Após dez anos, Pará volta ao ranking dos bons ambientes para fazer negócios

Segundo estudo realizado pela Urban Systems para a Revista Exame, 13 municípios paraenses apresentam condições para abertura de novas empresas

Pela primeira vez nos últimos dez anos, o Pará tem 13 municípios incluídos no ranking das 100 Melhores Cidades do Brasil Para Se Fazer Negócios, em estudo realizado pela Urban Systems, produzido anualmente para a Revista Exame.

O destaque paraense mais notório é Barcarena, o único município da região Norte a aparecer nas dez primeiras posições do ranking do setor de Indústria (ficou em 8º lugar, seguida na região por Manaus, na 35ª posição). Neste segmento, são observados critérios como Empregos no Setor Industrial, Renda do Trabalhador na Indústria, Quantidade de Estabelecimentos Industriais e Logística.

Já no segmento de Mercado Imobiliário, oito municípios paraenses aparecem entre os 100 selecionados. Um dos indicadores desse segmento é investimento e crescimento de empresas no setor da construção civil.

José Fernando de Mendonça Gomes Júnior, titular da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), avalia o resultado como exemplo do compromisso da gestão pública estadual em criar um bom ambiente de negócios no Pará.

“Marabá foi a nossa primeira visita, o que só reforça a importância da interiorização da Sedeme. Estivemos conversando e dialogando sobre projetos estruturantes naquela região, para que a gente possa estar gerando emprego e renda para a sociedade paraense”, destaca o secretário.

“Na Fábrica”

A Sedeme desenvolve o Projeto Na Fábrica, que consta de visitas técnicas, realizadas a pedido do governador Helder Barbalho, priorizando locais que realmente precisam de incentivo, de atenção especial. “É para que a gente esteja juntos, dialogando com a classe produtiva do Estado, vendo o que eles estão precisando, vendo de que forma podemos ajudar. A ideia é fazer essas visitas todas as sextas-feiras. E não vamos sozinhos; levamos a Codec (Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará), o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e o Ideflor-Bio (Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará), para buscar soluções aos problemas daquela fábrica ou indústria”, reforça José Fernando Júnior.

“Isso demonstra o dinamismo da economia e o bom gerenciamento, a boa gestão do governo do Estado abrindo portas, indo na frente, construindo caminhos para que os investidores possam, com firmeza, apostar no desenvolvimento do Pará. Isso tem feito com que os empregos tenham se mantido no último ano, mesmo com a pandemia”, complementa o secretário de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda, Inocencio Gasparim.

Serviços

Diretor de Estratégia e Relações Institucionais da Codec, Pádua Rodrigues ressalta que o município de Barcarena nasceu para a verticalização do alumínio, e que várias empresas seguiram, inclusive de outros ramos, como serviços de manutenção.

“Hoje é um grande foco de instalação também em empresas de logística por causa de sua localização, próximo à saída do Atlântico, do canal do Panamá, da proximidade com o sudeste asiático. A Codec vem desenvolvendo um trabalho importante de organização fundiária naquele distrito industrial, com regularização de áreas nos cartórios. Com a prefeitura em uma parceria muito grande, mudando o histórico de relacionamento. Há ainda muitos desafios pela frente, para que o município se consolide ainda mais e receba novos investimentos”, reforça Pádua Rodrigues.

No setor de Serviços, a capital, Belém, aparece em 13º lugar no ranking dos 100 municípios, considerando os indicadores Empregos e Crescimento do Estabelecimento. O Estado bateu um recorde em janeiro deste ano com o maior número de empresas constituídas nos últimos cinco anos. Segundo dados do Registro Mercantil da Junta Comercial do Estado do Pará (Jucepa), foram registradas 7.725 novas aberturas em solo paraense no primeiro mês do ano. Segundo os dados, o município de Belém registrou o maior número de constituições, com 1.789 novas empresas. Em janeiro, do total de 7.725 registros, o setor de Serviços teve 3.789 aberturas.

Investimentos

Cilene Sabino, titular da Jucepa, credita os números positivos a uma série de melhorias implementadas no órgão, ainda antes da pandemia, priorizando a informatização de praticamente todos os serviços oferecidos. “E mesmo com tudo 100% digital, é possível agendar um atendimento presencial para ser atendido por um especialista em determinada dúvida”, informa a gestora.

“Trabalhamos diuturnamente para facilitar a vida dos usuários com ações que simplificam, modernizam e desburocratizam. Com a abertura de um chamado, o atendimento ocorre até no máximo em 24 horas. Começamos esse trabalho em fevereiro de 2020, porque já estávamos buscando a melhoria do atendimento para os nossos clientes. Hoje, de qualquer lugar do mundo, o empresário pode fazer a abertura da empresa, alterar o contrato de abertura e até encerrar, caso queira”, garante a presidente da Jucepa. 

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