A paixão pelas mangueiras é tanta que a árvore virou patrimônio cultural do município de Belém, no Pará.
É que nessa cidade
As mangueiras falam sempre em ti
Na chuva da tarde, os passa vida
E é sempre assim
Eu te procurei, te achei em minha solidão
Oh minha solidão, ai minha solidãoMúsica ‘Passos da Vida’, de Fafá de Belém
Seja em poemas, músicas ou livros, as mangueiras fazem parte da história da cidade de Belém. Inclusive, a capital paraense é chamada carinhosamente de “cidade das mangueiras” ou “mangueirosa”.
O Portal Amazônia conversou com a professora titular da Faculdade de Geografia da Universidade Federal do Pará (UFPA), Maria Goretti Tavares, que contou a história por trás deste título tão curioso.
De acordo com Goretti, um projeto feito no início do século 20 tinha o objetivo de transformar Belém na Paris dos Trópicos. Várias mudanças aconteceram na gestão do prefeito Antônio Lemos, como por exemplo, o alargamento das avenidas, construção de coretos, instalação do bonde elétrico. Porém, o calor típico da Amazônia seria uma missão difícil de contornar.
Por esse motivo, Antônio Lemos escolheu a mangueira para arborizar as principais ruas da cidade. Na época, algumas espécies da árvore estavam plantadas no sítio do arquiteto Antônio Landi. Com o projeto em andamento, as primeiras ruas que receberam as mudas de mangueira estavam localizadas nos bairros de Nazaré e Batista Campos.
“Apesar da mangueira ser uma árvore asiática, ela se tornou um símbolo de Belém. A ideia do prefeito Antônio Lemos era amenizar o calor da região, então, a árvore escolhida foi a mangueira, porque ela causa sombreamento, além de ser frutífera”, destacou a professora.
A paixão pelas mangueiras é tanta, que a árvore virou patrimônio cultural do município de Belém. “Se você olhar as fotos de século 20, as mangueiras aparecem pequenas. Com o passar dos anos, elas começaram a se desenvolver e, por causa disso, a capital ficou conhecida como cidade das mangueiras”, contou Goretti.