O Acre aparece em situação de aumento nas tendências de curto e longo prazo em casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) – síndromes gripais – considerando a 19ª semana epidemiológica de 2024, entre 28 de abril a 4 de maio, segundo o Boletim InfoGripe, divulgado dia 16 de maio pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Segundo o estudo, se observa sinal de aumento dos novos casos semanais de SRAG na tendência de longo prazo, ou seja, nas últimas seis semanas, além de sinal de aumento a curto prazo, nas últimas três semanas. O cenário atual do aumento de SRAG no país, segundo o boletim, é decorrência fundamentalmente dos vírus sincicial respiratório (VSR), Influenza A e rinovírus.
Marcelo Gomes, coordenador do Boletim Infogripe, ressalta que a vacina e os cuidados são fundamentais pois, com a atual queda das temperaturas na região e a situação de vulnerabilidade em que a população se encontra, os quadros respiratórios podem se agravar.
Entre as capitais, 15 apresentam sinal de crescimento nos casos de SRAG. Entre elas, estão sete da Amazônia Legal:
Boa Vista (RR)
Cuiabá (MT)
Macapá (AP)
Manaus (AM)
Porto Velho (RO)
Rio Branco (AC)
São Luís (MA)
“O indicador de longo prazo permite avaliação de tendência suavizando o efeito de eventuais oscilações entre semanas consecutivas, algo natural em dados de notificação. Já o indicador de curto prazo permite identificar, de forma oportuna, possíveis alterações no comportamento de longo prazo, mas que necessitam interpretação cautelosa à luz de eventuais oscilações”, complementa o relatório epidemiológico.
Cenário nacional
No cenário nacional, 16 unidades da federação apresentam sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo. Além do Acre, apresentam-se: Alagoas, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins.
“Referente ao ano epidemiológico 2024, já foram notificados 53.179 casos de SRAG, sendo 25.194 (47,4%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 19.434 (36,5%) negativos, e ao menos 5.645 (10,6%) aguardando resultado laboratorial […] dentre os casos positivos do ano corrente, 18,0% são Influenza A, 0,3% Influenza B, 39,6% vírus sincicial respiratório (VSR), e 29,5% SARS-CoV-2 (Covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 27,6% Influenza A, 0,2% Influenza B, 56,8% vírus sincicial respiratório, e 5,1% SARS-CoV-2 (Covid-19)”, diz.
Emergência
O governo do Acre decretou situação de emergência em decorrência do aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave e da superlotação dos leitos de terapia intensiva. O documento foi publicado na última terça-feira (14) no Diário Oficial do Estado (DOE) e tem validade de 90 dias.
O documento, assinado pelo governador Gladson Cameli, enumerou que tomou a decisão baseada na “alta taxa de ocupação de leitos adultos em unidades de terapia intensiva nas unidades de saúde pública e rede privada”.
Além disto, a publicação diz ainda que a declaração de emergência é por conta da situação anormal vivenciada pelo estado, além do “aumento exponencial da procura por atendimento nas unidades estaduais de saúde, com grande número de queixas de sintomas gripais, e a gravidade dos casos identificados, os quais muitas vezes são submetidos a internação em leitos de terapia intensiva”.
*Com informações do g1 Acre