Agricultor de Bragança recebe apoio para produz tradicional farinha de mandioca

A atividade de torração da farinha é realizada quatro vezes no mês, uma vez por semana

O agricultor Antônio Costa, 71, mora no sítio Santo Antônio, zona rural do município de Bragança, na região nordeste, e conta, há 15 anos, com o apoio direto do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater). No último final de semana, o agricultor torrou mais de 60 quilos da famosa ‘farinha de Bragança’. Parte é destinada ao consumo próprio. A outra é comercializada no mercado local, o que ajuda a complementar a renda de sua família.

Além da mandioca, o produtor trabalha com plantio de açaí, laranja, milho e feijão, e criação de pequenos animais. A atividade de torração da farinha é realizada quatro vezes no mês, uma vez por semana. Durante a produção, o agricultor conta com a ajuda dos filhos. Uma saca de farinha é comercializada pelo valor de R$ 300,00.

“É um prazer trabalhar com farinha, eu gosto de fazer isso. Apesar da minha idade, ainda tenho forças para continuar, até porque conto com ajuda de filhos e netos. Quero deixar um legado, espero que eles continuem com o meu trabalho”, reforça o agricultor. 

Foto: Divulgação

Tradicional

A farinha de Bragança, amarelinha, crocante e sem adição de corantes, é considerada umas das melhores e mais saborosas do país. Além do tempo de fermentação antes de seguir para o tacho, é mexida manualmente por cerca de uma hora para chegar ao ponto ideal. Depois de pronta, a farinha descansa por mais uma hora, para então ser ensacada. Na casa de farinha do agricultor, se produz também a farinha lavada, tapioca e coco.

“Tenho dois hectares e planto o suficiente para o meu sustento e de minha família. A Emater tem sido uma parceira incrível. Os técnicos vêm até meu sítio e prestam todo o suporte necessário. Já tive projeto de crédito financiado pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) elaborado pela Emater, foi uma ajuda e tanto”, garante.

Felipe Ribeiro, engenheiro agrônomo da Emater, explica a importância em manter cronograma de assistência técnica, mesmo em época de pandemia. “A gente vai até a propriedade, mantendo todos os cuidados: uso de máscara, gel e sempre respeitando o distanciamento social”, reforça. 

Foto: Divulgação

Feijão

O agricultor Antônio Costa, em parceria com a Unidade Didática de Bragança (UDB) da Emater, deve colher, daqui a 60 dias, quase 100 sacas de feijão-caupi, cuja plantação está distribuída em cinco hectares. O cultivar é uma importante fonte de proteína e também considerado a base alimentar da agricultura familiar da região bragantina. No caso do feijão-caupi, a Emater trabalha também com a multiplicação de sementes.

Da variedade BR3 Tracuateua, o feijão tem produtividade média de 1.400 Kg/ha em ecossistema amazônico e apresenta grãos de cor branca, grandes, reniformes e com tegumento levemente enrugado, com boa aceitação de mercado e apresenta ciclo de 65 a 75 dias.

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