Estudo revela que farinha do mesocarpo do babaçu contém propriedades fotoprotetoras e antioxidantes

Os resultados da pesquisa destacam os extratos da farinha do mesocarpo do babaçu como uma importante medida de proteção solar e ação antioxidante.

Pesquisadores do Laboratório de Fisiopatologia e Investigação Terapêutica (LaFIT) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), realizaram descobertas significativas sobre o babaçu. O estudo revelou que a farinha do mesocarpo do babaçu, uma palmeira nativa do Maranhão, contém propriedades fotoprotetoras e antioxidantes. 

Os resultados da pesquisa destacam os extratos da farinha do mesocarpo do babaçu como uma importante medida de proteção solar e ação antioxidante. Os estudos in vitro demonstraram que esse componente se mostra como um aliado essencial na preservação e cuidado da pele.

Foto: Reprodução/UFMA

Docente do Programa de Pós-graduação de Saúde e Tecnologia (PPGST) e do Curso de Medicina de Imperatriz e coordenador do projeto, Aramys Reis explica sobre os principais objetivos do estudo.

“Esse é um trabalho inédito. Até então, não tínhamos relatos de que a farinha do mesocarpo do babaçu poderia ser uma agente fotoprotetor, ou seja, que poderia nos proteger contra a radiação solar. Nesse trabalho, mostramos, pela primeira vez, que isso é possível. São os primeiros estudos. Agora estamos avançando, buscando saber as melhores concentrações e desenvolvendo formulações inovadoras para uso na pele”.

Para a comunidade maranhense, a pesquisa tem um valor especial, pois valoriza um elemento cultural e econômico da região, o babaçu. A descoberta de novas aplicações para o babaçu pode fortalecer a economia local, beneficiando as comunidades que dependem do extrativismo dessa palmeira. Além disso, coloca o Maranhão na vanguarda na promoção de práticas ambientalmente sustentáveis por meio do estudo que visam ao desenvolvimento de protetores solares seguros e de origem natural.”

Foto: Reprodução/UFMA

Richard Pereira Dutra, coorientador da pesquisa, destaca a importância da descoberta e como ela pode influenciar positivamente não somente o mercado, mas também a sociedade em geral com o uso de matéria-prima nacional, fortalecendo a cultura e a economia, além de demonstrar a importância de programas de pós-graduação que abrangem mais regiões: “A pesquisa em si tem caráter inovador, explorando o uso inédito do babaçu em formulações cosméticas fotoprotetoras. 

Para Richard, a utilização do babaçu em formulações cosméticas fotoprotetoras não apenas abre novas possibilidades na indústria cosmética, mas também destaca a importância da pesquisa científica na busca por alternativas mais sustentáveis e eficazes, além de gerar renda para comunidades tradicionais como as quebradeiras de coco babaçu.

O estudo demonstra grande importância científica e social ao ser inserido no contexto global, originado da preocupação geral com os efeitos nocivos da exposição solar, e a descoberta de alternativas naturais e eficientes para proteção solar se demonstra essencial.

Foto: Reprodução/UFMA

A pesquisa traz um significado especial para os pesquisadores maranhenses por se tratar de um recurso natural encontrado no estado, o babaçu, que é um forte elemento cultural e econômico local. A descoberta carrega a vontade social em impulsionar a produção local de ciência, além de originar espaços que serão ocupados pela produção com matérias primas originadas dentro do contexto nacional, beneficiando comunidades que dependem da extração do babaçu e a promoção de práticas sustentáveis. 

Os resultados da pesquisa indicam que o extrato do mesocarpo do babaçu contém alta atividade antioxidante, assim protegendo a pele contra radicais livres gerados pela exposição solar excessiva. O extrato preparado com água e álcool (extrato hidroetanólico), destacou-se pelo Fator de Proteção Solar (FPS) de 16,69, enquanto o feito apenas com água (extrato aquoso), registrou um FPS de 14,83, indicando que ambas as formas de preparação tem potencial de uso como protetor solar, sendo o hidroetanólico mais potente.

A Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA) foi responsável pelo financiamento do estudo. Além disso, a pesquisa contou com o apoio e financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.

Leia o artigo completo AQUI.

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