Também conhecido como ‘mal de altitude’ ou ‘mal da montanha’, o soroche é uma condição que acaba afetando os viajantes que se aventuram em lugares em grandes altitudes.
Conhecido como ‘mal de altitude’ ou ‘mal da montanha’, o soroche é um distúrbio causado por falta de oxigênio em grandes altitudes. Isto é, quanto mais alto acima do nível do mar estiver, menor será a pressão atmosférica e com isso haverá menor quantidade de moléculas de oxigênio no ar.
Essa condição é chamada de hipóxia, no qual a quantidade de oxigênio transportada para as células do corpo é insuficiente, causando sintomas como dor de cabeça, sonolência, suores frios, dedos e boca arroxeados e até desmaios. Entre os países amazônicos mais comuns de ocorrer o mal de altitude estão Bolívia, Peru e Equador.
Quando estamos no nível do mar, o ar é denso, mas à medida que subimos, menor é a pressão atmosférica e, consequentemente, a concentração de oxigênio. Com isso, o pulmão, por mais cheio que esteja, não consegue a quantidade necessária de oxigênio para manter todas as funções corporais.
A respiração, então, se torna mais rápida e ofegante, causando um aumento na acidez do sangue. O coração, para compensar, tenta bombear mais sangue para os tecidos, o que leva ao aumento da frequência cardíaca. O cérebro, que não pode ficar sem oxigênio, consome até 20% do total desse gás no corpo. Com tantas deficiências de oxigenação, o sistema digestivo deixa de ser prioritário, causando a desaceleração do metabolismo.
Normalmente, o mal de altitude começa a atingir pessoas a partir dos 3.400 metros de altura. No geral, a cada 100m que subimos em relação ao nível do mar, diminui 1% da concentração de oxigênio no ar. Ou seja, quando subimos a 5 mil metros de altitude, o organismo está trabalhando com metade do oxigênio ao qual está acostumado.
Sintomas
Entre os principais sintomas estão: falta de ar, fadiga, dor de cabeça, tontura, náusea e vômitos.
Em casos mais avançados, é possível que aconteça a cianose, quando as extremidades do corpo como mãos e pés acabam ficando com uma coloração azulada. Nesses casos, a pessoa pode ser acometida pela perda da coordenação motora ou da fala, alterações visuais e alucinações.
O mal de altitude agudo pode evoluir para edemas cerebrais ou pulmonares, ambos potencialmente fatais.
Mas não precisa se desesperar. Esses sintomas mais graves acontecem apenas em casos extremos de longa exposição em altitudes muito elevadas.
Tratamento e como evitar
Para prevenir que a pessoa não sinta o mal da altitude, o ideal é que a subida deva ocorrer de forma lenta. Levar dois dias para atingir a altitude de 2.500 metros e mais um dia para cada 500 metros adicionais.
Além disso, é importante que a pessoa realize as seguintes recomendações:
- Beba muita água. Entre umas das principais regras para quem planeja ir para lugares com grandes altitudes é beber bastante água, até o dobro de água que ingerimos diariamente, de 4 a 6 litros;
- Mantenha a calma. Respirar de forma calma e tranquila vai te ajudar a manter o ritmo;
- Evite movimentos bruscos. Evite ter movimentos rápidos ou levantar de forma brusca. O melhor é se mover com calma, não mudar de direção subitamente, dar passos curtos e sem pressa;
- Evite comidas pesadas. Na altitude, a digestão pode ser comprometida. Por isso, pegue leve e coma moderadamente. O ideal é se alimentar com carboidratos;
- Evite tomar álcool. As bebidas alcoólicas consumidas em um local muito elevado não é recomendável, já que o efeito pode ter o dobro do efeito que ao nível do mar.
Muito mencionado entre as recomendações dos viajantes, existe o chá de coca, muito popular na região andina. O Erythroxylum coca, é um arbusto nativo das regiões do altiplano latino-americano que cresce na meia-sombra da mata até atingir os 1,8m de altura. Seu efeito é parecido com o do café, enquanto estimulante, mas também possui ação digestiva. Por conta disso é costume tomar este chá ao final das refeições.
Além disso, por sua ação carminativa, auxilia na eliminação dos gases, na redução de peso e na recuperação de energia de pessoas fatigadas.