Igualdade, empatia, desclassificação e muita chuva: saiba o que aconteceu no quarto dia do Boa Vista Junina

A chuva surpreendeu o público presente mais uma vez e causou mais atrasos no cronograma do Boa Vista Junina. 

A energia do maior arraial da Amazônia movimentou a terça-feira (14), na Arena Junina da capital roraimense durante o Boa Vista Junina. Mais cinco grupos se apresentaram no tablado e mostraram a razão do evento ser uma das principais festas do Estado. 

Quem abriu a sequência de apresentações da noite foi a ‘Evolução Junina’, do grupo emergente, com o tema ‘Do passado ao presente meu São João é daqui’. O destaque ficou para a apresentação do casamento, o momento mais esperado da noite.
Casamento foi o ponto alto da performance do grupo ‘Evolução Junina’. Foto: Diego Oliveira/Portal Amazônia

O quadrilheiro Marcos Vinicius dançou pela primeira vez em Boa Vista. Ele, que é do Rio de Janeiro, contou que se apresentar no tablado do Boa Vista Junina foi um sonho realizado. 

“Eu vim de uma família que adora quadrilhas e festas juninas, por isso, fiquei feliz e topei o convite de representar a ‘Evolução Junina'”, 

contou.

Segundo ele, quem vê a coreografia pronta não sabe o trabalho que dá. “Nossos ensaios começam no mês de janeiro e vão se intensificando com o passar do tempo. A gente dança com amor para mostrar a nossa arte”, disse a quadrilheira, Riquely Mendes. 

Lugar de mulher

Em seguida, foi a vez das apresentações do grupo de acesso. Começando com a ‘Estrela Junina’, que entregou ao público uma apresentação cheia de gingado e nostalgia com o tema ‘Raízes do meu São João, memória que nunca esqueci’. A performance marcou também por apresentar a primeira animadora do festival, Denise Silva.

“É uma emoção. Estou na quadrilha há mais de 15 anos. Eu já dancei, fui padre e noiva, passei em várias áreas de atuação. Eu me sinto empoderada, principalmente, com a receptividade do público que acompanha o Boa Vista Junina”, destacou Denise.

Denise Silva é a animadora do grupo ‘Estrela Junina’. Foto: Diego Oliveira/Portal Amazônia

Homenagem

A ‘Luar do Sertão’ realizou uma homenagem que emocionou o público na Arena Junina. Eles defenderam a temática ‘Luar do sertão dança e canta ao som de Luiz Gonzaga’. O público presente na disputa das quadrilhas fez uma viagem na musicalidade do rei do baião. Na metade da apresentação, um forte temporal caiu na cidade, porém, os quadrilheiros não pararam e conseguiram finalizar a performance dentro do tempo.

A participação de Dirceu da Costa emocionou os espectadores da Arena Junina. Ele é cadeirante e desempenhou o papel de padre da quadrilha.

“É uma emoção que não tem preço. Me sinto honrado, pois muitas pessoas não acreditam no potencial dos cadeirantes e podemos muito mais. Podemos desempenhar o papel que quisermos”,

disse ao Portal Amazônia.

Chuva marcou a apresentação de Luar do Sertão. Foto: Diego Oliveira/Portal Amazônia

Chuva e desclassificação

Uma chuva intensa pegou todos de surpresa. De acordo com a superintendente de Turismo da Fundação de Educação, Turismo, Esporte e Cultura de Boa Vista (Fetec), Alda Amorim, quando a chuva cai durante a apresentação de um grupo, o mesmo deve concluir sua performance. Agora, quando a quadrilha ainda não se preparou e acha que a água vai prejudicar de alguma maneira, a equipe técnica é acionada e uma nova data pode ser combinada.

“Toda a estrutura da festa oferece lugares para a população se proteger em caso de chuva, mas a Arena é aberta, ou seja, a decisão de se vale a pena ou não subir no tablado mesmo com a água é da própria quadrilha”, explicou Alda. 

Apesar da chuva que caiu na Arena, a equipe técnica verificou que a quadrilha ‘Matuto Encantar’ não estava no local no tempo solicitado, que seria 30 minutos antes da sua apresentação no tablado e, automaticamente, a quadrilha foi desclassificada.

Porém a diretoria do grupo, pode entrar com uma apelação para justificar o motivo do atraso e encontrar uma data para se apresentar aos jurados.

Quadrilha Luar do Sertão enfrentou a chuva e concluiu apresentação. Foto: Diego Oliveira/Portal Amazônia

Após a tempestade

A quadrilha ‘Zé Monteirão’ acabou sendo a única do grupo especial a entrar no tablado. Eles defenderam o tema ‘Do Fim ao Recomeço’. O início da apresentação contou com efeito de luzes, dança contemporânea e fez uma alusão ao preconceito sofrido pelas minorias. 

O cenário que começou sombrio e nos tons cinzas deu lugar as cores cintilantes da quadrilha que fechou mais um dia de apresentações.

Confira a ordem das quadrilhas que se apresentam neste quarta-feira (15):

Espantalho Junino (Acesso)
Macedão (Acesso)
Xamego na Roça (Especial)
Explosão Caipira (Especial)

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