Polícia Civil destrói mais de 200 toneladas de maconha durante operação Colheita Maldita II

A investigação foi feita através de levantamento por meio de satélite, sobrevoo de aeronave e equipe em terra, que ficou responsável pelo levantamento de informações do local

Mais de 400 mil pés de maconha foram erradicadas durante operação Colheita Maldita II, da Polícia Civil do Pará, nos municípios de Cachoeira do Piriá, Garrafão do Norte e Concórdia do Pará, entre os dias 8 e 17 de agosto. No total, foram encontradas 200 toneladas da erva em 219 mil metros quadrados de plantação irregular.

A primeira fase de combate à erva Canabbis Sativa foi realizada em Cachoeira do Piriá. O local já havia sido alvo de pelo menos quatro operações da Divisão Estadual de Narcóticos, que já possuía as coordenadas do plantio. Somente neste dia, foram erradicados cerca de 8 mil pés de maconha em quatro pontos da região localizada na Vila do Encruzinho, zona rural do município, divisa com o estado do Maranhão. A área é rica em floresta e mata, o que, segundo o coordenador da operação, propicia este tipo de plantação, devido a dificuldade que a Polícia tem para chegar nas roças ilegais.

A investigação foi feita através de levantamento por meio de satélite, sobrevoo de aeronave e equipe em terra, que ficou responsável pelo levantamento de informações do local. 

“Só conseguimos chegar nestes locais com o apoio do helicóptero do Grupamento Aéreo de Segurança Pública (Graesp). A vila do Encruzinho, que pertence à Cachoeira do Piriá, fica próximo ao Rio Gurupi justamente pelo fato de essas plantações precisarem de água. Esse é um fator importante já que essas grandes plantações devem ser irrigadas” – Augusto Damasceno, delegado da Divisão Especializada em Narcóticos.

Na segunda-feira (10), os 37 servidores da Polícia Civil e peritos do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, que iniciaram a operação em Cachoeira do Piriá, se juntaram ao efetivo da Polícia Federal. As forças se integraram ao combate de mais de 100 pontos de plantação detectados durante minuciosa investigação via satélite. Os policiais ficaram concentrados em uma fazenda localizada entre os municípios de Garrafão do Norte e Nova Esperança do Piriá. O transporte até às roças clandestinas também foi realizado exclusivamente com apoio de helicóptero do Graesp.

Uma das áreas erradicadas ficava a 20 quilômetros, em linha reta, da base montada pelo grupo policial.

Lá, foram encontradas três pontos com plantações de maconha, maconha seca pronta pra ser prensada, bufetes (um tipo de armadilha, feita com uma espingarda rústica) e até uma suposta cova rasa.

“Precisa de muita água para irrigar as plantas. Hoje, eles fazem as cisternas e usam as bombas para irrigar. Essa plantação foi colhida recentemente e deve estar secando aqui na mata. Esse aqui foi colhido recentemente por estar bem verde. Depois que fazem a colheita, eles tiram os galhos pequenos. Quando as folhas ficam escuras, eles prensam com peso em máquina artesanal e depois passam a fita gomada para transformar em tijolo” – delegado Augusto.

As equipes da Polícia Civil também identificaram os locais onde os cultivadores da droga pernoitam, secam a planta e onde eles guardam a semente com adubo. A apuração aponta que uma plantação fica perto da outra em área de difícil acesso.

Foto: Divulgação

Roças Ilegais

Em outra roça ilegal foi encontrada uma plantação ainda molhada que demonstra que os cultivadores responsáveis haviam saído a pouco tempo dali. “São três roças uma perto da outra. Você percebe que aqui se planta e colhe maconha o tempo todo. Uma roça maior, uma média e outra menor. São três pontos diferentes, um perto do outro. Em média, o quilo aqui na roça custa R$ 700. Na cidade, o quilo da prensada custa R$ 1.300”, pontuou Damasceno.

Durante a ação, também foi detectado crime ambiental. Os criminosos desmataram uma área para iniciar nova plantação. Além disso, as equipes da Polícia Civil encontraram armadilhas para caça, feitas para subsistência dos cultivadores, já que eles passam vários dias na mata.

“Às vezes, tem disputas de quem consegue colher mais plantações e também invasores que tentam pegar os verdadeiros plantadores. Por isso, eles colocam bufetes e já deve ter havido vítima fatal na qual eles não vão apresentar a morte às autoridades competentes”, explicou o investigador Paulo César, da Divisão de Homicídios.

Terceira Fase

A terceira fase da operação se concentrou na cidade de Concórdia do Pará, região do Rio Capim. Até a sexta-feira (14), a operação “Colheita Maldita II” erradicou mais de 45 roças de maconha com apoio das forças integradas. Cerca de 200 mil pés de maconha e várias sementeiras foram queimadas após perícias e medições nas áreas. As equipes encontraram roças com pés variando entre pequenas e médias, roças prontas para colheita e plantas já colhidas e secando, fazendo um total de aproximadamente 45 toneladas de maconha, com um valor de prejuízo estimado para o tráfico de R$ 30 milhões.

A operação contou com 40 pessoas envolvidas entre policiais civis da Diretoria de Polícia Especializada (DPE), Divisão Especializada em Narcóticos (Denarc), Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core), Diretoria de Polícia do Interior (DPI), Polícia Federal, peritos do CPC Renato Chaves, Grupamento dos Bombeiros, Polícia Militar e servidores da Diretoria de Atendimento ao Servidor (DAS), que deram apoio na ambulância da PC.

“As drogas são um grande mal deste século, elas fomentam outros crimes e desagregam a família e, consequentemente, a sociedade. A Polícia Civil vem investigando por meses e localizando plantações de maconha. Nesse sentido, toneladas da erva Canabis Sativa in natura estão sendo erradicadas e queimadas. O compromisso da Polícia Civil é com a repressão ao tráfico de drogas e com a paz social em nosso Estado” – Renan Souza, delegado-geral em exercício.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Xote, carimbó e lundu: ritmos regionais mantém força por meio de instituto no Pará

Iniciativa começou a partir da necessidade de trabalhar com os ritmos populares regionais, como o xote bragantino, retumbão, lundu e outros.

Leia também

Publicidade