Pedra ganha fama em Roraima por se parecer com ET

A “Pedra do ET” ganhou este nome inspirado no extraterrestre criado pelo cineasta Steven Spielberg no filme ‘E.T. – O extraterrestre’, de 1982.

Será possível que o simpático extraterrestre criado por Steven Spielberg esquecido no planeta Terra tenha parado em Roraima e se tornado uma pedra? Bom, talvez somente seres de outros planetas consigam explicar, mas, em uma pequena chácara no interior de Roraima, uma rocha parecida com o personagem de dedo luminoso tem ganhado popularidade e se tornado até atração turística.

A pedra fica no quintal da chácara das Flores, propriedade de Marino Barreto Caldas, de 58 anos, diretor de Meio Ambiente da cidade de São Luiz, na região Sul. Ela foi descoberta por ele em 2002, após um incêndio atingir as árvores e plantas do local, mas, só agora passou a despertar o interesse de turistas curiosos.

“Descobri a pedra quando parte do mato pegou fogo. Vi a parte queimada e não dei muita atenção, mas quando olhei novamente eu vi [a pedra] e percebi que ela parecia com um E.T. Me assustei”, relembrou.

No ano passado, a pedra foi tombada pela Secretaria Municipal de Turismo e Meio Ambiente como Paisagem Natural de São Luiz. Recentemente, foi destaque no programa “Fala Mcuxi”, da Rede Amazônica em Roraima.

Foto: Divulgação

A aparência do personagem do longa-metragem ‘E.T – O Extraterrestre’, de 1982, foi inspirada nos traços do físico Albert Einstein e dos escritores Ernest Hemingway e Carl Sandburg. Mas, diferente do filme o rosto estampado na pedra no quintal da chácara é obra da própria natureza. E, por conta da aparência, a rocha foi batizada como “Pedra do E.T.”.

O doutor em geologia sedimentar da Universidade Federal de Roraima (UFRR), Fábio Luiz Wankler, explica que a fisionomia da “Pedra do ET” é resultado da combinação de três feições geomorfológicas, chamadas de caneluras, bacias de dissolução e esfoliação esfenoidal.

A “cabeça” da Pedra do ET foi esculpida pela esfoliação esferoidal, uma combinação de processos de transformação e desgaste químico e físico que causaram o arredondamento da pedra. “As duas primeiras feições são o resultado da passagem da água sobre a rocha que acabam esculpindo canais preferenciais de passagem de água que escorrem do topo para a base”, explicou.

Foto: Divulgação

 Estas marcas, segundo ele, são vistas tanto nas rochas vizinhas à pedra do ET como em várias serras ao longo das estradas do Sul e Norte de Roraima. Já o bloco de rocha onde a cabeça está ancorada não se formou ali. A explicação do especialista é que a base rolou de um ponta acima da encosta devido aos processos de erosão e movimentos de massa, visíveis em várias serras de Roraima.

Fabio também ressaltou que é possível encontrar outras rochosas inusitadas ou pelo menos diferentes do habitual no estado, e que “quando passamos na estrada, podemos ver várias serras com pilhas de blocos nas suas bases, resultado de um processo similar ao que aconteceu com a Pedra do ET”.

Desde que foi tombada como Paisagem Natural de São Luiz, “virou moda” as visitas de turistas. “Conhecer a pedra agora virou moda. Se veio a São Luiz e não visitou a ‘Pedra do ET, então não veio a São Luiz”, brincou.

Atualmente, o proprietário não cobra nenhuma taxa para a visitação da rocha. Mas, durante a 24ª edição da tradicional vaquejada do município, prevista para ocorrer no fim deste ano, os interessados precisarão pagar uma taxa para conhecer a inusitada pedra. O valor ainda não foi definido.

*Por Yara Ramalho, g1 Roraima


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