Festa celebra a diversidade e a cultura paraense na noite que antecede o domingo do Círio de Nazaré, em Belém
Inicialmente, a festa era chamada de Filhas da Chiquita ou Festa da Maria Chiquita. O nome veio da famosa personagem das marchinhas de carnaval, Chiquita Bacana, “mulher existencialista que só faz o que manda o coração”. A festa, mesmo exaltando o lado profano, também tem caráter de homenagem à Virgem de Nazaré.
A “Chiquita” não é reconhecida pela igreja católica como parte integrante da festividade do Círio de Nazaré, porém a festa já é tombada pelo Iphan, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, e pela Unesco, Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
O evento cultural ocorre na Praça da República, logo após a passagem dos peregrinos que seguem a imagem de Nossa Senhora de Nazaré na procissão da Trasladação, a segunda maior das romarias oficiais do Círio.
Patrimônio Cultural
A Lei N° 9.025, de 17 de março de 2020, declarou como patrimônio cultural de natureza imaterial do Estado do Pará, a Festa da Chiquita. A Festa da Chiquita foi idealizada e criada pelo sociólogo carioca, Luís Bandeira, na década de 70. A partir de 1990, a festa passou a ser coordenada pelo artista Elói Iglesias, que propôs uma mudança na dinâmica do movimento, tornando-o uma festividade voltada para um público mais alternativo.
“Essa Lei veio reafirmar a diversidade, esse espaço de liberdade, esse território inclusivo, onde as pessoas podem transitar, livres de preconceito. A lei é muito legal porque é mais uma coisa que a gente pode colocar no nosso projeto, como uma garantia da liberdade às pessoas, as minorias sendo contempladas. É a Alepa mostrando que está caminhando junto com as pessoas”, comemora o artista Elói Iglesias, coordenador da Festa da Chiquita.