Pesquisa identifica potencial de resíduos de frutos oleaginosos amazônicos na redução do colesterol

De acordo com a pesquisa, as proteínas isoladas desses resíduos foram capazes de inibir a enzima responsável pelo colesterol no fígado.

A pesquisa utiliza resíduos de andiroba, murumuru, tucumã e castanha-do-brasil, fornecidos por uma empresa de Ananindeua. Foto: Reprodução/IFMA

Resíduos de frutos oleaginosos da Amazônia, normalmente descartados após a extração de óleo, apresentaram potencial para reduzir o colesterol hepático e agir como antioxidantes, segundo resultados preliminares de uma pesquisa conduzida por um grupo de pesquisadores do Instituto Federal do Maranhão (IFMA), da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e do Instituto Butantan.

O estudo utiliza resíduos de andiroba, murumuru, tucumã e castanha-do-brasil, fornecidos por uma empresa de Ananindeua (PA), que atua no setor de extração de óleos e gorduras vegetais.

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Pesquisa identifica potencial de resíduos de frutos oleaginosos amazônicos
Resíduos de frutos oleaginosos da Amazônia, normalmente descartados após a extração de óleo, apresentaram potencial para reduzir o colesterol. Foto: Reprodução/IFMA

A pesquisa conta com a participação do professor do IFMA Campus Zé Doca, Marcelo Rodrigues Marques, nutricionista, doutor em Ciências e coordenador do Grupo de Inovação e Pesquisa em Alimentos e Nutrição (GIPAN). A investigação é conduzida ainda pela professora Luiza Helena da Silva Martins, Tecnóloga em Alimentos com doutorado em Engenharia Química; pelo professor Gustavo Fontanari, Nutricionista com doutorado em Ciência e tecnologia de Alimentos; e pelo pesquisador Daniel Carvalho Pimenta, Biomédico com doutorado em bioquímica.

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De acordo com o pesquisador do IFMA, as proteínas isoladas desses resíduos foram capazes de inibir a enzima responsável pela síntese do colesterol no fígado, além de apresentar atividade antioxidante.

“Os resultados mais promissores em relação à redução do colesterol vieram da andiroba, do murumuru e da castanha-do-brasil, enquanto o tucumã se destacou pela ação antioxidante”, afirma Marques.

Os resíduos analisados são subprodutos gerados após a extração a frio do óleo que são direcionados e exportados para indústrias de cosméticos. Foto: Reprodução/IFMA

Os resíduos analisados são subprodutos gerados após a extração a frio do óleo que são direcionados e exportados para indústrias de cosméticos. Atualmente, a biomassa é descartada no meio ambiente ou reaproveitada por pequenos produtores como adubo e ração.

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A equipe agora trabalha na identificação das moléculas responsáveis pelos efeitos observados, tarefa que será conduzida nos próximos meses pelo Instituto Butantan.

“Sabemos que há a atuação de peptídeos e compostos fenólicos, mas queremos entender de forma mais precisa como essas substâncias interagem”, explica o professor. A previsão é que os resultados sirvam de base para publicações científicas e possíveis registros de patentes.

A equipe agora trabalha na identificação das moléculas responsáveis pelos efeitos observados, tarefa que será conduzida nos próximos meses pelo Instituto Butantan. Foto: Reprodução/IFMA

Além dos experimentos, o professor Dr. Marcelo Marques também ministrou o curso “Uso de técnicas espectrofotométricas e de fluorescência para avaliação de moléculas bioativas” a estudantes da UFRA, fortalecendo a cooperação acadêmica e a formação de novos pesquisadores na área.

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Segundo o docente, o aproveitamento desses resíduos pode gerar impacto econômico e social na região amazônica. “A valorização de subprodutos pode estimular o cultivo de frutos nativos, abrir novas cadeias produtivas e criar oportunidades de renda sustentável para comunidades locais”, afirma.

Estudo de grupo de pesquisa envolvendo o IFMA, UFRA e Instituto Butantan. Foto: Reprodução/IFMA

A pesquisa tem apoio da Fapespa (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Pará), da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e do CNPq. Já os resíduos são fornecidos pela Amazon Oil.

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*Com informação do Instituto Federal do Maranhão (IFMA)

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