Vale inicia operações da mina S11D em Canaã dos Carajás

Foto: Divulgação/Agência Acre

Sob céu fechado e forte chuva, que durou toda a manhã deste sábado (17), na região de Canaã dos Carajás, sudeste do Pará, as operações da mina de ferro S11D, da mineradora Vale, foram iniciadas oficialmente em cerimônia realizada na área do complexo, com a presença de autoridades.

Compareceram à cerimônia deputados estaduais e federais,  vereadores, o presidente da Câmara Municipal de Canaã, Jean Carlos Ribeiro; o prefeito Jeová Andrade, funcionários, executivos e o diretor-presidente da Vale, Murilo Ferreira, além do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho – que representou no ato o presidente da República, Michel Temer.

Antes da cerimônia, o acesso à mina chegou a ser fechado por integrantes de movimentos sociais diversos desde as cinco da manhã. A estrada, porém, foi desbloqueada antes das 9h, com a ajuda de forças de segurança que incluíram o Exército.

Um forte esquema de segurança foi montado para garantir apoio ao evento e ao monitoramento do acesso à mina. Cerca de 250 homens foram destacados para reforçar o esquema de segurança na região de Canaã dos Carajás. O efetivo incluiu militares do Exército e também da guarda ambiental e da empresa de segurança privada que presta serviços à Vale.

A estrada para a S11D tem cerca de 60 quilômetros e é o único acesso ao local da nova mina a ser aberta. São 40 minutos por estrada asfaltada. O bloqueio de manifestantes foi feito em uma das três pontes no caminho, sobre o rio Araras, próximo à localidade de Constantinópolis.

Investimentos – A Vale obteve a Licença de Operação (LO) para a mina e a usina do projeto S11D no dia 9 de dezembro. O complexo deve ser o maior projeto de minério de ferro da história da empresa e da indústria da mineração. A mina e a usina do S11D localizadas em Canaã dos Carajás, no sudeste do Pará, entrarão em operação comercial em janeiro de 2017.

Os investimentos totais são de US$ 14,3 bilhões – US$ 6,4 bi, aplicados na implantação da mina e da usina e US$ 7,9 bi referentes à construção de um ramal ferroviário de 101 quilômetros, à expansão da Estrada de Ferro Carajás (EFC) e à ampliação do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís (MA).

Apenas no ramal ferroviário, que teve atividades iniciadas no início de outubro, circularão trens com 330 vagões carregados com minério. A estrutura da mina e da usina de processamento de minério de ferro conta com três linhas de produção. A capacidade de processamento é de 90 milhões de toneladas ao ano.

”É um momento de muita provação para o Brasil. E precisamos da ajuda do empresariado e de outros segmentos para superá-lo. A abertura dessa mina é um indicativo da confiança que temos de que o Brasil vai voltar a crescer”, disse na cerimônia o ministro de Minas e Energia.

”Esse é um dos projetos mais relevantes desses 30 anos de atuação da Vale, tendo o Pará como grande parceiro”, avaliou o diretor-presidente da companhia. ”Muito mais que um novo marco para a mineração, esse momento expressa nossa atual capacidade de realizar e inovar. Sabemos que os desafios são grandes para o Brasil hoje. Mas em nenhum momento demos as costas para esse passado grandioso que norteia nosso futuro”.

Inovações – Em S11D, o minério de ferro será lavrado a céu aberto e levado da mina até a usina por meio de um transportador de correia de longa distância (TCLD). A novidade nas operações permitiu abolir o uso de caminhões no transporte, diminuindo custos que tornaram mais lucrativa e eficiente a operação – além de minimizar impactos ao meio ambiente.

A usina, os pátios de estocagem e regularização de minério, as pilhas de estéril e canga (minério de ferro com teor mais alto de contaminantes) e a área de manobra e carregamento de trens foram  instalados em antigas áreas de pastagem, fora da Floresta Nacional de Carajás (Flona Carajás) – unidade de conservação que a Vale mantém desde 1988.

A Flona tem 412 mil hectares. Mesmo depois da implantação do S11D, só 4% terão sofrido interferência pelas atividades de mineração desde que a Vale se instalou na região, há 30 anos.

O empreendimento recebeu este nome a partir da sua localização: trata-se do bloco D do corpo S11 do complexo de exploração mineral, que fica na Serra Sul da grande região de Carajás.

Na Serra Norte, está a Mina de Carajás, em operação desde 1985, situada em Parauapebas, município vizinho a Canaã dos Carajás. O potencial do corpo S11 é de 10 bilhões de toneladas de minério de ferro, sendo que só o bloco D, a chamada mina S11D, possui reservas de 4,24 bilhões de toneladas.

As primeiras sondagens na região datam dos anos 1970. A licença prévia de exploração da S11D saiu em junho de 2012. Um ano depois, foi emitida a Licença de instalação. A vida útil da mina está estimada em 48 anos.

Nos últimos 12 anos, mais de R$ 1 bilhão já foram destinados ao município de Canaã dos Carajás, contabiliza a Vale – incluindo, entre 2004 e 2016, pela operação da mina de cobre do Sossego,  investimentos sociais e pagamentos de Imposto sobre Serviços (ISS) e a Contribuição Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM).

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