“Olhe com olhos de mosquito”, sugere pesquisadora sobre extinguir criadouros de Aedes aegypti

Para conter o mosquito é preciso enxergar como ele: qualquer recipiente com água parada pode se transformar em criadouro, explica a bióloga Denise Valle.

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

No controle da dengue, o segredo pode estar no olhar. É o que orienta Denise Valle, bióloga e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

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De acordo com a pesquisadora, locais que parecem inofensivos, como um prato de vaso de planta, uma caixa d’água com tampa mal encaixada ou ralos pouco utilizados, podem ser berçários ideais para o mosquito. 

“A fêmea não busca locais óbvios ou burocráticos. Ela procura ambientes protegidos, escuros e úmidos, onde seus ovos possam se desenvolver com segurança”, explica Denise. Por isso, inspecionar esses espaços, semanalmente, é fundamental para evitar que os ovos se transformem em mosquitos adultos. 

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Criadouros escondidos exigem atenção 

Denise destaca que muitos criadouros não convencionais passam despercebidos no dia a dia, como vasos sanitários de banheiros pouco utilizados ou rachaduras em lajes e quintais, que acumulam água da chuva.

Nem sempre é descuido

A pesquisadora destaca que, em muitas situações, os criadouros não são resultado de negligência, mas de dificuldades socioeconômicas.

“Nem todo mundo consegue manter lajes e quintais nivelados ou evitar rachaduras, porque isso exige recursos que muitas famílias não têm. O mesmo vale para quem guarda recicláveis em casa para vender. Nesse contexto, o controle semanal do mosquito precisa ser uma responsabilidade compartilhada entre a população, o poder público e as autoridades de saúde”, afirma Denise. 

Treinar o olhar é essencial 

Segundo a pesquisadora, o principal passo no controle da dengue é mudar a forma como enxergamos o ambiente ao nosso redor.

“O que para nós pode ser apenas uma tampa de caixa d’água mal ajustada ou uma pequena depressão no piso, para o mosquito é o local perfeito para se multiplicar. Treinar o olhar para identificar esses criadouros não convencionais é fundamental. A rotina de inspeção semanal é simples, mas extremamente eficaz para reduzir o risco de transmissão”, orienta Denise. 

A especialista ressalta ainda que, embora a população desempenhe um papel fundamental, o sucesso no controle da dengue depende de esforços conjuntos.

*Com informações do Ministério da Saúde

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