Juntas, essas competências possibilitam um novo horizonte de possibilidades para que os profissionais mantenham uma função de relevância na Sociedade 5.0.
Recentemente, estive participando do Rio Innovation Week, considerado o maior evento de tecnologia e inovação da América Latina devido às diversas palestras e aos painéis temáticos sobre os impactos e as revoluções nos mais variados campos da Sociedade 5.0.
Fiquei encantado com as iniciativas compartilhadas sobre as Cidades Inteligentes nos EUA, Europa e Ásia e fiquei me perguntando quando Manaus se tornará uma cidade modelo neste quesito e, paralelamente, se os profissionais estão com as principais competências já habilitadas para fazerem frente a essa tendência que já está a bater à nossa porta.
Ressalto que não é só de tecnologia que se desenvolvem as Cidades Inteligentes. Evidentemente, o uso inteligente dos recursos naturais – principalmente da energia elétrica – aliado aos dados, à infraestrutura de alto processamento conectados aos dispositivos IoT e à mobilidade urbana corroboram imensamente para as Smart Cities.
Tudo isso é muito bonito, empolgante e inovador, mas não fará muito sentido se não estivermos aptos para desfrutar desta sociedade. E a grande questão é: quais competências humanas devemos ter em uma era repleta de incertezas trazidas pelos impactos da tecnologia?
Eu, genuinamente, acredito que por mais assustador que seja o futuro, temos uma oportunidade ímpar na história humana de potencializarmos o que temos de melhor para a construção de uma sociedade mais humana. Trago aqui as principais competências, identificadas como “Os 8 Cs”:
1. Curiosidade
Este é o primeiro e o principal ponto de partida para o profissional no futuro, pois está relacionado com a capacidade de fazer perguntas melhores e explorar por novos prismas como o mundo funciona.
2. Criatividade
Abastecida pela curiosidade, essa competência está relacionada com a capacidade de gerar novas ideias e colocá-las em prática sem o medo de errar e de fracassar.
3. Crítica
Em um mundo repleto de informações, a capacidade crítica deve oferecer ao indivíduo a possibilidade de analisar as informações e as ideias para elaborar argumentos e juízos de valores racionais.
4. Comunicação
Sem sombra de dúvidas, a maior dificuldade humana. Esta competência é de fundamental importância para expressar pensamentos e sentimentos com clareza de ideias nos mais diferentes âmbitos que perpassam a vida humana.
5. Colaboração
Exponenciado pela tecnologia, a colaboração, que é o poder coletivo, promove as mudanças de uma forma mais construtiva devido à colaboração por meio de outras pessoas.
6. Compaixão
Eu sempre fui muito crítico ao discurso da empatia, porque a empatia nada mais é, de uma forma bem simples, do que se colocar no lugar do outro. Já a compaixão é ver o mundo através das lentes do outro, sentir e entender a dor e entrar em ação para fazer algo a respeito.
7. Calma
Esta competência está implícitamente relacionada com o ato de “conectar” o mundo interior individual àquele que nos rodeia no cotidiano. É a capacidade de buscar um equilíbrio emocional interior sem se afetar com os desafios externos.
“Eu não vejo o mundo como ele é, eu o vejo como eu sou”.
Anaïs Nin
8. Civismo
Essa competência que demanda aprendizado e prática contínua, implica em participar de forma construtiva no desenvolvimento de processos que edificam uma sociedade harmoniosa e com oportunidades para todos.
Juntas, essas competências proporcionam um novo horizonte de possibilidades para os profissionais manterem uma função de relevância na Sociedade 5.0, pois elas são fontes enormes de resiliência e força.
Destaco que essas oito competências não são 100% eficientes, mas nos oferecem uma capacidade ilimitada de adaptação, variação e invenção. Lembre-se: quanto menos sabemos do futuro, mais precisaremos dessas competências.
Sobre o autor
Vitor Raposo é Humanista e Empreendedor. Doutorando e Mestre em Ciências da Educação pela Facultad Interamericana de Ciências Sociales – FICS; especialista em Inovação e Negócios pela Nova Business School, em Gerenciamento de Projetos pela FGV e em Gestão Estratégica de Negócios pela UCB. Fundador da Hayashi, sócio da TravelCorp e da Sala VIP Harmony Lounge no Brasil e da Rede Consultoria Educacional em Portugal. Atua como voluntário no Capítulo Amazônia do Project Management Institute (PMI-AM).
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