Como as Competências Humanas em transformar Soft Skills em Human Skills ajudarão a manter-se no mercado de trabalho? – Parte 2

Hoje, vamos abordar como, em nossa crescente dependência da tecnologia, estamos menosprezando essas competências relevantes para o enfrentamento de determinadas situações e problemas do nosso cotidiano e da sociedade.

Caros leitores, na última coluna, observamos que o futuro é uma era de incertezas e que temos que utilizar com mais sabedoria nossas competências humanas.

Hoje, vamos abordar como, em nossa crescente dependência da tecnologia, estamos menosprezando essas competências relevantes para o enfrentamento de determinadas situações e problemas do nosso cotidiano e da sociedade.

Menino com asas ao pôr do sol imagina-se um piloto e sonha em voar. Shutterstock

Toda vez que utilizamos algum recurso tecnológico para nos orientar em uma tomada de decisão, ou para interpretar o sentimento de alguém, ou até mesmo para escolher o que vamos comer, estamos renegando a nossa capacidade humana de pensar por nós mesmos.

A nossa humanidade

Ao não praticá-la, estamos aceitando um mundo padronizado, recheado de previsões perfeitas feitas pelos algoritmos e de soluções tecnológicas desenhadas para que possamos tomar uma decisão que foi direcionada pela máquina.

Quanto mais tempo desperdiçamos em, por exemplo, aplicativos para pais, menos conhecemos nossos filhos. Quanto mais tempo passamos com pessoas que as redes sociais nos direcionam a gostar, menos contato temos com pessoas que pensam diferente.

O resultado é uma sociedade humana vulnerável às incertezas do mundo contemporâneo. Onde não existe espaço para a compaixão e sobra espaço para o egoísmo – que, no meu ponto de vista, é a fonte de todo o mal que nos rodeia.

 Tempos difíceis forjam pessoas de valor

 Todos nós, sem exceção, possuímos a lembrança de um período complicado e que parecia não ter qualquer possibilidade de solução. Quem nunca passou por isso que atire a primeira pedra!

Naquele momento, em que estávamos tristes, preocupados e não tínhamos vontade de cantar uma bela canção, surgia uma pessoa, que talvez fosse a que sempre estava ao seu lado ou, em muitos casos, era a última pessoa na face da Terra que você pensaria em encontrar.

Não importando quem fosse, essa pessoa (como em um passe de mágica) lhe oferecia uma ideia para solucionar ou minimizar a questão.

Agora, pergunto:

  1. Quem trouxe a solução, a motivação, o empurrão para não desistir, que acreditou em você quando nem você mesmo acreditava em si?
  2. Os algoritmos de eficiência e produtividade ou o aplicativo de planejamento e metas irão lhe apoiar num momento de dificuldade?

De forma alguma, estou afastando o uso da tecnologia ou advogando em prol do retrocesso tecnológico. Não é isso! Estou propondo uma reflexão sobre a necessidade de praticarmos as nossas competências para um mundo ainda muito incerto em todos os sentidos.

Ou será que no próximo lockdown serão os algoritmos que estenderão um ombro amigo?

Qualquer um que afirme conhecer ou ter certeza do futuro, não passa de um grande fanfarrão! Contudo, quando transformamos as nossas habilidades comportamentais em habilidades humanas, abrimos um leque inimaginável de possibilidades jamais vistas devido aos talentos que só nós, seres humanos, possuímos.

O talento e competência nós temos, mas como diria Carl Jung: “sua visão se tornará clara somente quando você olhar para o seu próprio coração. Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta”.

Viva as competências humanas! Elas serão o nosso porto seguro, ontem, hoje e sempre!

Vitor Kurahayashi

Vitor Kurahayashi é Mentor, Diretor da Consultoria Hayashi, Diretor no grupo TravelCorp, professor em MBA nos cursos de Gerenciamento de Projetos e Gestão Estratégica de Negócios, atua como voluntário no Instituto Soka Amazonas e no Capítulo Amazônia do Project Management Institute (PMI-AM). Administrador pela Universidade Católica de Brasília – UCB, Master in Business Administration em Gerenciamento de Projetos pela FGV e em Gestão Estratégica de Negócios pela UCB; doutorando em Educação Superior pela Universidade Nacional de Rosario – UNR, na Argentina.

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