Falcoaria: técnica com ave de rapina para controle de pombos é usada em Rondônia

O projeto atua na contenção de pombos por serem animais que podem transmitir diversas doenças se não tiverem sua população controlada. 

De um lado o instrutor faz o som de um assovio. Do outro, a ave de rapina fica atenta ao chamado. O objetivo é ter o “controle do voo” enquanto o animal percorre o trajeto de um lado para outro. Essa técnica é conhecida como falcoaria e é a arte de criar, treinar e cuidar de falcões e outras aves de rapina para a caça.

Em Vilhena (RO), o especialista Thiago Baldine treina as aves para o controle de pombos em escolas. Uma das aves usadas é um gavião-asa-de-telha (Parabuteo unicinctus).

Foto: Thiago Baldine

Perigo 

Como os pombos podem transmitir diversas doenças, se não tiverem sua população controlada, o projeto atua nessa contenção.

“Gavião-asa-de-telha são aves oriundas de criadouro comercial, que a gente adquire, treina com técnicas de falcoaria para fazer voos livres e fazer a captura de outras aves como, por exemplo, os pombos, que são transmissores de zoonoses e causam um grande problema de saúde pública no Brasil. Todo lugar tem”,

disse Thiago.

A introdução de um predador natural serve como forma de controle de aves. O especialista explica que a presença do falcão afugentou grandes números de pombos em escolas municipais: “Aqui tínhamos colégios municipais que estavam com grande quantidade de pombos por muitos anos. A arte da falcoaria foi uma solução que realmente surtiu efeito no controle dos pombos”.

Treinamento de atleta 

A introdução da ave de rapina no ambiente é feita após um período de treinamento. A técnica e o relacionamento de confiança entre o treinador e a ave vão se construindo até que ela tenha autonomia em voos livres. “A [intenção da] técnica é soltar a ave e onde chamar ela [pode ser por meio do assovio], ela vai”, explica.

Foto: Thiago Baldine

Segundo a Prefeitura de Vilhena, após capturados, os pombos são levados para análise profissional, onde é sugerida, ou não, a prática da eutanásia. “Esses predadores são introduzidos ao meio após treinamento. Eles são como atletas. Eles conseguem capturar e afugentar de forma que os capturados são eutanasiados por mim, que sou biólogo. Lembrando que todo esse trabalho é legalizado. Está dentro da legislação e a empresa é licenciada”, explica.

Autorização para manejo 

A autorização para manejo da fauna sinantrópica nociva, é dada para situações onde espécies de animais interagem de forma negativa com a população humana e que causam transtornos significativos de ordem econômica ou ambiental, ou que represente riscos à saúde pública. (Conheça a Instrução Normativa do Ibama nº 141/2006).

O texto da normativa traz que o controle das populações de espécies sinantrópicas, pode ocorrer por meio da captura em seguida de soltura, com intervenções de marcação, esterilização ou administração farmacológica, sendo também a captura seguida de remoção ou ainda a captura seguida de eliminação e/ou eliminação direta de espécimes animais.  

*Por Jheniffer Núbia, do g1 Rondônia

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