação para navegar pelos mais distintos territórios. O mais incrível é que todos, sem exceção, temos uma diversidade de experiências, você pode pensar que não tem, mas com certeza tem!
Agora, ter a sabedoria para interligar e transformar essas vivências em oportunidades criativas e inovadoras é o pulo do gato. E te garanto: é possível aprender e aprimorar! São as habilidades humanas que farão diferença no nosso futuro. Esqueçam as tão badaladas soft skills e as hard skills, concentrem-se nas humans skills.
Por fim, o mais importante é que, quando você se pré-dispõe a fazer esta ressonância magnética das suas habilidades e começa a fazer parte de um ecossistema, a parte valiosa não está relacionada necessariamente com a sua esperteza ou com o seu talento, mas sim em quanto você deseja contribuir com ideias, perguntas e experiências.
Além disso, tem o seu desejo/curiosidade em ter uma nova perspectiva para aprender a ter um novo olhar! Esta é uma maneira saudável de pensar e fomentar a criatividade e a inovação.
Reflita sobre isso! E, se quiser fazer parte do ecossistema, me escreva! Até breve!
Sobre o autor
Vitor Raposo é empreendedor em diversos segmentos, mentor, consultor e professor. Doutorando em Humanidades e Artes pela Universidade Nacional de Rosario – UNR, na Argentina; especialista em inovação e negócios pela Nova Business School em Portugal, em Gerenciamento de Projetos pela FGV e em Gestão Estratégica de Negócios pela UCB. Atua como voluntário no Instituto Soka Amazonas e no Capítulo Amazônia do Project Management Institute (PMI-AM).
*O conteúdo é de responsabilidade do colunista