Uma grande parte da sociedade se concentra em olhar somente a parte central do futuro provável.
Primeiramente, antes de iniciarmos propriamente sobre o futuro, gostaria de abordar sobre o tempo – este que nos acompanha desde o nosso primeiro suspiro e assim será até o último. Você sabe qual é o tempo do tempo? Ou seja, qual a “idade” do tempo ou quando começamos a medir o tempo e o porquê?
No passado remoto, surgiram as primeiras Clepsidras (hyperlink da palavra – https://pt.wikipedia.org/wiki/Clepsidra) na Ásia, com o intuito de medir o tempo por questões sociais e políticas. Posteriormente, foi desenvolvida a ampulheta que apresentava uma precisão maior do tempo. Consequentemente, isso permitia entender o tempo convencional de forma mais igualitária para todos.
Em outro momento, a partir da astronomia babilônica surge o conceito das 24 horas como conhecemos hoje. Os babilônios dividiam a noite em 10 partes iguais, tendo certas estrelas como referência, e havia mais 2 partes específicas para o sol poente e nascente. Adicionalmente, durante o dia, os relógios solares dividiram o dia em 12 partes iguais. Portanto, eis que temos como resultado as 24 horas! Contudo, foi com o advento do relógio mecânico que surgiu a ideia de que o tempo nada mais é que uma sucessão de pedaços idênticos.
Interessante, não é mesmo?
A invenção do relógio mecânico foi uma das maiores invenções humanas, pois esta foi mais revolucionária que a pólvora (que mudou o movimento), que o papel (que ampliou a memória), que a bússula (que transformou o espaço). O relógio mecânico revolucionou o tempo!
Você já tinha analisado sob este ponto de vista?
A DICOTOMIA DO FUTURO: invisível ou visível
A dicotomia é definida como partes opostas que se complementam. Vamos entender então quais são essas partes que formam o futuro e os respectivos impactos em nossas vidas.
Cenário #1 – Futuro é invisível/desconhecido
Para alguns pensadores, o futuro é absolutamente desconhecido e não existe qualquer possibilidade de prever o que acontecerá. Portanto, na visão desses pensadores, todos os dias temos o benefício de construir o melhor futuro possível para todos nós.
Contudo, este benefício também traz uma obrigação, pois, se não aproveitarmos a oportunidade, o tempo se encarregará de fazer o futuro acontecer e, como resultado, teremos uma função secundária na vida. Consequentemente, entoaremos o famoso jargão da hiena Hardy: “oh céus, oh vida, oh azar”.
Quando pensamos no futuro daqui a uma hora, temos um alto nível de certeza do que irá acontecer. Contudo, quanto mais nos afastamos na linha do tempo, um dia, um ano, uma década – e assim sucessivamente -, mais o futuro se torna desconhecido. Isto é o que chamamos de incerteza!
Quando olhamos para a imagem acima, podemos identificar que existem dois cones: o interno, que representa o futuro provável, e o externo, representando o futuro possível.
Em primeiro momento, baseando-se no cone central, é possível, através do que vivenciamos atualmente na sociedade, termos uma perspectiva de como será o futuro – e, portanto, podemos nos preparar e desfrutar do benefício de poder criar o melhor futuro todos os dias, só cabendo a nós mesmos esta responsabilidade.
Mas não podemos nos esquecer que isto também representa uma limitação e que, infelizmente, uma grande parte da sociedade se concentra em olhar somente a parte central do futuro provável.
A partir do cone exterior, o futuro possível, somos capazes de identificar inúmeras possibilidades nos mais diversos segmentos e áreas de atuação. Contudo, se você não exercitar a prática do novo olhar, não será capaz de enxergar possibilidades entre as fronteiras dos dois cones.
Se você já assistiu ao filme Matrix, lançado no ano de 1999, lembra desta cena com certeza. Instigado pelo lançamento do 4º filme da franquia neste ano, me propus a assistir a trilogia no mês passado. A partir do meu ponto de vista, qualquer coincidência relacionada com o 1º filme e com os dias atuais não é mera semelhança.
Neste primeiro cenário que estamos analisando, devemos ter a percepção de que o mundo é um sistema! Se você ainda não consegue ter esta percepção, por favor, busque desenvolvê-la, porque nos próximos 2 anos, a tecnologia vai impactar a vida de todos nós de uma forma que nunca imaginamos!
Finalizando, neste primeiro cenário: o futuro depende de cada um. O esforço individual no autodesenvolvimento para captar as tendências que irão deslanchar no futuro, possibilita perceber os sinais das mudanças. Caso contrário, você vai estar à margem do progresso e de um fantástico mundo de opções.
Na próxima quinzena, vamos abordar o outro lado da dicotomia: o futuro visível e que já aconteceu.
Até lá,
Vitor Raposo é Mentor, Diretor da Consultoria Hayashi, Diretor no grupo Travel Corp, professor em MBA nos cursos de Gerenciamento de Projetos e Gestão Estratégica de Negócios, atua como voluntário no Instituto Soka Amazonas e no Capítulo Amazônia do Project Management Institute (PMI-AM). Administrador pela Universidade Católica de Brasília – UCB, Master in Business Administration em Gerenciamento de Projetos pela FGV e em Gestão Estratégica de Negócios pela UCB; doutorando em Educação Superior pela Universidade Nacional de Rosario – UNR, na Argentina.