Obra depende da concordância dos Waimiri Atroari, que poderão ter o território atravessado pela linha de transmissão.
A Fundação Nacional do Índio (Funai) pretende retomar até 15 de outubro os trâmites com os índios Waimiri Atroari referentes à construção do linhão que vai ligar Manaus a Boa Vista e levar energia elétrica pra abastecer Roraima. O Linhão deve se estender por 721 quilômetros, sendo que 123 quilômetros estão previstos pra atravessar a Terra Indígena dos Waimiri-Atroari.
Essa linha de transmissão é essencial pra livrar o estado do isolamento energético. Roraima já foi dependente da eletricidade vinda da Venezuela e atualmente é suprida por termelétricas, que são muito poluentes e produzem energia a custo elevado.
Pra construir o linhão, o governo federal, por meio da Funai, tenta obter a concordância dos indígenas. Pra isso foi elaborado o Plano Básico Ambiental-Componente Indígena (PBA-CI) para o licenciamento da Linha de Transmissão. O plano apresenta as medidas mitigadoras e compensatórias para possibilitar a obra. Entre as medidas estão programas e atividades a serem executados por meio da Associação Comunitária Waimiri Atroari (ACWA).
O PBA-CI será traduzido para a língua dos Waimiri para que todos compreendam o documento e possam tomar a decisão. A tradução será realizada pelos Kinja (autodenominação do povo Waimiri Atroari) e por dois professores que já trabalharam anteriormente na tradução.
Segundo a Funai, a etnia está disposta a retomar as atividades de tradução do PBA-CI, paralisadas por causa da pandemia. Mas os indígenas exigem o cumprimento de protocolos de saúde contra a covid-19, além de recomendações da Associação Comunidade Waimiri Atroari (ACWA). O protocolo inclui quarentena de 14 dias e testagem antes da entrada em território indígena.