Ananindeua, a cidade dormitório que se tornou uma das maiores do Pará

São consideradas cidades dormitórios aquelas nas quais seus moradores geralmente saem para o trabalho em outros municípios e voltam para casa à noite.

Um dos municípios mais populosos do Pará e o terceiro da Região Amazônica, Ananindeua fica a cerca de 19 km de distância da capital Belém. De origem ribeirinha, a população estabeleceu-se nas margens do rio Maguari-Açu, fugindo do confronto da Cabanagem, por volta de 1850, com etnias que misturam o caboclo com o nordestino.

O nome vem do tupi, relacionada a grande quantidade de árvores chamadas Anani, que produzem a resina de cerol utilizada para lacrar as fendas das embarcações. De grande porte, a planta tem propriedades medicinais, serve para calafetar embarcações, ensebar cordas e é utilizada até mesmo na fabricação de tochas. Já o sufixo ‘deua’ tem diversas significações de origem popular: uma diz que vem de abundância e outra que quer dizer “dar”, por exemplo “Deu Ananin”. 

Imagem da BR-316, com o limite de Belém-Ananindeua em 1973. Foto: Reprodução/Unama

Emancipação 

Depois de ser distrito de Santa Izabel e de Belém, Ananindeua se torna, em 1943, um Município por meio do Decreto-Lei nº 4.505. Sua instalação ocorreu em 3 de janeiro de 1944. Em 2023, a cidade comemora 79 anos de existência oficial e é a segunda maior do Pará.

Por que cidade dormitório?

São consideradas cidades dormitórios aquelas nas quais seus moradores geralmente saem para o trabalho em outros municípios e voltam para casa à noite. Esta era a realidade do município, que passou a mudar em 1960, quando foi inaugurada a BR-010 (Belém-Brasília) e as indústrias localizadas na capital começaram a se estabelecer ao longo da rodovia.

Rodovia BR-316 : Ananindeua, PA – 1983. Foto: Reprodução/IBGE

Foi a partir dessa mudança e com a implantação do Distrito Industrial de Ananindeua, criado em 1980 pelo Governo paraense, que a cidade passou a contar com cerca de 60 empresas, tornando-se o quarto maior PIB do Pará (2014/IBGE). 

A expansão do município então permitiu que se tornasse independente e, em pouco tempo, passou a ser também um espaço habitacional, criando a possibilidade da população trabalhar, estudar e manter-se na própria cidade. 

Atualmente, segundo dados do IBGE, Ananindeua é a segunda maior cidade paraense – com mais de 530 mil habitante – atrás somente de Belém. 

Parque Seringal 

O Parque Seringal é o primeiro museu de Ananindeua e conta a história da cidade por meio dos registros desde antes de se tornar Ananindeua. O local pertence ao cadastro Nacional de Museus pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), do Ministério da Cultura, e também Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC) do Ministério do Meio Ambiente.

Está localizado no bairro do Coqueiro, em Cidade Nova VIII, e oferece aos visitantes alguns espaços para lazer com playground, lanchonetes e até academia ao ar livre. Também dispõe de anfiteatro e conta com reserva de seringueiras, cultivadas durante o Ciclo da Borracha. Sendo um ambiente de preservação ecológica, com visitação gratuita.

Ilhas 

São aproximadamente 14 ilhas ao redor do Rio Maguari. As mais conhecidas são Santa Rosa, Igarapé Grande, João Pilatos, Sororoca, Viçoza e a de Boa Esperança.

Existem algumas delas que são bem exploradas pela população e pelos turistas, outras menos e ainda existem as quase intocadas. Quase todas são habitadas e podem-se encontrar povoados com igrejas, campinhos, escolas.

As ilhas são como um centro de reprodução de toda diversidade biológica da floresta Amazônia. Entre os principais atrativos estão os Festivais temáticos, como Açai, da Ilha de Sorocaba e o da Macaxeira, da Boa Esperança. A ilha de João Pilatos é uma das mais famosas e maiores de Ananindeua. Entre as opções de lazer está a trilha de cabeceira, que envolve caminhada pela floresta e passeios de barco.  

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