É estranho quando alguém fala “Rorâima”, né? O Portal Amazônia conversou com o professor Sérgio Freire, que falou sobre a diferença linguistica entre Roráima e Rorâima
Se você é de Roraima, com certeza, já ouviu alguém pronunciando: Rorâima (com a sílaba tônica nasalizada). Causa estranheza, né? Isso é comum de acontecer, principalmente, se tratando de turistas, mas de acordo com o professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Sérgio Freire, tanto Roráima, quanto Rorâima estão corretos.
Segundo Freire, as duas formas de falar Roraima estão corretas, porque quando se trata do uso da língua, a linguística substitui a noção da correção pela de adequação. Dessa forma, a pergunta que se deve fazer é: “pra quem é adequado falar Roráima? E pra quem é adequado falar Rorâima (com vogal nasal)?”.
Do ponto de vista do uso do falante, tanto um quanto outro é adequado, ambos fazem parte daquilo que a sociolinguística chama de variação dialetal. A busca pela forma perfeita principalmente na oralidade, faz parte da ilusão de uma língua pura, sem variação, o que não existe. “Pode ser uma boa discussão lúdica sobre o regionalismo da língua portuguesa, que é riquíssima, mas não passa disso”, destacou Freire.
Claro que existem outras palavras que sofrem do mesmo dilema. Por exemplo, a adversativa “MAS”, que em Manaus falamos /MÁSH/ é pronunciada /MÃES/ no Rio Grande do Sul. Ou a palavra “ANDÁIME”, que no Sudeste se pronuncia “ANDÃIME”. Todas são variações regionais, logo, todas estão corretas.