Famílias do baixo Madeira recebem filtro de água potável que reduz escassez hídrica

Por décadas, essas pessoas se viram obrigadas a navegar por horas pelo Baixo Madeira em busca de água potável percorrendo vilarejos

Implementado no baixo madeira, o projeto é uma iniciativa da Prefeitura de Porto Velho em parceria com a Universidade Federal de Rondônia. Foto: João Paulo Prudêncio

Na comunidade de Bom Jardim (baixo madeira), situada a aproximadamente 70 quilômetros do perímetro urbano de Porto Velho (RO), a falta de água potável sempre foi uma dificuldade enfrentada pelos moradores. A dona de casa Luciléia da Silva Ribeiro, moradora há mais de 40 anos no povoado, recorda inúmeras situações críticas, já que a falta de água tratada era constante, obrigando famílias a se arriscarem por horas a fio no rio Madeira.

“Todo mundo aqui pegava água em Cujubim Grande. A gente saía com meu motor pequeno (barco) e demorava muito para fazer esse transporte”, comentou Luciléia.

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Famílias do baixo Madeira recebem filtro de água potável
Estrutura instalada em Bom Jardim (baixo madeira), garante o padrão de potabilidade estipulado pelo Ministério da Saúde (MS). Foto: João Paulo Prudêncio

A Prefeitura de Porto Velho deu início ao projeto que pretende solucionar um problema histórico da escassez hídrica em localidades ribeirinhas dentro do território municipal. Por meio de uma técnica que dispensa grandes estruturas — utilizando apenas duas caixas d’água e um equipamento portátil de fácil instalação, o sistema produz água própria para consumo, de alta qualidade e dentro dos padrões de potabilidade. Essa tecnologia será levada para as regiões mais afetadas pela escassez.

A comunidade Bom Jardim, no baixo madeira, onde vive dona Lucélia, foi o primeiro local a receber o projeto, executado por equipes da Defesa Civil e da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) em parceria com a Universidade Federal de Rondônia (Unir) por meio do Departamento de Engenharia Civil.

Sistema instalado em comunidade no baixo madeira utiliza apenas duas caixas d’água e um equipamento portátil de fácil instalação. Foto: João Paulo Prudêncio

Em Bom Jardim residem cerca de 50 famílias que sobrevivem da agricultura familiar e outras atividades do campo. Por décadas, essas pessoas se viram obrigadas a navegar por mais de três horas pelo rio Madeira em busca de água potável percorrendo vilarejos — um sofrimento e despesas desnecessárias que chegaram ao fim com a instalação do novo equipamento projetado para assegurar água limpa e saudável para todos.

Água tratada em casa para os ribeirinhos significa mais qualidade de vida. A iniciativa da Prefeitura reduz queixas de diarreia e outros agravamentos de saúde em crianças, idosos e adultos. “Hoje, podemos dizer que nossa comunidade tem água potável a qualquer hora. Tinha muita gente que não acreditava, mas eu acreditei e hoje a Prefeitura está aqui”, lembra dona Lucélia.

Sistema instalado em comunidade no baixo madeira utiliza apenas duas caixas d’água e um equipamento portátil de fácil instalação. Foto: João Paulo Prudêncio

De acordo com o prefeito de Porto Velho, Léo Moraes, garantir condições dignas às populações rurais é fundamental para o bom desempenho do Executivo Municipal e para o avanço econômico e social da cidade.

“Assegurar que as comunidades rurais e ribeirinhas tenham a presença atuante da Prefeitura é uma das nossas metas, que vem sendo alcançada com ações inovadoras, econômicas, práticas e criativas. Dessa forma, driblamos as dificuldades e levamos o respeito que a nossa população merece”, destacou Léo Moraes.

Segundo Marcelo Melo Barroso, diretor do Departamento de Serviços Básicos da Seinfra, a estrutura instalada em Bom Jardim garante o padrão de potabilidade estipulado pelo Ministério da Saúde (MS). Ele também afirmou que o projeto será ampliado para outras áreas rurais e ribeirinhas.

“Esse equipamento trata qualquer água com alta turbidez e consegue reduzi-la a menos de um, que é o parâmetro exigido pelo Ministério da Saúde. Outras comunidades do baixo Madeira também irão receber o sistema. Estamos aqui para garantir o tratamento e fornecer água segura”, explicou Marcelo Barroso.

*Com informação da Prefeitura de Porto Velho

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