Os doces não apenas adoçam a vida das pessoas, mas também mostram a conexão única entre o ser humano e suas raízes. E a região amazônica ganha destaque devido aos seus sabores únicos.
Cada uma das capitais da Amazônia Legal — Manaus (AM), Belém (PA), Boa Vista (RR), Macapá (AP), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC), Cuiabá (MT), São Luís (MA) e Palmas (TO) — tem doces que refletem tradições locais e ingredientes típicos da floresta.
Vamos conhecer essas delícias?
Doce de cupuaçu (Amazonas)
O doce de cupuaçu é uma iguaria típica da Amazônia, preparada a partir do cupuaçu, um fruto nativo da região, famoso por seu aroma marcante e sabor agridoce. Este doce é uma representação autêntica da riqueza cultural e gastronômica da floresta.
O doce serve como acompanhamento para pães e torradas, mas também é utilizado em outras receitas, como bolos, balas e na produção das jujubas de cupuaçu.
Beléu (Acre)
Se você já foi à Rio Branco, no Acre, com certeza já provou o beléu. O doce é feito com macaxeira ralada, açúcar gramixó (mascavo), coco, cravo e erva doce. E não precisa ir muito longe para achar um beléu na capital do Acre, pois o doce é vendido em feiras e panificadoras.
Trufa de Jambu (Amapá)
Em Macapá, uma empresa decidiu apostar em sabores regionais para chamar a atenção dos clientes. Dessa maneira, eles desenvolveram trufas com um gostinho da Amazônia. A trufa de jambu, por exemplo, ao fim da degustação, deixa aquela conhecida dormência na língua, tudo porque a planta, nativa da região amazônica, tem feito anestésico. Ela é normalmente utilizada em pratos salgados, como o tacacá, e agora está sendo apresentada na versão doce.
Monteiro Lopes (Pará)
Famoso por sua textura que derrete na boca, o biscoito Monteiro Lopes é um doce lendário de Belém (PA). Sua origem está envolta em uma história de rivalidade e união entre dois tradicionais padeiros da cidade, cujas confeitarias ficavam próximas ao icônico Ver-o-Peso, um dos principais pontos turísticos da região.
Manoel Monteiro e Antônio Lopes, cada um com seu estilo único, criavam doces distintos: um feito com chocolate e outro com uma base branca. Apesar da competição, a história tomou um rumo diferente quando os filhos de ambos se casaram. Essa união resultou na fusão das duas receitas, dando origem ao Monteiro Lopes, que passou a simbolizar não apenas um doce, mas também a harmonia entre sabores e tradições.
Piché (Mato Grosso)
O piché é um doce típico que se assemelha a uma farinha feita de milho torrado e moído, misturado com açúcar e um toque de canela. Popularmente conhecido como uma variação da paçoca, o piché é tradicionalmente vendido em cones de papel, sendo uma atração à parte no Mercado do Porto Antônio Moisés, em Cuiabá. Esse ponto turístico é um dos principais destinos para quem busca os sabores e ingredientes característicos da culinária mato-grossense.
Doce de espécie (Maranhão)
O doce de espécie é um doce típico da culinária do Maranhão. Ele é feito a base de rapadura e gergelim com farinha de mandioca, cravo-da-índia, pimenta do reino e erva-doce. A versão maranhense do doce também leva coco.
Doce de buriti (Rondônia)
O buriti é uma fruta amplamente utilizada na gastronomia de Rondônia se destacando por sua versatilidade. Além de ser empregada na fabricação de diversos produtos, como sabonetes e vermífugos, o buriti é rico em vitaminas e cálcio, o que o torna ainda mais valorizado em preparações doces. Conhecido também como muriti, o nome se refere tanto ao fruto quanto à palmeira de onde ele é colhido, simbolizando a riqueza natural da região.
Pé de Moleque (Roraima)
O pé de moleque é um doce tradicional preparado com carimã de mandioca, uma massa fermentada extraída da raiz. Os ingredientes, como açúcar, ovos, manteiga, sal, cravo e erva-doce, são cuidadosamente misturados à massa, que é então envolta em folhas de bananeira antes de ser assada no forno. Este doce, com seu sabor marcante e aroma característico, é frequentemente servido acompanhado de café ou café com leite de Roraima, se tornando uma combinação perfeita para qualquer momento do dia.
Amor-perfeito (Tocantins)
O amor-perfeito possui formato de coroa e é feito com polvilho, leite de coco, manteiga, açúcar e uma pitadinha de sal. O biscoito mais famoso do Tocantins, com certeza, é este. Produzido de forma artesanal, tem como principal produtor o município de Natividade, no sudeste do Estado. Seu sucesso se deve à família de Ana Benedita de Cerqueira e Silva, a ‘Dona Naninha’, que popularizou o biscoito em todo Estado.