Navegando pelos cenários futuros da Amazônia: Sociedade 5.0, Foresight e ESG na Era da Incerteza

O futuro da sociedade, especialmente na Amazônia – uma região sensível por diversos fatores, depende das escolhas do presente.

O cenário futuro não é mais um horizonte distante e remoto, mas sim um protagonista iminente em nossas vidas em meio à intrincada teia que entrelaça avanços tecnológicos, mudanças climáticas e uma interconexão global sem precedentes. 

Nesta era emergente, denominada Sociedade 5.0 – marcada pela necessidade da visão holística, somos desafiados a transcender as fronteiras tradicionais e a mergulhar profundamente em um futuro onde a aceleração da mudança, a complexidade e as incertezas desafiam nossa capacidade de antever os caminhos que se desdobram diante de nós. A pandemia atuou como um divisor de águas, desnudando a imprevisibilidade inerente ao nosso mundo e a capacidade de mudanças disruptivas ocorrerem sem aviso prévio, de forma abrupta, e transformadora.
Foto: Reprodução/Unsplash

Neste contexto, o futuro assume uma importância crucial e com novos contornos, instigando-nos a despertar para uma conscientização aguda sobre a necessidade de contemplar o amanhã, especialmente no contexto amazônico, onde a Sociedade 5.0 propõe uma fusão harmoniosa entre a preservação da natureza, novas matrizes econômicas e o avanço tecnológico para enfrentar desafios globais. 

A Perspectiva Amazônica 

O futuro da sociedade, especialmente na Amazônia – uma região sensível por diversos fatores, depende das escolhas do presente. Contudo, por vezes parece uma região desprovida de uma resiliência criativa para sobrepujar os limites da atual zona de conforto, mesmo dispondo de todo o capital intelectual e econômico disponível na região.

Reprodução | Unsplash

É vital direcionar esforços para a circularidade sustentável e econômica da região, para promover equidade e justiça social, e enfrentar desafios regionais, como a preservação da floresta e a diversidade cultural. Ou seja, é preciso repensar a Amazônia de dentro para fora. A Sociedade 5.0 instiga ações que transcendam o agora, clamando por uma abordagem inclusiva e resiliente no pulmão verde do planeta.

Os governos na região desempenham papel central na construção do amanhã, forjando políticas e leis que moldam não apenas a sociedade, mas a própria natureza. Mais do que nunca somos uma excelente vitrine no mundo até a COP-30, mas para fazer bonito é preciso planejar o futuro e é essencial a tomada de decisões eficazes, considerando a preservação da Amazônia e as necessidades das gerações vindouras. A Sociedade 5.0 convoca líderes visionários, capazes de equilibrar o desenvolvimento com a conservação.

É importante entender que enquanto algumas ações podem ter impactos imediatos, o efeito completo e sustentável da mitigação das mudanças climáticas provavelmente será mais evidente ao longo do tempo – alguns especialistas alertam que os efeitos só serão sentidos no final deste século. Logo, a urgência em tomar medidas agora é crucial para evitar impactos mais significativos no futuro, e muitas ações podem ter benefícios a curto, médio e longo prazo.

Ao contrário do que muitas pessoas acreditam, as empresas amazônicas não são apenas geradoras de empregos, mas também agentes cruciais na preservação da biodiversidade e no desenvolvimento econômico sustentável.

Portanto, antecipar o futuro é vital para adaptar-se às mudanças climáticas, permanecer competitivas e gerar valor, resolvendo problemas cruciais para a região. Na Sociedade 5.0, a capacidade de inovação eco-friendly não é uma vantagem competitiva, e sim uma requisito para manutenção dos negócios. 

Uma Visão de Futuro e ESG 

Ao contrário do que a grande maioria pensa, o futuro não é uma continuação do presente, ou seja, o presente não se conecta com o futuro. É necessário criar uma ponte entre ambos por meio de uma visão de futuro – uma imagem atraente de um futuro preferido definido por meio das aspirações em linguagem clara, poderosa e confiante de um valor que será entregue para a sociedade em um horizonte temporal.

Logo, quando as empresas proclamam: queremos ser referência, queremos ser a nº 1 do mercado, queremos faturar o dobro ou qualquer algo do gênero. Entendam que essa visão não agrega nada para a sociedade, ela só serve à própria organização. Uma visão de futuro precisa servir à sociedade, à humanidade e, consequentemente, ao planeta. Para isso é preciso desenvolver um Foresight Estratégico para ter ações concretas que irão conectar o presente ao futuro.

São inúmeras as oportunidades para os Profissionais na Amazônia, pois esses mais do que nunca são os guardiões do futuro, aplicando conhecimento e habilidades para preservar a riqueza natural e cultural da região. Portanto, antever o futuro é essencial permanecer competitivo e prosperar nas carreiras, preparando-se para as mudanças na economia verde e as novas matrizes econômicas.

A Sociedade 5.0 exige empresas e profissionais comprometidos com a sustentabilidade e orientados para o futuro, conscientes dos impactos de suas ações na Amazônia e no mundo. 

ESG Experience 

Deixo aqui uma sugestão de evento organizado pela MJV Technology & Innovation que acontecerá no dia 13 de dezembro, das 8h30 às 12h, e proporcionará uma imersão no Mercado de Carbono para solucionar necessidades das empresas com práticas inovadoras com enfoque na redução de impactos ao meio ambiente. 

A última edição do ESG Experience reuniu profissionais da Engenharia e Construção Civil no Rio de Janeiro. Foto: Reprodução

O ESG Experience em Manaus reunirá especialistas para uma imersão no mercado de carbono. Gestores de todo o Brasil podem se inscrever pelo site, com vagas limitadas. O evento abordará a legislação do Mercado Brasileiro de Carbono, contando com a participação do Secretário de Estado do Meio Ambiente, Eduardo Costa Taveira, e do cônsul honorário da República da Coreia no Amazonas, Euler de Souza.

A programação inclui debates sobre soluções ambientais, benefícios de liderar nesse mercado e o projeto Jornada Carbono Zero. Facilitadoras femininas conduzirão o evento, proporcionando também um workshop e troca de experiências entre organizações da Zona Franca de Manaus.

Em última análise, o futuro na Amazônia não é mais uma linha distante no horizonte, mas um compromisso entrelaçado com as escolhas de hoje. Na Sociedade 5.0 e no contexto ESG, pensar no futuro é mais do que uma necessidade; é uma responsabilidade compartilhada que moldará não apenas o curso da região, mas o destino da humanidade.

Que estejamos preparados para abraçar o desconhecido, guiados por uma visão proativa e inspiradora na construção de um amanhã mais promissor para a Amazônia e para o planeta.

Sobre o autor

Vitor Raposo é Humanista e Empreendedor. Fundador da Hayashi Consultoria, Sócio-Diretor da TravelCorp e da Sala VIP Harmony Lounge.

Atua como empreendedor, mentor e consultor. Foi gestor de grandes organizações no Brasil e no exterior. Articulista sobre Sociedade 5.0, Novos Negócios, Revolução Humana Individual, Sustentabilidade e ESG no Portal Amazônia. Idealizador e apresentador do Ser Humano Podcast, um programa sobre a essência das pessoas de valor e o impacto de ser genuíno.

Idealizador e realizador do Amazonia Forest Summit – fórum para debater as oportunidades para a Amazônia com diversidade e um olhar para o futuro da região com foco na inovação, na sustentabilidade, nos recursos humanos, no ESG, nos negócios, na tecnologia e nas tendências.

Doutor em Administração e Mestre em Ciências da Educação para a Sociedade 5.0 pela Facultad Interamericana de Ciências Sociales – FICS; Foresight Practitioner; Especialista em Sustentabilidade pelo MIT; em Inovação e Negócios pela Nova Business School, em Gerenciamento de Projetos pela FGV e em Gestão Estratégica de Negócios pela UCB.

Paralelamente, atua como voluntário e Presidente no Capítulo Amazônia do Project Management Institute (PMI-AM), foi por 14 anos como Diretor de Programas e Projetos Ambientais do Instituto Soka Amazonia. Recentemente, foi indicado e conduzido à função de Presidente do Conselho Fiscal da Fundação Opção Verde.


*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

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