Produção de mel é considerada uma atividade sustentável à natureza. Foto: Josivan Antelo/Rede Amazônica RR
Ao menos 200 famílias vivem da produção do mel de abelha em Roraima, cenário que tem se expandido nos últimos anos no estado. A previsão é que sejam coletadas cerca de 240 toneladas do alimento doce natural este ano.
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Um dos pioneiros no ramo da apicultura no estado é o produtor rural Waldemar Sartor, de 81 anos, dono de um apiário no município do Cantá, distante cerca de 35 quilômetros da capital Boa Vista.
“Realmente, nós estamos em um índice bastante de produção. Muita gente está interessada em produzir mel porque é uma coisa lucrativa”, diz Sartor. E ele explica porque considera uma atividade com boa renda:
“Você gasta um dia por mês. Você vai lá, colhe, não precisa colocar vigia, não precisa vacinar, não precisa pagar alguém para cuidar. Ela está lá e te dá esse resultado. Daqui um mês, eles vão lá de novo. Vão tirar a mesma quantidade de mel. Então, economicamente, vale a pena”, avalia.
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E não é apenas Waldemar Sartor que dedica a vida à apicultura. O trabalho se tornou um negócio familiar. Com ele, o filho Eduardo Sartor, de 41 anos, também contribui para o manejo das abelhas para que o resultado seja um mel de qualidade.
Na propriedade da família Sartor, o processo de coleta do mel é feito forma manual. Por isso, a ideia é que antes de investir no setor, seja feito um mapeamento de área. Depois de retirar os favos de mel, o alimento vai para uma cooperativa em Boa Vista onde é feito o beneficiamento – o processo que consiste em transformar o mel in natura em um produto comercial no mercado.
Com as queimadas registradas no início deste ano em Roraima, a estimativa é que a produção de mel seja menor que no ano passado. No entanto, os apicultores têm expectativa de vender para lugares fora do estado.
Para garantir a qualidade, os apicultores contam com orientação técnica, em que são instruídos sobre como melhorar produção, aproveitar os recursos, além do uso de tecnologia.
“Nós estamos trabalhando para poder exportar o nosso mel do nosso estado. Temos um desafio a ser enfrentado que é conseguir o nosso SIF [Serviço de Inspeção Federal], a nossa Casa do Mel tá trabalhando. Estamos tentando conseguir o SIF, que é o que nos autoriza fazer a exportação do mel para outros países, como Alemanha, partes da Europa, e levar esse mel de altíssima qualidade de Roraima para o resto do mundo”, disse o técnico agropecuário Gustavo Vivian, que atua com a família Sartor e com outros apicultores no estado.
Rico em nutrientes, o mel tem uma série de benefícios ao consumo humano, como o seu alto potencial antioxidante e anti-inflamatório, além de ser um inibidor do crescimento de diferentes bactérias, vírus e fungos patogênicos, ou seja, apresenta atividade antimicrobiana, e tem propriedades anticancerígenas.
Por Nylo Monteiro, da Rede Amazônica RR