Saúde, meio ambiente e justiça social: conheça os benefícios da agroecologia

Saiba a importância e os impactos de apoiar esse modelo de produção alimentar

Em 1960, a chamada Revolução Verde trouxe novas tecnologias para aumentar a produção agrícola como uso de fertilizantes, agrotóxicos e a mecanização da produção. Com a tecnologia vieram consequências como esgotamento do solo, alteração do ecossistema e desmatamento. A produção familiar e a sociobiodiversidade também foram impactadas.

Em oposição a isso tudo, por volta dos anos 80, a agroecologia surge para propor mudanças sociais e ambientais ao modelo imposto pelo agronegócio.

Apesar desse histórico, o termo agroecologia ainda soa como um palavrão para muitas pessoas. Entenda como sistemas alimentares ecológicos podem contribuir para o bem viver das pessoas e do planeta.

Foto: Marizilda Cruppe/ Greenpeace

Saúde e meio ambiente

Nada melhor do que se alimentar com algo que faz bem não apenas para o nosso mundo interno (nosso corpo), como também para nosso mundo externo (o planeta). Aderindo ao consumo de produtos agroecológicos estamos menos expostos a agrotóxicos e outros produtos químicos utilizados na agricultura convencional e industrial. Altamente nocivos, os produtos podem causar doenças como câncer, malformação fetal, disfunções hormonais e reprodutivas.

A agroecologia tem a natureza como uma aliada na produção de alimentos e não como algo perigoso, que deve ser controlado ou exterminado para que somente uma cultura se desenvolva. Na prática agroecológica, a diversidade de espécies é fundamental. Mais respeito aos processos naturais dos ecossistemas, ao solo, à água e às espécies animais e vegetais.

Economia sustentável

Ao comprar alimentos agroecológicos, você fortalece pequenos produtores familiares. Para quem pode escolher o que comer, optar por alimentos saudáveis e sem veneno já é muito bom. Agora, poder desviar da porta dos grandes supermercados para comprar diretamente do agricultor familiar é ainda melhor.

Desta forma, acessamos alimentos mais frescos e mais baratos. O produtor é melhor remunerado e não fica refém de intermediários, como grandes redes de varejo, que impõem condições comerciais injustas para pequenos agricultores.

Segurança alimentar

A agricultura de base orgânica e agroecológica é totalmente capaz de alimentar as pessoas no Brasil e mundo afora. Mais do que isso, este tipo de produção é a forma mais segura e sustentável de produzir comida de verdade, saudável para as pessoas e para o meio ambiente no longo prazo.

O atual sistema de produção de comida, que prioriza o acesso a alimentos industrializados, não garante a segurança alimentar. Apesar de o mundo hoje produzir calorias suficientes para alimentar toda a população mundial, os jornais seguem mostrando notícias chocantes sobre dois extremos: de um lado, pessoas literalmente morrendo de fome; de outro lado, toneladas de comida indo para o lixo e aumento da obesidade em algumas populações;

Se incentivar a agroecologia, todo mundo come: mesmo ocupando menos de um quarto das terras usadas para a agricultura no Brasil atualmente, é a agricultura familiar quem mais coloca alimento de verdade na nossa mesa. Maior responsável pela produção agroecológica no país, ela produz cerca de 70% da nossa comida e representa 67% dos empregos da agropecuária do país, segundo o último Censo Agropecuário Brasileiro, de 2017.

Foto: Barbara Veiga/ Greenpeace

Economia e justiça social

A agricultura de base ecológica é o único caminho possível para uma recuperação econômica que garanta também justiça social e ambiental. Quando incentivamos a transição da agricultura convencional para a agricultura ecológica, estimulamos uma economia baseada na diversidade — biológica e de saberes.

A agroecologia garante a valorização de alimentos nativos que a Amazônia, o Cerrado e outros ambientes naturais têm a oferecer, como açaí, guaraná, buriti, castanhas, frutas, sementes e muitas outras culturas;

Outro importante benefício da prática é ajudar a garantir a sobrevivência e autonomia de populações tradicionais, ribeirinhas, agroextrativistas, quilombolas e indígenas, que possuem valiosos conhecimentos sobre sistemas alimentares agroecológicos, acumulados por séculos.

Conheça as histórias de três estudantes de agroecologia no Instituto Federal do Amazonas. Elas contam como se interessaram pela ciência e apresentam movimentos e organizações em Manaus. O empreendedorismo e a participação da mulher nas práticas agroecológicas também foram assuntos abordados.

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