Porto Rolim, paraíso dos peixes e jacarés gigantes em Rondônia

Pesca esportiva atrai turistas de todo o país ao Vale do Guaporé.

Não é conversa de pescador. O guia de pesca Gelson Lopes fez questão de registrar em vídeo o “jaquerezinho” tomando sol, por volta das 10h de 25 de janeiro, avistado às margens do Rio Guaporé.

O animal chamou atenção pelo tamanho: ao menos uns 5 metros. Mas não surpreendeu de todo, pois quem vive por ali está acostumado a ver muitos dessa espécie, só que menores do que o que foi filmado. Pelas poses feitas para a câmera, o jacaré gigante recebeu como agrado um petisco: um Traíra, que o guia lhe deu.

Foto: Divulgação

Porto Rolim de Moura, localidade onde foi gravado o vídeo, é um distrito de Alta Floresta do Oeste [a 527 km de Porto Velho]. Por ali passam os rios Mequéns [berçário natural] e o Guaporé — um é afluente do outro e o segundo representa a fronteira entre Brasil e Bolívia.

A região é considerada um verdadeiro santuário ecológico na Amazônia e atrai centenas de turistas ao longo do ano; são apreciadores da pesca esportiva. Eles vêm de diversos lugares do país, geralmente em grupos de amigos ou ligados a empresas e corporações.

Jacaré com 5 metros às margens do Guaporé. Foto: Divulgação

A família de Washington Zabala Santiago, que falou à coluna JOTAÓ ESCREVE e enviou o vídeo do jacaré e as demais fotos que ilustram
este conteúdo no Portal Amazônia, tem uma pousada no Porto Rolim, a Zabala, especializada em receptivo turístico de pescadores. Para chegar à pousada, são 40 minutos de embarcação desde o estacionamento às margens do rio Guaporé. Isso depois de percorrer 170 km de estrada de terra a partir do centro da cidade de Alta Floresta.

Movimento turístico é intenso. Foto: Divulgação

O trajeto é uma verdadeira aventura e vale muito a pena. Mesmo para quem não se interessa por pesca. Contemplar a natureza, a fauna e a flora riquíssimas, as histórias, as fotografias e a mistura de culturas brasileiras e bolivianas são atrativos inesquecíveis. Do nascer ao pôr do sol, a sensação é de encantamento em meio a um paraíso escondido pela densa mata, onde se avistam muitas espécies de aves e animais exóticos e típicos da Amazônia — há, inclusive, registros da presença do maior felino das Américas, a famosa onça-pintada.

Para quem não dispensa o contato com os nativos, há muitas histórias e a culinária bem particular. Em meio a casas de alvenaria, existem outras de pau-a-pique e de palha, um povo acolhedor que mistura migrantes, quilombolas, descendentes bolivianos e indígenas.

Paisagem paradisíaca no santuário ecológico. Foto: Divulgação

Chama atenção o doce de ovos de tracajá [espécie de cágado comum na Amazônia]. A iguaria chamada arabu é de origem indígena e só é encontrada entre moradores locais — não é servida em restaurantes. Trata-se de uma mistura ovos batidos com farinha de mandioca e açúcar. Tachada da guloseima ganha ponto nos fogões à lenha fica com aspecto de doce de banana.

Doce de ovos de tracajá. Foto: Divulgação

Mas nem todos param para ver ao redor. Focam nas pescarias conduzidas por guias especializados e toda a parafernália que a atividade exige. “Nosso guia [o que gravou o jacaré] é experiente e garante muita diversão aos clientes que vêm conhecer esse pedaço da Amazônia”, propaga Washington, o dono da pousada. Os outros guias e empresários dos setores hoteleiro e de turismo reforçam a mídia, com postagens belíssimas das paisagens guaporeanas nas redes sociais.

Foto: Divulgação

Além da possibilidade de se deparar com um jacaré — o que é sempre uma forte emoção —, o certo é que os turistas vão vibrar com os peixes enormes; o pirarucu pode atingir até 200 kg e o comprimento que varia de 1 a 3 metros. Os outros tipos mais comuns da região são o tucunaré, cachorras, pirarara, caparari e corvina.

Pescador com o Pirarucu de 1,7 metro. Foto: Divulgação

Há várias pousadas, hotéis e barcos-hotéis no Vale do Guaporé. Os estabelecimentos garantem que não permitem que os clientes levem peixes para casa; há fiscalização neste sentido. O objetivo da pesca esportiva é fisgar o peixe, não para consumo ou comércio, mas pelo prazer de pescar. Por isso os peixes são devolvidos vivos a natureza.

O comum na região é que se pesque apenas um exemplar — por grupo — para o abate e preparo do peixe nos próprios meios de hospedagem. Afora esse serviço, os hotéis oferecem guias, pilotos, iscas e outros serviços essenciais à essa modalidade de ecoturismo.

O vídeo mostrando o jacaré tomando sol. Vídeo: Divulgação

Sobre o autor

Às ordens em minhas redes sociais e no e-mail: julioolivar@hotmail.com . Todas às segundas-feiras no ar na Rádio CBN Amazônia às 13h20.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

1° do Norte: autor amapaense Gian Danton recebe principal título dos quadrinhos no país

Com mais de 30 anos de carreira, Gian Danton consolida posição de Mestre do Quadrinho Nacional entre os principais nomes do país. Título é considerado o mais importante do Prêmio Angelo Agostini.

Leia também

Publicidade