Enquanto profissionais, devemos nos dedicar, sermos curiosos, termos um genuíno desejo de ajudar pessoas e uma grande disposição em ensinar.
Há algumas décadas, a sociedade vive sob a ótica autoritária de acionistas e empresários que, para otimizar ainda mais os lucros, promovem uma ambiente de competitividade predatória, agressiva, exaustiva e – porque não dizer – desumana. Evidentemente, como empresário, reconheço a importância e a relevância da competitividade como ferramenta no desenvolvimento de valor agregado para um produto ou serviço.
Todavia, o normal no mercado é buscar as superestrelas de determinado segmento de mercado, oferecendo todos os recursos e poder em prol da máxima eficiência nos custos e máxima rentabilidade. E, como consequência, os resultados sempre são: desperdício, deficiência, desmotivação, demissão e dumping (quando uma empresa, para prejudicar outras, principalmente as pequenas, vende seu produto ou serviço abaixo do preço para prevalecer no mercado).
Produtividade & Riqueza
Ao longo de toda a minha vida, eu ouvi que o único jeito de estar à frente era competir: entrar na faculdade certa, ser melhor que os outros, conseguir o emprego certo, chegar ao topo. Particularmente, eu nunca achei isso inspirador. Talvez pelo fato de que minha curiosidade, genuinidade e inquietude sempre me provocaram a indagar as “realidades” existentes e buscar um novo olhar.
Em minha opinião, se a única maneira dos acionistas e empresários terem sucesso e um aumento exacerbado de riqueza é suprimindo a produtividade e a sobrevivência de outros, então precisamos urgentemente encontrar uma nova maneira de trabalhar e de viver!
Posso parecer fora de moda, o que de fato eu acredito ser, mas sempre entendi que, para uma empresa obter sucesso e oferecer um retorno financeiro, primeiro ela precisa cuidar dos colaboradores de forma genuína. Pelo menos, sempre conduzo meus negócios desta forma.
Primeiramente, porque antes de tudo, preciso respeitar o outro como um ser humano que possui necessidades, desejos, aflições e sonhos. Consequentemente, já que eu não posso estar em mais de um lugar ao mesmo tempo, tenho que ser sempre grato pela dedicação e esforço de cada um que compartilha comigo os sonhos dessas empresas. Claro que cada equipe é diferente, mas existem três fatores que sempre contribuíram para os resultados positivos:
1.Altos níveis de sensibilidade social entre todos, do proprietário ao mais novo colaborador;
2. Divisão igualitária das oportunidades de se expressar e canal direto de comunicação com as pessoas-chaves – sempre trabalhamos com uma
estrutura horizontal;
3. Diversidade: sempre apostamos na diversidade de gênero e ideias. Um fato interessante é que todas as equipes sempre possuem mais mulheres do que homens.
Isso significa que nunca tivemos problemas? Não, de forma alguma! Eles são parte da nossa existência. Mas quando ocorrem, sempre buscamos dialogar, entender, compreender e capacitar, pois somos diferentes e, dada nossa natureza humana, somos passíveis de cometer erros.
A base de tudo
Investimos grande parte da nossa energia em conhecer as pessoas, fazer com que todos possam conhecer as angústias e os sonhos daqueles com quem compartilhamos o nosso dia-a-dia. É claro que leva tempo para desenvolver a confiança necessária para uma relação sincera e madura, e o tempo é o que cria valor.
Como eu sempre digo: devemos ser audaciosos, mas não gananciosos!
E, como empreendedor e gestor, eu nunca procurei contratar uma superestrela, o especialista ultra-mega-blaster do universo. Na verdade, eu sempre procurei enxergar como aquela pessoa poderia contribuir para o desenvolvimento da equipe, ou seja, como ela poderia trazer à tona o melhor dos outros e como ela encontraria o melhor nela mesma.
Se você quer ter êxito na sua vida como empreendedor, empresário, colaborador e como indivíduo, não se preocupe com a última moda. Se preocupe em incentivar e ajudar aqueles que estão ao seu redor, ao mesmo tempo que busca o seu melhor também.
O meu conceito como gestor sempre foi: como eu posso ajudar a minha equipe a ser a melhor versão dela mesma? Pois não buscamos ser a empresa com a melhor equipe do mundo, o que de fato buscamos é que cada pessoa possa ser a sua melhor versão. E é sobre isso!
Vitor Kurahayashi
Vitor Kurahayashi é Mentor, Diretor da Consultoria Hayashi, Diretor no grupo TravelCorp, professor em MBA nos cursos de Gerenciamento de Projetos e Gestão Estratégica de Negócios, atua como voluntário no Instituto Soka Amazonas e no Capítulo Amazônia do Project Management Institute (PMI-AM). Administrador pela Universidade Católica de Brasília – UCB, Master in Business Administration em Gerenciamento de Projetos pela FGV e em Gestão Estratégica de Negócios pela UCB; doutorando em Educação Superior pela Universidade Nacional de Rosario – UNR, na Argentina.