Tocantins investiga três casos suspeitos de febre amarela

A febre amarela preocupa as autoridades em saúde do Brasil em 2017. Mais de 800 casos da doença são investigados em todo país. O Tocantins é o primeiro Estado da Amazônia Legal a notificar casos suspeitos neste ano. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau-TO), três casos de febre amarela foram notificados como suspeitos e estão sob investigação. Além disso, quatro municípios registraram mortes de macacos, que é um evento sentinela e pode indicar a presença da doença. Ainda segundo a secretaria, o Estado não tem casos em humanos desde 2000.

Foto: Reprodução/Shutterstock

Segundo a médica veterinária da Gerência de Vigilância das Arboviroses do Estado, Lariane Azevedo, a morte de primatas, como os macacos, também chamada de epizootia, é um evento sentinela que pode indicar uma possível circulação viral da doença em áreas silvestres. Em 2017, somente os municípios de Aparecida do Rio Negro, Porto Nacional, Tocantínia e Taguatinga notificaram episódios de epizootia que estão em investigação.

“Não há nenhum caso recente de epizootia notificado em Xambioá ou municípios próximos. Claro que por estarmos em região endêmica é importante que toda população garanta a imunidade através da vacina e informe imediatamente ao agente de saúde ou à Agência de Defesa Agropecuária (Adapec) o aparecimento de macacos mortos”, acrescenta Lariane Azevedo.

A ocorrência de casos de febre amarela em humanos geralmente é precedida da transmissão entre macacos e vetores silvestres, sendo assim, a informação sobre a morte desses animais é considerada um evento sentinela e constitui um sinal de alerta precoce para medidas de prevenção e controle. Por isso, todo rumor de morte de primatas não humanos deve ser comunicado imediatamente ao agente de saúde mais próximo.

Por causa da semelhança entre os sintomas entre a febre amarela e outras doenças vetoriais, especialmente as transmitidas pelo Aedes aegypti, a Sesau-TO orienta os 139 municípios a reforçar a vigilância da doença. O Estado está localizado entre dois biomas, o Cerrado e a Amazônia, que é área endêmica da doença. Por isso, conforme os protocolos de vigilância recomendados pelo Ministério da Saúde, qualquer caso suspeito deve ser notificado imediatamente.

A enfermeira da Gerência da Vigilância das Arborvirores, Gisele Luz, explica que a dengue e a febre amarela, por exemplo, são doenças muito parecidas na fase inicial. “A dengue e a febre amarela são doenças da mesma família e, muitas vezes, por essa peculiaridade, os sinais e sintomas são muito semelhantes. A dengue apresenta febre, dor no corpo, dor de cabeça, cansaço, dor atrás dos olhos. Na febre amarela, o paciente apresenta febre, dor de cabeça, cansaço, pele e olhos amarelados e as manifestações hemorrágicas podem acontecer, assim como ocorrem na dengue.

A febre amarela é uma doença imunoprevenível, segundo o Ministério da Saúde, a vacina possui 95% de eficácia. A preocupação da Secretaria e Saúde, é que o Estado faz parte da área de recomendação vacinal, e não apresenta atualmente, 100% de cobertura vacinal para a doença, fator que deixa a população mais suscetível a adoecer.

Nesse sentido, as secretarias municipais devem informar sobre pacientes que apresentarem sinais da doença e possuir histórico vacinal incompleto ou ignorado.

809 casos suspeitos em todo o país

O Ministério da Saúde registrou em janeiro 809 pacientes com suspeita de febre amarela, sendo 737 em Minas Gerais. Em 128 casos, o paciente morreu. Do total, 651 casos permanecem em investigação, 127 foram confirmados e 31 descartados. Das 128 mortes notificadas, 47 foram confirmadas, 78 ainda são investigadas e três foram descartadas.

Minas confirmou 113 casos, dos quais em 42 os pacientes morreram,  e investiga 605, com 75 mortes. O Espírito Santo confirmou 11 casos de febre amarela, sendo duas mortes, e está investigando mais 32. Em São Paulo, foram confirmadas três mortes por febre amarela e cinco casos suspeitos estão sendo investigados. Na Bahia, sete casos estão em investigação. Goiás e Distrito Federal, antes na lista, descartaram as notificações. Já o caso atribuído inicialmente, como local provável de infecção ao Mato Grosso do Sul, está sendo reavaliado.

A vacinação contra a febre amarela está no calendário vacinal de 19 estados do país. Todas as pessoas que vivem nesses locais devem tomar duas doses da vacina ao longo da vida. Também precisam se vacinar, neste momento, pessoas que vão viajar ou vivem nas regiões que estão registrando casos da doença: leste de Minas Gerais, oeste do Espírito Santo, noroeste do Rio de Janeiro e oeste da Bahia.

O Espírito Santo, o Rio de Janeiro e parte da Bahia não são áreas de recomendação para vacinação contra a febre amarela, por isso, devem ser vacinadas as pessoas que moram perto da divisa com o leste de Minas Gerais. Segundo o Ministério da Saúde, não há necessidade de corrida aos postos de saúde, pois as doses são suficientes para atender as regiões com recomendação de vacinação.

*Com informações da Sesau-TO e da Agência Brasil

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